Ana Moreira em “A Corte do Norte” (2008) © Filmes de Fundo

Cinemateca Portuguesa | O que ver em novembro

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Conhece a programação da Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema para o penúltimo mês do ano.

O final do ano aproxima-se e a Cinemateca Portuguesa continua com uma programação bastante dedicada àqueles que queiram conhecer o trabalho dos cineastas mais independentes. Este mês, a escolhas dos programadores da Cinemateca recaiu sobre um conjunto de filmes vindos das Filipinas, de forma a celebrar os 100 anos do cinema daquele país.

Cinemateca Portuguesa
Cinema das Filipinas na Cinemateca Portuguesa © Cinemateca

Como diz a instituição, depois do cinema do Brasil, da Índia, do México, da China ou até da Rússia, é agora a vez do público português conhecer o cinema  das Filipinas.

Temos agora a oportunidade de proporcionar aos espectadores portugueses uma viagem pelo cinema das Filipinas, que só é conhecido na Europa através de alguns poucos autores, como Lino Brocka, “descoberto” nos anos 80 e, nos dias de hoje, sobretudo Brillante Mendoza, Lav Diaz ou Raya Martin. No entanto, a cinematografia filipina arrancou
cedo (as primeiras longas-metragens datam dos anos de 1910) e os filipinos sempre fizeram parte dos mais ávidos espectadores de cinema do mundo.

O nome desta rubrica “Sine, Cinema das Filipinas – Nos Cem Anos do Cinema Filipino” só foi possível em colaboração com a Embaixada das Filipinas em Portugal e com o Film Development Council of The Philippines.

Outra das rubricas da Cinemateca Portuguesa para novembro é “In Memoriam Albert Finney”, uma homenagem ao ator britânico nascido em 1936 e falecido este ano, que protagonizou diversos êxitos contemporâneos como “Saturday Night, Sunday Evening” (Karel Reisz, 1960) e “Before The Devil The Knows You’re Dead” (Sidney Lumet, 2007).

 De cara fresca, vimos Finney, ora lunar, ora soalheiro, a rebelar-se contra o sistema, passando a perna a uma sociedade conservada em formol. Com o passar dos anos, Finney começou a especializar-se em personagens caídas, derrotadas pela idade adulta, que se deixaram consumir por uma triste solidão e, por vezes, por vícios antigos, como o álcool.

Conhece o horário dos principais filmes da Cinemateca em novembro, bem como a respetiva sala de exibição. 




“Under the Volcano” (1984), 05-11-21h30 | F.R.

Cinemateca Portuguesa
Jacqueline Bisset, Anthony Andrews, e Albert Finney em “Under The Volcano”(1984) © Universal Pictures

John Huston voltou às grandes adaptações literárias com a obra-prima de Malcolm Lowry, comprovando, em UNDER THE VOLCANO, a sua capacidade para filmar romances tidos como “infilmáveis”. Fê-lo no México, onde Lowry situa a ação do seu romance centrado na personagem de um cônsul britânico que é interpretada no filme de Huston, com “som e fúria”, por Albert Finney.




“Portrait of Jason” (1967), 06-11-21h30 | F.R.

programação Cinemateca
Jason Holliday em “Portrait of Jason” (1967) © Shirley Clarke Productions

Um clássico do New American Cinema e um exemplo da variedade do cinema nova-iorquino dos anos 60, feito por uma realizadora que muito contribuiu para a abolição das fronteiras convencionais entre realidade e ficção. Jason Holliday, um amigo de Shirley Clarke, negro, homossexual e potencial artista de cabaret, narra a sua vida diante da câmara, enquanto bebe e fuma charros, transformando o que teria sido uma entrevista numa autêntica encenação da sua pessoa. Ingmar Bergman declarou: “É o filme mais fascinante que já vi”. A apresentar em cópia digital.




“Murder on the Orient Express” (1974), 07-11-15h30 | F.R.

Cinemateca
Ingrid Bergman em “Murder on the Orient Express” (1974) © EMI Film Distributors

MURDER ON THE ORIENT EXPRESS adapta uma das mais populares novelas de Agatha Christie tendo como personagem central o detetive belga Hercule Poirot (Albert Finney). Viajando no Expresso do Oriente, Poirot é confrontado com um misterioso assassínio de que é vítima um odiado financeiro, interpretado por Richard Widmark. Todos os suspeitos são representados por atores bem conhecidos, e um deles conquistaria um Óscar: Ingrid Bergman.




