Adolescence | A minissérie do ano da Netflix é ou não baseada numa história real?
Um autêntico fenómeno de popularidade! “Adolescence”, da Netflix, continua a dar muito que falar em todo o mundo. Mas terá por base factos reais?
“Adolescência” [“Adolescence“] tornou-se um verdadeiro fenómeno na Netflix, somando elogios em todo o mundo, nomeadamente do icónico Robert de Niro. A produção está a ser de tal forma impactante que até o primeiro-ministro do Reino Unido manifestou apoio a uma campanha para exibi-la nas escolas.
No entanto, nem tudo são ‘rosas’. Nas últimas semanas, a minissérie tem sido alvo de uma onda de desinformação e ataques online, principalmente no X (antigo Twitter), com alegações infundadas sobre o seu enredo e intenções. As acusações apontam para uma alegada cultura woke e também de promover uma suposta agenda política.
Assim, entre as alegações mais recorrentes está a ideia de que a série foi tem por base casos reais específicos, nomeadamente a trágica morte de Elianne Andam, em Croydon, e o falecimento de três jovens em Southport. Muitos utilizadores do X têm partilhado estas informações como verdades absolutas. No entanto, não passam de “fake news”.
Ian Miles Cheong, influenciador com mais de um milhão de seguidores naquela rede social e que é abertamente de extrema-direita, afirmou que “Adolescence” conta a história de um jovem que esfaqueia uma rapariga num autocarro e que a Netflix teria “trocado a sua raça” para manipular o público.
No entanto, aqueles que já tiveram o privilégio de ver a minissérie sabem que isso não corresponde à verdade. Até Elon Musk amplificou a polémica ao comentar um desses posts virais com um “Uau”. Embora aborde temas reais, a sua narrativa não é uma adaptação direta de nenhum caso específico.
A explicação dos criadores de Adolescence
Segundo os criadores Jack Thorne e Stephen Graham, a ideia para a série surgiu da crescente crise de crimes com facas no Reino Unido e do impacto que isso tem tido nos jovens. A Netflix esclareceu de forma oficial que a história de Jamie Miller, protagonista da série, não se baseia em nenhum evento real.
No entanto, o argumento foi inspirado em relatos noticiosos sobre rapazes envolvidos nesse tipo de crimes. Em entrevista à Rolling Stone, Stephen Graham explicou que tudo começou após ler sobre um caso de um jovem que matou uma rapariga. Pouco tempo depois, viu outra notícia semelhante, o que o levou a refletir sobre o que estaria a acontecer com os rapazes daquela geração.
Assim, essa inquietação foi o ponto de partida para a criação da série, que visa explorar como jovens vulneráveis podem ser arrastados para caminhos perigosos, independentemente do seu contexto familiar ou social.
Um dos principais alertas que consta nesta obra é o impacto das redes sociais e da Internet na radicalização e no comportamento de adolescentes. A narrativa destaca como qualquer jovem – seja ele de uma família desestruturada ou de classe média – pode ser manipulado e levado a cometer atos impensáveis.
Já tiveste oportunidade de ver esta incrível minissérie da Netflix?