Carey Mulligan critica a falta de realizadoras em Star Wars
Carey Mulligan criticou a saga Star Wars pela falta de mulheres na cadeira de realização durante o Festival de Sundance.
Os comentários de Carey Mulligan quando entrevistada durante a sua promoção ao filme “Wildlife”, de Paul Dano no Festival de Sundance, merecem alguma atenção. No meio do escândalo dos assédios sexuais e do movimento Time’s Up e #Metoo, a atriz resolveu falar sobre a difícil situação das mulheres cineastas na indústria norte-americana. A atriz britânica revelou que se Dee Rees (cineasta negra com quem trabalhou em “Mudbound”) fosse um homem branco estaria a realizar o próximo Star Wars e teria outras tantas oportunidades.
Carey Mulligan quer ver mais diversidade na cadeira de realização dos filmes da conceituada série e aplaude o trabalho de Dee Rees em “Mudbound – As Lamas do Mississípi”. O filme, apesar do magnífico sucesso não foi nomeado ao Óscar de Melhor Realizador, nem tão pouco ao Globo de Ouro na mesma categoria. A atriz acrescentou,
Algo não está certo há muito tempo, e estamos a trabalhar para melhorar isso. Eu acho que a Greta [Gerwig] e a Patty Jenkins foram negligenciadas por muito tempo. Se uma mulher não realizar Star Wars nos próximos tempos, acho que as pessoas reagirão a isso.
CAREY MULLIGAN QUER MAIS DIVERSIDADE EM HOLLYWOOD
Além disso, outras declarações de Carey Mulligan nos últimos dias têm gerado polémica. Mulligan afirmou que Hollywood continua a ter dificuldade em escrever filmes sobre mulheres, dizendo durante um Q&A,
A maior parte das atrizes que conheço têm perseguido os filmes onde a escrita é superior. Os filmes tendem a oferecer muito aos homens em termos de papéis principais, mas às mulheres nem tanto.
Quanto à saga Star Wars, J.J. Abrams realizou “O Despertar da Força” em 2015 – e irá regressar para o Episódio IX. Já o Episódio VIII, “Os Últimos Jedi” foi realizado por Rian Johnson. Quanto às prequelas, Gareth Edwards liderou o primeiro filme “Rogue One” em 2016, e Ron Howard está nos comandos de “Han Solo”. Kathleen Kennedy, diretora da Lucasfilm também já revelou o seu desejo em contratar uma mulher para realizar um filme da saga.
Apesar de tudo, “Mudbound” conseguiu 4 nomeações aos Óscares da Academia, tornando-se o filme da Netflix mais nomeado até ao momento. Aliás, todas as suas nomeações são históricas. Dee Rees tornou-se a primeira mulher negra nomeada ao Óscar de Melhor Argumento Adaptado. Também Rachel Morrison, a diretora de fotografia, tornou-se a primeira mulher nomeada na categoria. Já Mary J. Blige foi a primeira pessoa a conseguir uma nomeação numa categoria de interpretação juntamente com uma nomeação a Melhor Canção Original.
“Mudbound – As Lamas do Mississípi” continua em exibição nas salas de cinema portuguesas. A 90ª edição dos Óscares acontece a 4 de março.