“Before The Devil Knows You’re Dead” (2007), 08-11-19h | F.R.

Ethan Hawke, Albert Finney
e Marisa Tomei em “Before the Devil Knows You’re Dead” (2007) © Capitol Films

Um assalto mal sucedido perpetrado por dois irmãos à joalharia dos próprios pais – este é o ponto de partida para a derradeira obra realizada por Sidney Lumet. Thriller extremamente inventivo em termos narrativos, uma vez que o cineasta opta por um tempo não linear, com contínuos saltos na cronologia, e por uma multiplicação de pontos de vista que lembra RASHÔMON de Akira Kurosawa. BEFORE THE DEVIL KNOWS YOU’RE DEAD foi buscar o seu título a um provérbio irlandês, estando em sintonia com a ascendência do ator Albert Finney, que aqui interpreta um pai saturnal dividido entre o amor aos filhos e um imparável desejo de vingança.




“Independencia” (2009), 13-11-18h30 | L.P.

Museu do Cinema Portugal
Parte do cartaz de “Independencia” (2009) © Arte France Cinéma

Nascido em 1984 (e já autor de doze longas-metragens de ficção, além de diversas curtas-metragens e documentários), Raya Martin é um dos grandes nomes do atual cinema filipino. Em INDEPENDENCIA, através da história de um jovem e da sua mãe idosa que se escondem na selva, devido ao perigo iminente de uma invasão, o realizador tomou como tema a colonização americana das Filipinas, que foram ocupadas sucessivamente pelos espanhóis, os japoneses e os norte-americanos, pois “a imagem que os filipinos têm de si mesmos é baseada no espelho colonial”. O realizador adota deliberadamente um estilo semelhante à “estética dos filmes americanos sobre o período da ocupação. “Percebi que poderia falar da resistência durante este período usando esta estética”. O crítico Gonzalo de Pedro vê o filme como “um complexo exercício que se situa entre a apropriação, o simulacro e a reivindicação política”.




 “Sweet Birth of Youth” (1962) , 14-11-21h30 | F. R.

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Paul Newman e Geraldine Page em “Sweet Bird of Youth” (1962) © Warner Bros.
Adaptação de uma peça de Tennessee Williams, onde Geraldine Page tem uma das suas mais dramáticas interpretações no papel de uma estrela de Hollywood em decadência que procura “reencontrar” a juventude através do corpo de um jovem Paul Newman, seu gigolo desencantado. “Anti-herói”, num dos papéis da sua vida, raras vezes Paul Newman terá sido mais desejável do que em SWEET BIRD OF YOUTH. Geraldine Page foi nomeada para um Óscar pelo seu papel no filme.




“O Grande Peixe” (2003), 15-11-15h30 | F.R.

filmes na Cinemateca
Albert Finney em “Big Fish” (2003) © Columbia Pictures

Um jovem (Billy Crudup) procura conhecer e compreender melhor o pai (Albert Finney) que está a morrer, e que era admirado e amado por todos como um efabulador maravilhoso, inventando, a partir da realidade, as mais estranhas histórias. Mas onde começa a fantasia e acaba o mundo real? Um filme sobre as fronteiras da fantasia, sobre o poder da fábula e sobre o próprio realizador.




“Orphans” (1987), 18-11-15h30 | F.R.

filmes na Cinemateca
Albert Finney em “Orphans” (1987) © Lorimar Motion Pictures

Filme que resulta da adaptação ao cinema de uma peça de teatro da autoria de Lyle Kessler, a mesma que Albert Finney protagonizou nos palcos ingleses de modo triunfante. Por duas vezes, Finney foi Harold, um criminoso em queda que é sequestrado por dois jovens rufias, interpretados por Matthew Modine e Kevin Anderson, que carecem na sua vida de uma figura paterna. Alan J. Pakula, realizador de alguns dos melhores thrillers políticos da Nova Hollywood, filma este drama psicológico fortemente alicerçado nas interpretações dos seus atores. Primeira exibição na Cinemateca.




“The Dresser” (1983), 20-11-15h30 | F.R.

