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Capitão América – O Soldado do Inverno, em análise

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  • Título Original: Captain America: The Winter Soldier
  • Realizador: Anthony Russo, Joe Russo
  • Elenco:  Chris Evans, Scarlett Johansson
  • Género: Ação, Aventura
  • 2014 | 136 min

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O Capitão América está regresso para a sua primeira aventura a solo no século XXI, com tudo o que de melhor o nosso tempo tem para lhe oferecer.

Em “Captain America: The First Avenger” é-nos apresentado um soldado, inicialmente com um físico que deixava muito a desejar, mas que devido à sua força de vontade e sentido de dever, se tornou merecedor de um poder capaz de derrotar os nazis. Foi assim que o Capitão América (Chris Evans) nasceu. Com uma história simples que se resume a um indivíduo com capacidades sobre-humanas a bater em nazis. Foi um filme sem substância e que passou isso para a personagem. Em “The Avengers”, voltamos a ver o Capitão Rogers com essa mesma falta de personalidade. Ele está lá para seguir ordens e quando ninguém as dá está lá ele para o fazer. Mesmo assim já é perceptível algum desenvolvimento na personagem. Mas foi preciso esperar pelo segundo filme a solo para vermos o Capitão América a tornar-se finalmente num herói. A história do soldado abençoado foi posta de lado e contaram finalmente a história de um herói que tenta fazer o está certo, não o que os outros dizem sê-lo, mas sim o que este acredita e descobre por si ser correto.

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Desta vez vemos o Capitão a trabalhar para a S.H.I.E.L.D., a habituar-se aos tempos de hoje e a tentar apanhar tudo o que perdeu durante o tempo que esteve congelado. O facto de o Capitão estar forte da sua zona de conforto é a razão principal para ter sido possível levar esta personagem onde nunca tinha ido. Ao contrário da guerra, o mundo em que ele se encontra agora já não é tão preto e branco. Tudo à sua volta faz parte de uma zona cinzenta, onde o bem e o mal, o certo e o errado, estão separados por uma linha muito ténue. Para o Capitão isso é algo praticamente impensável. Mas quando este se começa a questionar sobre o que é certo e errado neste tempo em que as coisas funcionam de outra maneira, é aí que o Capitão brilha tanto como o seu escudo acabado de ser polido.

Muitos ainda torcem o nariz quando ouvem falar em filmes inspirados em super-heróis. “Ah, qual é a piada de ver um homem a lutar com um fato ridículo?”, mas a verdade é que essa mentalidade pode muito bem mudar com este filme. Os irmãos Russo, Anthony e Joe, fizeram um óptimo trabalho na realização de um dos blockbusters do ano. Este é um thriller intenso, repleto de acção e com um enredo interessante mas simples de se acompanhar. Se há aperitivo perfeito para “The Avengers: Age of Ultron” é este filme pelo que deixa em aberto. Há muitas mudanças a acontecer dentro da S.H.I.E.L.D., se calhar os mais atentos já sabem do que estão à espera, mas os que não sabem preparem-se porque tudo o que vocês conhecem sobre a organização que fundou os Vingadores vai sofrer uma mudança drástica que nos vai fazer questionar tudo o que sabemos sobre a mesma. Muita coisa fica no ar para aquilo que vai acontecer em “The Avengers: Age of Ultron” e em “Agents of S.H.I.E.L.D.”.

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Mais uma vez, se vai entrar no cinema para ver o filme e depois tem de ir apanhar o comboio, então esqueça. Ou esqueça o comboio, ou o filme, porque vai ter de ficar até um bocadinho mais tarde. Exato, é das cenas pós-créditos de que estou a falar. Mais uma vez, temos duas cenas, uma que nos é apresentada durante os créditos e outra no final. A primeira é a que se destaca mais. São-nos apresentadas duas personagens que vão estar presentes na reunião dos super-heróis da Marvel. Nomes não serão revelados, mas se é fã da Marvel, isto é algo que vai querer ver. Esta cena contém ainda um objeto que nos faz questionar do porquê da sua presença e se irá desempenhar algum papel importante no futuro. A cena pós-pós-créditos é que se calhar já não merece tanto sacrifício. Não vou dar detalhes para não revelar aspetos chave do filme. Se for um grande fã da Marvel não perde nada em ficar mais um bocado dentro da sala, mas se tiver mesmo um comboio para apanhar, não se atrase.

Várias personagens novas são-nos apresentadas, sendo que as que se destacam mais são Alexander Pierce e Sam Wilson. Pierce é um funcionário da S.H.I.E.L.D. responsável por manter as relações entre a organização e o resto do mundo amigáveis. Esta é uma das melhores personagens do filme, não só pelo seu papel na trama mas também pelo trabalho do ator que lhe dá vida, o veterano da acção, Robert Redford. Na lista das aquisições recentes está Sam Wilson, interpretado por Anthony Mackie, um novo aliado de Capitão América. Para os que não sabem, Wilson é o famoso Falcon, o soldado alado. Ele tem um jetpack com um par de assas que-lhe permite voar tão depressa como um falcão. A personagem é das mais carismáticas que a Marvel já nos apresentou, e juntar isso à prestação de Mackie, faz-nos ficar com água na boca e a rezar para que o voltemos a ver em breve. A única coisa que faltou à personagem foi o seu companheiro voador Redwing. Esperemos que o seu aparecimento seja para breve. Para além destes, os novos recrutas tiveram um desenvolvimento mais fraco e menos interessante, incluindo o vilão do filme, que se causa algum efeito em nós deve se simplesmente ao espetáculo e nada mais.

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Os que já cá andam há mais tempo deram a sua melhor prestação até à data. Chris Evans provou que merece de facto vestir o uniforme do Capitão. Scarlett Johansson continua a conseguir-nos enganar no jogo do sei/não sei que Natasha gosta de jogar todos à sua volta. Entretanto, Nick Fury continua a ser aquele líder cheio de carisma a que Samuel L. Jackson já nos habituou. Esta consistência nas interpretações dos atores é ideal para o corpo do universo da Marvel e para a credibilidade das personagens.

Como já é costume nos filmes na Marvel, este também está repleto de eastereggs e para facilitar vou deixar aqui umas pistas para vos ajudar a encontrá-los. Várias são as referências a Iron Man e Hulk, mas essas não têm nada de interessante que se lhe diga, mas há outros dois que podem despertar a atenção dos espectadores por serem referentes a algo que ainda está para vir. O primeiro é um nome que faz parte da lista de ameaças que a S.H.I.E.L.D. pretende eliminar. Se calhar o primeiro nome não irá significar nada, mas o apelido faz-nos logo pensar numa personagem um quanto estranha do universo da Marvel. O outro é a imagem do edifício Stark que sofreu algumas mudanças que muitos fãs vão achar interessante.

Desde “The Avengers” que a Marvel tem sido consistente na qualidade dos seus filmes. “Captain America: The Winter Soldier” é capaz de ser até agora o melhor filme da segunda fase e sem dúvida que é aquele que mais ansiosos nos deixa pelo regresso dos heróis mais poderosos da Terra.



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