Diane Kruger regressa aos ecrãs com novo drama ousado da HBO Max
HBO Max, duas palavras que já são sinónimo de luxo televisivo, de narrativas afiadas e personagens tão imperfeitas quanto irresistíveis.
Mas desta vez, a plataforma volta-se para o coração da França do século XVIII, onde o amor é guerra, e cada sorriso é uma armadilha.
The Seduction: O novo jogo de poder e prazer da HBO Max?
A HBO Max anunciou, durante o Fiction Festival de La Rochelle, a sua mais recente série original francesa: The Seduction, que estreou a 14 de novembro com um episódio por semana. Assim, inspirada livremente no escandaloso romance Les Liaisons Dangereuses, de Pierre Choderlos de Laclos, esta é uma versão que promete mais do que vestidos de época e olhares furtivos, promete sangue emocional e poder mascarado de paixão.
No elenco brilham Anamaria Vartolomei como Isabelle de Merteuil, a nova e jovem Marquesa que substitui a crueldade aristocrática por uma inteligência moderna e fria. Diane Kruger (a inesquecível Bridget von Hammersmark de Inglourious Basterds) interpreta Madame de Rosemonde, um papel que combina experiência, ironia e veneno doce. Mas a acompanhar, Vincent Lacoste dá vida ao Visconde de Valmont, o sedutor traidor que não é o único a mover as peças.
A HBO Max revelou ainda um elenco de luxo que inclui Lucas Bravo, Noée Abita, Samuel Kircher e Fantine Harduin. Logo, a produção é assinada pela NABI Productions e Felicita Films, com Jessica Palud na realização e Jean-Baptiste Delafon na criação, nomes conhecidos por trazerem uma sensibilidade cinematográfica ao pequeno ecrã.
O que torna The Seduction diferente?
Ao contrário da versão clássica de Ligações Perigosas (1988), com Glenn Close e John Malkovich, ou da versão mais moderna Cruel Intentions (1999), The Seduction não se limita a repetir o jogo da manipulação, subverte-o. A Marquesa de Merteuil, agora traída por Valmont, decide tornar-se a heroína da sua própria história, mesmo que para isso tenha de ser a vilã na de todos os outros.
“Por vezes, é preciso ser o vilão da história dos outros para ser o herói da nossa”, é a premissa que guia a série e resume a essência do que a HBO Max tem feito melhor: reinventar o passado para comentar o presente. Portanto, segundo o comunicado oficial, a série “explora o preço da liberdade emocional e sexual num mundo onde as mulheres não tinham muito”. E se há algo que o público contemporâneo adora, é ver a aristocracia implodir sob o peso da sua própria hipocrisia.
Mas é precisamente este tom, de tragédia sensual e comentário social, que diferencia The Seduction. Ao trocar o olhar voyeur masculino por uma lente feminina, Jessica Palud reescreve as regras do jogo, e a HBO Max reforça a sua aposta em narrativas de mulheres que recusam ser apenas musas.
Esta série pode ser o novo sucesso da HBO Max?
Nos últimos anos, a HBO Max tem apostado forte nas produções europeias originais e The Seduction parece encaixar-se perfeitamente nesse plano. Logo, depois do sucesso de séries como The Idol (controversa, mas visualmente arrebatadora) e da elegante Irma Vep, esta produção francesa surge como o próximo passo lógico: um drama de época com alma contemporânea.
A criadora Jessica Palud, conhecida por Revenir (2019), traz uma abordagem mais emocional e menos teatral, substitui as cartas e intrigas clássicas por silêncios carregados, olhares que doem e manipulações que parecem confissões de amor. O resultado? Uma estética quase barroca, onde o prazer é político e o desejo é uma arma.
Além disso, a HBO Max parece compreender o valor da nostalgia transformada. Assim, adaptações de clássicos literários têm ganho nova vida em streaming, desde The Great até Bridgerton. Só que The Seduction joga num tom mais cruel e realista. “Queríamos fazer uma série sobre o poder e a vulnerabilidade, não sobre o escândalo,” afirmou Jean-Baptiste Delafon em entrevista ao La Rochelle. “O que acontece quando o amor se torna uma ferramenta de sobrevivência?”
Trailer | The Seduction
O amor é um jogo e a HBO Max lança as cartas
Assim, The Seduction promete ser mais do que uma adaptação: será um espelho polido (e cortante) de como continuamos a medir valor, desejo e poder. Um conto antigo, contado com um olhar novo e talvez mais perigoso. E tu, leitor, jogarias este jogo?