Cinemateca
Albert Finney em “The Dresser” (1983) © Columbia Pictures

Reflexão sobre as relações de classe e de poder no seio do teatro inglês shakespereano durante a Segunda Guerra Mundial, a obra de Peter Yates baseia-se em grande medida na interação de dois atores em perfeito estado de graça: Albert Finney como o veterano ator em rápida decadência que o fiel camareiro encarnado por Tom Courtenay procura amparar para que o espetáculo continue e a recente encenação de King Lear chegue a bom porto. Albert Finney venceu o prémio de Melhor Interpretação Masculina no Festival de Berlim e Tom Courtenay foi galardoado com o Globo de Ouro na categoria de melhor ator dramático. Primeira exibição na Cinemateca.




“Lolita” (1962), 23-11-21h30 | F.R.

Museu do Cinema
Sue Lyon em “Lolita” (1962) © A.A. Productions Ltd.

Adaptação do polémico romance de Vladimir Nabokov, pelo próprio escritor (nomeado para o Óscar pelo seu trabalho). Um professor casa com uma viúva para poder estar ao lado da sua paixão, a adolescente Lolita. Um filme que causou escândalo na época da sua estreia e que é um caso extremamente interessante em termos de adaptação e de colaboração entre dois singularíssimos criadores.




“Saturday Night and Sunday Morning” (1960), 27-11-15h30 | F.R.

Cinemateca
Albert Finney e Shirley Anne Field em “Saturday Night and Sunday Morning” (1960) © Woodfall Film Productions

Filme charneira do novo cinema inglês. Longa-metragem seminal da geração dos “angry young men”, SATURDAY NIGHT AND SUNDAY MORNING é a incorporação, pela ficção, de uma tradição britânica do cinema “realista”. Politizado e com fortes preocupações sociais. Primeiro grande papel no cinema de Albert Finney.




“A Corte do Norte” (2008), 28-11-18h30 | L.P.

A Corte do Norte
Ana Moreira em “A Corte do Norte” (2008) © Filmes de Fundo

Baseado no romance homónimo de Agustina Bessa-Luís (1987), o filme de João Botelho é uma epopeia familiar, centrada nos ecos e reflexos que unem (ou afastam) várias gerações de personagens femininas pertencentes à mesma família. Ana Moreira, em papel múltiplo, dá corpo a todas essas mulheres, num filme construído em vaivéns temporais ao longo de cem anos, de meados do século XIX a meados do século XX.




“Alice no País das Maravilhas” (2010), 30-11-15h | Cinemateca Júnior

Alice no País das Maravilhas
Mia Wasikowska em “Alice in Wonderland” (2010) © Disney Enterprises

Alice agora com dezanove anos volta a cair na toca do coelho e retorna ao mundo mágico da sua infância. Encontra os seus velhos amigos, mas o “País das Maravilhas” está transformado no “País do Terror” sob o reino da Rainha de Copas. Será que a nossa heroína consegue com a ajuda do excêntrico Chapeleiro cumprir o seu destino e devolver a alegria e esperança à terra das maravilhas? É esta a aventura que Tim Burton nos propõe.




“Imitation of Life” (1934) + “Imitation of Life” (1959)  30-11-15h30 | F.R.

Imitação da Vida
John Gavin e Lana Turner em “Imitation of Life” (1959) © Universal Pictures

A versão original do romance melodramático de Fannie Hurst privilegia o sentimentalismo em vez do delírio visual que caracterizou o remake que Douglas Sirk fez quinze anos mais tarde com a mesma história: duas mulheres que se lançam numa empresa comercial como forma de ganhar a vida enriquecem mas veem a sua amizade soçobrar. Realização e argumento (de Preston Sturges) notáveis. IMITAÇÃO DA VIDA, o melodrama absoluto de Douglas Sirk (seu último filme em Hollywood) é o filme de todos os espelhos: duas mulheres, uma branca e uma negra, uma que enriquece, a outra que continua pobre, e as suas duas filhas (a filha da negra passa por branca). À exceção da negra todos imitam a vida e perseguem uma falsa felicidade, simbolizada nos diamantes que caem em catadupa no genérico.

Apresentado na habitual rubrica Double Bill.

Mais informações sobre a programação podem ser consultadas aqui. Os bilhetes podem ser adquiridos na bilheteira da Cinemateca Portuguesa ou em bol

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