Assassinos da Lua das Flores, uma barbárie americana
“Assassinos da Lua das Flores” é o último livro do jornalista e escritor americano David Grann, que acabou por dar origem ao aplaudido filme de Martin Scorsese. Porém, a narrativa deste livro é absolutamente extraordinária e muito mais perturbadora, que a longa-metragem. Vale a pena lê-lo!
Em “Assassinos da Lua das Flores”, (Quetzal Editores), o ultimo livro do jornalista David Grann é um relato histórico, que documenta, narra e divulga um dos crimes mais sinistros e uma das maiores injustiças raciais, que ocorreram ao longo da história dos EUA, no início do século XX. Mas Graan, tem outros livros muito interessantes publicados em Portugal, como “A Escuridão Branca” (Quetzal Editores) ou “A Cidade Perdida de Z”. (Dom Quixote), que aliás deu origem também ao filme de 2017, do realizador James Gray, sobre a trágica história do explorador britânico Percy Fawcett, que explorou a Amazónia.
Este seu novo livro “Assassinos da Lua das Flores”, conta também a tragédia dos Osage, uma tribo indígena que foi forçada pelo governo americano a desistir das suas terras ancestrais de quarenta milhões de hectares, que se estendiam de Missouri e Lanzas até Oklahoma, para migrar para uma das áreas mais inóspitas do estado do Kansas. Paradoxos do destino, quiseram que aquelas terras impostas aos Osage, como o seu novo território, fossem das mais ricas, mais prósperas e valiosas dos EUA nos anos 20, por causa das reservas de petróleo, que estavam no subsolo das suas propriedades. Isto numa altura em que o mundo começa a ficar cada vez mais dependente dos combustíveis fósseis e dá início à disseminação dos automóveis. De repente a comunidade Osage tornou-se na população com o maior rendimento per capita do mundo.
Para manter sob seu controle o património mineral das suas terras, os Osage estabeleceram a proibição de comprar ou vender “direitos de propriedade” que detinham sobre as reservas de petróleo, os quais só eram transmitidos por herança. Esta circunstância motivou que muitos Osage, para aproveitarem a riqueza existente nas suas terras, as alugassem a gananciosos garimpeiros brancos que, vindos de todas as partes do país, procuravam tornar o sonho americano uma realidade.
No entanto, esta bonança económica para os Osage tornou-se um pesadelo, quando numerosos membros da comunidade, começaram a morrer e a desaparecer em circunstâncias estranhas, sendo a família de Mollie Burkhart, um dos principais alvos destas mortes. Desta forma, a investigação do assassinato de sua irmã Anna, juntamente com a morte de Charles Whitehorn e Henry Roan, tornou-se numa enorme e complexa investigação que exigiu primeiro a intervenção e colaboração de numerosos detetives privados, aliás financiados pelos próprios indígenas. Em última análise foi esta investigação que deu origem à criação do conhecido FBI, liderado por J. Edgar Hoover, e o seu primeiro caso, encarregando o inspector Tomas White, para encetar, uma rigorosa investigação sobre os estranhos assassinatos e desaparecimentos na comunidade Osage.
Se há algo a destacar em “Assassinos da Lua das Flores” é o magnífico trabalho de investigação e documentação realizado por David Grann, assente nas inúmeras fontes consultadas e realçadas ainda mais pelas dezenas de fotografias de época e das personagens incluídas no livro, que actores como Leonardo DiCaprio, Lily Gladstone, Robert De Niro, entre outros encarnaram no filme. A investigação de Grann é meticulosa, paciente e detalhada, ao mesmo tempo que consegue penetrar na densa camada de mentiras, enganos, subornos e conluios que existiam, para chegar à verdade oculta.
David Grann aborda com “Assassinos da Lua das Flores”, a história de um dos episódios mais trágicos, implacáveis e esquecidos da história americana dos primórdios do século XX, que é tão perturbadora e poderosa que se torna numa obrigação não deixá-la cair no esquecimento e aprofundá-la mais, do que que o cinema apesar do seu impacto jamais conseguirá.
Por isso, para além de verem o filme “Assassinos da Lua das Flores” de Martin Scorsese — já disponível na plataforma AppleTV+ — recomendo a leitura deste livro exemplar, sobretudo para todos aqueles que gostam de história e mistério, pois é escrito ao ritmo fascinante de uma investigação criminal, que acaba por nos envolver e mexer connosco, com a ambição de poder e riqueza, barbárie e desumanidade, que o homem branco fez com a comunidade indígena Osage. Com este trabalho, David Grann foi finalista do National Book Award e vencedor do Edgar Allan Poe Award.
JVM
O melhor filme do ano
Uma porcaria de filme. Um elenco estrelar e uma direção e uma interpretação mequetrefes! Uma total perda de tempo. Nota zero!
Este filme é sem dúvida um dos melhores que assisti esse ano , atuações de Leonardo Dicaprio e Robert Deniro são dignas de Oscar e a produção impecável, fotografia ! Excelente elenco além da participação especial do diretor no filme!!!!
Um dos melhores filmes que vi. O melhor de Martin Scorcese. Tomara que ganhe os Óscares todos para que muita gente o veja e perceba o q eles fizeram aos índios é exatamente o que nos estão fazendo a nós! SALVEM os índios bda Amazônia, salvem o Brasil e o mundo!!