Atriz de Harry Potter confessa ter pouco tempo de vida
Nem todos os feitiços de Harry Potter conseguem travar o tempo — e Miriam Margolyes sabe disso melhor do que ninguém.
Quando falamos de “Harry Potter”, é impossível não pensar nos rostos que deram vida a Hogwarts. Entre eles, o de Miriam Margolyes, a inesquecível Professora Sprout, cujas mãos habilidosas cultivavam mandrágoras e, de certa forma, também plantavam alegria no coração dos fãs. Mas a vida, como bem sabemos, não é um conto de fadas—e a atriz, agora com 84 anos, partilhou uma revelação que deixou o mundo a sentir o peso da realidade.
“Não tenho muito tempo de vida”
Num mundo onde as celebridades muitas vezes escondem as suas vulnerabilidades atrás de filtros e discursos cuidadosamente ensaiados, Miriam Margolyes decidiu fazer o oposto. Em entrevista ao The Times, a atriz admitiu: “Quando sabes que não tens muito tempo de vida, e provavelmente vou morrer nos próximos cinco ou seis anos, se não antes, custa-me pensar em deixar de representar.”
A dor desta confissão é inegavelmente atenuada apenas pelo seu amor inabalável pela arte. “É uma alegria tão grande,” acrescentou. “Anseio por papéis que não me confinem a cadeiras de rodas, mas simplesmente não tenho força suficiente.” A honestidade crua destas palavras é um soco no estômago, mas também uma lembrança da sua coragem. Afinal, quantos de nós teríamos a mesma lucidez perante o inevitável?
Nos últimos anos, Margolyes enfrentou uma série de problemas de saúde, incluindo uma substituição da válvula aórtica—um procedimento que, nas suas próprias palavras, lhe deixou “um coração de vaca” (ou pelo menos parte dele). “Nunca tinha ouvido falar desta operação,” brincou no podcast Table Manners, “mas poupa-te de uma cirurgia aberta, que seria muito mais invasiva.” Assim, o humor negro, uma das suas marcas registadas, não a abandonou. Mas a realidade física sim: diagnosticada com estenose espinhal, a atriz viu a sua mobilidade reduzir-se drasticamente, obrigando-a a depender de bengalas, andarilhos e, mais recentemente, de uma scooter de mobilidade.
Um legado alem de Harry Potter
Miriam Margolyes nunca foi apenas a Professora Sprout. Assim, a sua carreira abrange décadas de teatro, cinema e televisão, desde “Doctor Who” até “Call the Midwife”, passando por vozes marcantes em filmes como “Babe”. Mas, para uma geração, ela será sempre a mulher que ensinou Harry Potter a lidar com plantas mágicas—e, de certa forma, ensinou-nos a lidar com a vida.
A sua perspetiva sobre a morte é tão inegavelmente fascinante quanto o seu currículo. “Quando és jovem, nunca pensas na morte. Pensas é na próxima… aventura,” disse à British Vogue em 2023, com o seu habitual humor salgado. “Agora, penso muito nisso. É inevitável. O tempo que falta é menor do que o que já passou.” E, no entanto, mesmo consciente do fim, ela não perdeu o apetite pela vida: “Ainda estou aqui, a esquivar-me, aberta a novas experiências. Só sei que não há luz no fim do túnel.”
Assim, num cruel jogo do destino, muitos dos seus colegas de Harry Potter já partiram: Alan Rickman, Richard Harris, Michael Gambon, Robbie Coltrane. Margolyes junta-se agora a Maggie Smith (Minerva McGonagall), que também enfrentou problemas de saúde, numa lista de lendas que o tempo teima em levar. E enquanto a HBO prepara um reboot da saga, com novos atores a vestir as capas de Potter, Granger e Weasley, fica a pergunta: quem poderá alguma vez substituir os originais?
Qual é a tua memória favorita desta atriz? Uma cena de Harry Potter? Uma entrevista? Ou talvez uma frase que só ela conseguiria dizer? Deixa tua opinião nos comentários.