Esta série da Netflix com 94% no Rotten Tomatoes já é considerada o melhor drama do ano
Netflix é um monstro de mil cabeças, umas risonhas, outras caóticas, outras simplesmente obcecadas em lançar mais conteúdo do que qualquer um consegue acompanhar. E, no meio dessa avalanche de estreias, há sempre uma que renasce das cinzas e conquista público e crítica.
Desta vez, o feito pertence a uma série que regressa para a sua terceira temporada com um impressionante 94% no Rotten Tomatoes, superando as expectativas e relembrando-nos que nem todas as produções políticas precisam de Sorkin para brilhar.
The Diplomat é o maior trunfo político da Netflix?
Enquanto a maior parte do catálogo se perde entre reality shows e remakes duvidosos, The Diplomat firmou-se como um thriller político elegante e afiado. A série prova que diplomacia pode ser tão explosiva quanto um campo de batalha. Criada por Debora Cahn, veterana de The West Wing e Homeland, a série segue Keri Russell como Kate Wyler, uma diplomata americana apanhada no epicentro de crises globais e escândalos pessoais.
A terceira temporada estreou há poucos dias na plataforma, e traz uma viragem narrativa ousada. O presidente dos EUA está morto, o vice-presidente é suspeito de conspiração terrorista, e o marido de Kate, o sempre intrigante Hal, interpretado por Rufus Sewell, pode ter tido algo a ver com isso. Tudo isto antes mesmo de terminar o primeiro episódio.
Esta temporada é o exemplo perfeito de um binge frenético, Cahn mistura o drama institucional de The Crown com o ritmo nervoso de Homeland, resultando numa experiência que prende do primeiro ao último minuto. O site Rotten Tomatoes confirma: 94% de aprovação crítica, superando os 84% da estreia e solidificando a série como uma das mais consistentes da Netflix nos últimos anos.
The Diplomat está a ser comparada a The West Wing?
As comparações com The West Wing não são gratuitas, afinal, Cahn trabalhou ao lado de Aaron Sorkin e herdou o gosto por diálogos rápidos, personagens em colapso moral e corredores onde o poder se decide em passos apressados. Mas The Diplomat é mais cínica, mais contemporânea, e talvez por isso mais viciante.
Nesta temporada, a série reaproxima Bradley Whitford e Allison Janney, dois nomes icónicos da era West Wing, agora em lados diferentes da barricada. Portanto, é um pequeno deleite para os nostálgicos e uma jogada inteligente de casting que reforça a ironia: a velha guarda liberal americana agora joga o mesmo jogo de sombras que antes criticava.
Mas curiosamente, a Netflix resistiu à tentação de dividir a temporada, uma decisão sensata, especialmente depois do caos de Stranger Things e The Witcher. Assim, são oito episódios diretos, sem pausas artificiais, e isso faz toda a diferença. Num tempo em que o streaming parece apostar em estratégias de ansiedade, The Diplomat ganha por respeito ao público.
Mas afinal, o que explica tanto sucesso?
O segredo está em Keri Russell, uma atriz com uma precisão cirúrgica para o drama moral. Logo, depois de seis temporadas impecáveis em The Americans (que lhe valeram uma indicação ao Emmy e uma legião de fãs), Russell carrega Kate Wyler com uma humanidade desarmante. O olhar cansado e o peso de quem sabe que está a negociar com monstros mas ainda acredita no idealismo, tudo nela é magnético.
E claro, há Rufus Sewell, um camaleão de charme venenoso que faz de Hal uma das figuras mais imprevisíveis da televisão moderna. O casal vive entre o amor, a ambição e o escândalo, e essa tensão pessoal é o verdadeiro motor da série.
Por fim, há o contexto. Num mundo onde diplomacia e desinformação caminham de mãos dadas, The Diplomat funciona quase como um espelho de 2025, um retrato ácido da política internacional, mas também da solidão de quem tenta mudar o sistema a partir de dentro. É um comentário, uma sátira e um drama emocional, tudo embrulhado num thriller elegante.
O que esperar?
Assim, com três temporadas e uma crítica quase unânime, The Diplomat confirma-se como uma das produções mais sólidas da Netflix. É política, é entretenimento, é um lembrete de que boas séries ainda podem emergir num mar de mediocridade. Já viste The Diplomat ou ainda estás preso à fila de espera infinita da tua lista da Netflix?