Big Little Lies | Adam Scott em entrevista exclusiva
Adam Scott, o marido de Reese Witherspoon no sucesso da HBO “Big Little Lies“, deu-nos uma entrevista exclusiva onde revelou que preferia trabalhar só com mulheres para o resto da vida. Ah e claro, como foi conhecer Meryl Streep!
O casamento dos Mackenzie não está em boa forma aquando o começo da temporada. Como descreveria o estado em que a relação do casal se encontra?
Adam Scott: É interessante, porque no final da primeira temporada, a relação está tremida e depois, quando as coisas começam a melhorar um bocadinho, acontece algo extremamente dramático. E, na vida real, quando algo horrível acontece, o que quer que se estivesse a passar antes é como que esquecido. Por isso, encontramos Ed e Madeleine [Reese Witherspoon] um bocado mais tarde e o que se estava a passar antes da tragédia, os fragmentos disso estão a voltar.
E, penso que no entretanto, o Ed começou a pensar em quem ele é, qual é o seu lugar no mundo, qual poderá ser sua identidade fora do casamento. Porque acho que ele se via, em primeiro lugar, como “Estou aqui para a Madeleine, ela precisa de mim.” E ele ama-a muito. Quer cuidar dela, quer absorver a sua dor, e penso, quer ele reconheça ou não, que quando voltamos a ele, o seu modo de vestir está um pouco diferente, já não está a representar, pelo menos não ainda, ele está como que à procura da sua identidade fora da relação.
Então passa-se realmente algo no seu casamento, mas ao mesmo tempo, quando voltamos a vocês, temos de ser nós a imaginar o que Madeleine lhe poderá ter contado sobre o incidente. O que aparentemente foi muito pouco, não é verdade?
AS: Muito pouco, sim. Ela disse algo do género “Não falamos falar sobre isto.” O que é de doidos. Especialmente para a pessoa que está lá para apanhar os bocados. Porque é isso que ele é “Eu sou a pessoa, atiro-me para a frente de qualquer espada.”
E o Ed apercebe-se muito rapidamente do poder corrosivo dos segredos…
AS: As mentiras já não são tão pequenas, mas penso que a Madeleine está a tentar percecioná-las enquanto pequenas. O que eu gosto em relação ao ponto de partida da segunda temporada é que observamos formas muito distintas de como este conjunto de diferentes pessoas, no caso das mulheres, está a absorver o incidente. Porque, como disse, é corrosivo. Podes tomar a decisão de inventar uma história, mas nunca correrá da forma como queres, certo?
Obviamente, os homens têm mais presença nesta temporada, o que é bom, mas é óbvio que “Big Little Lies” continua a ser uma série muito feminina, quer à frente, quer atrás das câmaras. Sente que isso a torna diferente das outras séries em que entrou? Existe um estilo ou ambiente de trabalho diferente?
AS: É o melhor. As mulheres deveriam gerir tudo. As gravações têm um ambiente muito criativo, divertido e dinâmico. Reese e Nicole são duas produtoras incríveis, por isso é uma série muito bem orientada, mas também muito divertida. E sim, deveria ser tudo assim. Depois de teres estado em vários tipos de gravações, não tão divertidas e de ter demorado tanto tempo a ter este tipo de histórias; histórias lideradas por mulheres, as pessoas de cor também estão a ter mais hipóteses de contar as suas histórias – tudo isto já vem tão atrasado e tão melhor. Penso que para o público também, é muito mais interessante do que ver outra história sobre um homem de meia idade a tentar balançar o trabalho com os filhos. Não interessa. Um tipo branco. Quem se importa?
O que torna Reese e Nicole tão boas produtoras?
AS: Bom, na minha opinião, são ambas realmente astutas. Falas com a Nicole Kidman sobre representar – e não é que eu tenha tido uma conversa muito longa com ela sobre o tema, mas falámos um pouco sobre a sua personagem – e é como se estivesse a falar com um cientista, sabe, alguém de Stanford que estuda medicina e que acabou de fazer uma descoberta. Foi como, “Wow, és realmente o modelo perfeito. Sabes o que fazes, gostas claramente de o fazer e adoras resolver aquele problema matemático.”
Ambas têm um olho para o material, para o que parece real e convincente, mas elas também preencher o estúdio com pessoas incríveis, capazes de manter a bola no ar, são pessoas incríveis no que fazem, como também as mais simpáticas. É um estúdio muito feliz. Por isso, quando entro em gravações felizes, bem orientadas, em que ninguém está a refilar, todos estão contentes por ali estar, sei que é uma boa produção.
Li ou alguém me contou uma história recente sobre quando a Sheryl Sandberg aderiu ao Facebook, todos se tornaram muito mais produtivos, as reuniões melhoraram bastante, porque ela trouxe sandes. Pensa que isso revela a habilidade que algumas mulheres, especialmente as com cargos superiores, têm de olhar para as situações de forma diferente da dos homens, e simplesmente concluírem, “Ah, era isto?”
AS: Sim. A minha mulher e eu temos uma empresa juntos e vejo a maneira como ela resolve os problemas e eu penso “Ah, certo. Claro. Isso era tão simples.” É como trazer uma sandes para uma reunião. Claro. Às vezes, parece que os cérebros das mulheres têm vários compartimentos secretos e grutas profundas. É como um filme do Indiana Jones. Já o dos homens, é uma simples página de papel com umas tretas lá gatafunhadas. Por isso, ficaria muito contente se todas as gravações até ao final da minha carreira fossem geridas por mulheres.
E depois, claro, entra a Meryl Streep. A sua presença também deve trazer uma magia especial.
AS: Sim. Quer dizer, ela é o melhor que há, provavelmente o melhor que alguma vez existiu, não? Não existe alguém melhor que a Meryl Streep. Lembro-me da primeira vez que a conheci, foi na mesa de leitura. Conheci-a, muito amorosa, falamos por breves instantes. Depois ela seguiu e eu fiquei ali parado até à Laura Dern aparecer e me dizer, “Estive a observar tudo, tiveste bem. Tiveste muito bem.” Todos os atores sabem que este é O momento – [se] és um ator, esperas a vida toda para conhecer Meryl Streep. Por isso, sim, ela é extraordinária, mas depois na série é bastante assustadora.
A segunda temporada de “Big Little Lies” estreia, em exclusivo, na HBO Portugal, dia 10 de junho! Também te rendeste às Monterey Five?
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