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Kneecap: Este é o teu guia essencial sobre a banda mais controversa de 2025

Se há algo que define o ano de 2025 no panorama musical, é a ascensão meteórica e, por vezes, tumultuosa, dos Kneecap.

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Kneecap, a banda de hip-hop de Belfast, que rima predominantemente em língua irlandesa, tem abalado o status quo com a sua música crua, letras politicamente carregadas e uma atitude desafiadora que poucos ousam exibir. Mas quem são eles, de onde vêm, e por que razão estão a gerar tanto burburinho?

Do underground de Belfast para o mundo

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©Fred Duval via ShutterStock id: 2559635569

Os Kneecap são compostos por Móglaí Bap, Mo Chara, e o DJ Próvai. A sua jornada começou nas ruas de Belfast, onde a língua irlandesa, muitas vezes marginalizada perante o inglês, encontrou uma nova voz no poder expressivo do hip-hop. Lançaram os seus primeiros temas de forma independente, ganhando rapidamente uma base de fãs leal que se identificava com a sua irreverência e a sua defesa apaixonada da cultura e identidade irlandesas. A sua música é um espelho da realidade de Belfast, abordando temas como a pobreza, a vida urbana e a resistência cultural, tudo embalado em batidas viciantes e rimas afiadas, apesar de estarem numa língua desconhecida de muitos.

A música que define o som dos Kneecap

Desde os seus primeiros singles, como “C.E.A.R.T.A.” (que significa “Direitos” em irlandês), os Kneecap estabeleceram-se como uma força a ser reconhecida. As suas músicas são uma mistura audaciosa de batidas de hip-hop clássicas com elementos de rap moderno, pontuadas pela fluidez e pela poesia da língua irlandesa.

Álbuns como 3cag e o aclamado Fine Art, do ano passado, solidificaram a sua posição, mostrando uma evolução na sua sonoridade As suas performances ao vivo são cada vez mais lendárias, conhecidas pela energia caótica e pela interação com o público.

“Kneecap”: O filme que revelou tudo

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©Screen Ireland/Fís Éireann

Em 2024, a história desta banda chegou aos cinemas com o filme biográfico “Kneecap”. Amplamente aclamado pela crítica e pelo público, o filme não só traçou a sua ascensão meteórica, mas também ofereceu um olhar íntimo sobre os desafios que enfrentaram, as suas convicções políticas e a forma como a sua música se tornou um veículo para a mudança social. O filme foi um momento decisivo, catapultando a banda para um reconhecimento ainda maior no ano passado e dando a conhecer a sua mensagem a uma audiência global, incluindo em Portugal. Algo que torna o filme ainda mais curioso é o facto de serem os próprios músicos a interpretarem-se a si mesmos no filme.

Glastonbury, a Palestina e a Liberdade de Expressão

No entanto, o verdadeiro furor em torno dos Kneecap tem sido em 2025, alimentado pelas suas controvérsias, incluindo aparições em tribunal por alegada incitação ao terrorismo. A banda nunca se esquivou de expressar as suas opiniões políticas e sociais, e isso é particularmente evidente em eventos de grande visibilidade.

A sua aparição no festival de Glastonbury deste ano gerou headlines, não só pela performance eletrizante que marcou a edição deste ano do festival britânico, mas também pelas declarações e símbolos de apoio à Palestina.

Num momento de tensões globais, os Kneecap usaram então a sua plataforma para amplificar vozes e posicionar-se firmemente em questões de direitos humanos e justiça social. Esta postura, embora elogiada por muitos, atraiu também críticas e debates acalorados sobre o papel da arte na política. Por exemplo, a BBC escolheu então, inicialmente, não emitir o concerto da banda na sua televisão ao vivo, o que gerou críticas massivas à estação.

A banda é então alvo de escrutínio e, por vezes, de censura, devido às suas letras e atuações que desafiam o status quo. A sua defesa da língua irlandesa e a sua crítica aberta ao legado do colonialismo britânico na Irlanda do Norte são também temas recorrentes e fulcrais que geram tanto admiração quanto repulsa de franjas mais conservadoras do público.

Um fenómeno cultural dos nossos tempos

Neste momento, os Kneecap são assim mais do que apenas uma banda de hip-hop; são um fenómeno cultural que representa a voz de uma geração na Irlanda e em expansão. Com a sua abordagem inovadora ao hip-hop, a sua mensagem intransigente e a sua capacidade de incendiar debate, continuam a ser uma das entidades mais fascinantes e importantes do panorama musical atual. Quando olharmos para trás para 2025, os Kneecap vão, sem dúvida, ser um caso de estudo e estabelecidos como ícones in the making.

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Já tinhas ouvido falar dos Kneecap? O que achas desta banda?



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