Regresso ao Futuro celebra o 40.º aniversário de forma especial
Há filmes que envelhecem. Outros, simplesmente, viajam no tempo. Regresso ao Futuro é um desses raros milagres cinematográficos que desafiam o calendário.
Quarenta anos após a sua estreia, Marty McFly e o Dr. Emmett Brown estão de volta, prontos para acelerar a 88 milhas por hora e levar-nos, mais uma vez, numa viagem entre passado, presente e um futuro que, ironicamente, já chegou há muito tempo.
Regresso ao Futuro está de volta?
No dia 21 de outubro, o tempo faz uma pausa e o cinema reabre as portas do seu DeLorean. Em celebração do 40.º aniversário do clássico realizado por Robert Zemeckis e produzido por Steven Spielberg, o filme regressa aos cinemas portugueses em sessões especiais, com destaque para o evento no NOS Colombo, apoiado pela Casio e pela Renascença. Haverá música ao vivo pela banda MT80 e uma demonstração de skate da Bana Skate School.
Mas não é só nostalgia: o filme será também reexibido em IMAX a partir de 30 de outubro, uma oportunidade rara de ver o relâmpago atingir o relógio da torre em toda a sua glória remasterizada. A Universal Pictures preparou uma campanha global que inclui merchandise exclusivo e a reposição da trilogia em vários países, uma verdadeira viagem no tempo para velhos e novos fãs.
E claro, a data não é acidental: 21 de outubro é precisamente o dia em que Marty e Doc viajam para o futuro no segundo filme da trilogia. É a metáfora perfeita, um filme sobre o tempo a regressar no tempo.
Por que é que este filme ainda importa?
É simples: porque Regresso ao Futuro não é apenas sobre viajar no tempo, é sobre não desperdiçá-lo. A química entre Michael J. Fox e Christopher Lloyd continua intocável, como se o humor e a emoção tivessem sido preservados num frasco de plutónio cinematográfico.
A realização de Zemeckis é um manual de ritmo narrativo, e o guião coescrito com Bob Gale é uma aula de estrutura. É entretenimento puro, mas também uma reflexão subtil sobre destino, escolha e legado, temas que continuam a ressoar, talvez ainda mais hoje, numa era obcecada por revisitar o passado. Além disso, Regresso ao Futuro é um dos raros filmes a fundir inovação tecnológica e emoção humana sem que uma canibalize a outra.
Na era dos reboots e multiversos, Marty e Doc lembram-nos de algo essencial: que a magia do cinema não vem de paradoxos temporais, mas de personagens que, por um breve instante, nos fazem acreditar que o impossível é real.
O que esperar deste regresso ao grande ecrã?
Mais do que uma simples reposição, esta celebração é um ritual de memória coletiva. Assim, o público que viu o filme pela primeira vez em 1985 vai partilhar a sala com quem apenas o conhece através do streaming. É uma passagem da tocha, de fita magnética para luz projetada, onde o cinema se transforma numa máquina do tempo comunitária.
A versão restaurada promete melhor definição, cor e som, mas é o espírito que permanece intacto. Quando ouvimos Alan Silvestri tocar o tema principal e vemos o DeLorean levantar voo, somos todos, por um instante, Marty McFly, confusos, deslumbrados, mas prontos para saltar sem olhar para o relógio.
O futuro volta a ser presente
Regresso ao Futuro não é só um filme, é uma lembrança de que a imaginação é o que mantém o motor do tempo a funcionar. Mas se há algo que este regresso nos ensina, é que o cinema tem o poder de nos fazer acreditar em algo maior que nós.
No fim, o DeLorean pode precisar de 1.21 gigawatts para arrancar, mas a verdadeira energia sempre veio do público. E tu, onde estavas na primeira vez que o viste?