Comédia Explícita – Movie 43, análise

 

1f997880-3f1c-4ac4-8e0d-6302b6a0bad8 Título Original: Movie 43

Realizador: Bob Odenkirk

Elenco: Emma Stone, Stephen Merchant, Richard Gere

Género: Comédia

Pris Audiovisuais | 2013 | 97 min

Classificação: [starreviewmulti id=6 tpl=20 style=’oxygen_gif’ average_stars=’oxygen_gif’]

 

O que é o “Movie 43”? Querem saber? Eu vou tentar dar-vos uma ideia, mas preparem-se, porque vocês nunca viram nada assim e depois de o verem são capazes de querer desejar que nunca o tivessem visto.

Podem pensar que as várias histórias do filme estão interligadas mas não estão. O filme é sobre dois miúdos que decidem pregar uma partida ao irmão mais novo de um deles e metem-no à procura de um filme que eles inventam chamado “Movie 43”. Para grande surpresa deles o filme existe mesmo e ninguém quer que ele seja visto. Durante a sua pesquisa o miúdo depara-se com uma série de curtas metragens, em que entram grandes estrelas do cinema a fazerem coisas um bocado estranhas, que têm como objetivo fazê-los desistir de encontrar o filme. É aí que o caos se instala.

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O primeiro segmento do filme é realizado por Peter Farrelly e chama-se “The Catch”, no qual Kate Winslet tem um encontro com Hugh Jackman, que tem um pequenino problema. Digamos que descobrimos como é que Jackman aguentou cantar durante “Les Misérables”. Winslet a início fica bastante impressionada com Jackman até que descobre o seu “defeito físico” no qual ninguém parece reparar, o que a faz dar em maluca. Este é um dos melhores segmentos do filme.

“Homeschooled” fala-nos de Kevin, um adolescente que estuda em casa, mas que devido à importância que os seus pais dão a isso, a sua vida continua a ser o inferno que seria se ele andasse no secundário. Os pais de Kevin são interpretados por Liev Schreiber e Naomi Watts, que não deixam escapar nada daquilo que deve fazer parte da vida de um adolescente. O seu primeiro beijo, o amigo gay que diz gostar dele, a sua primeira vez, o bullying, não o deixarem entrar numa festa da escola… Já perceberam a ideia. Este segmento, realizado por Will Graham, é a maior paródia do filme.

Depois segue-se “The Proposition”, em que Anna Faris pede ao seu namorado, Chris Pratt, para fazer cocó nela.

A seguir temos “Veronica”, o segmento creepy do filme, em que Emma Stone tem uma espécie de dirty talk  com Kieran Culkin. Griffin Dunne é o realizador que nos deixa a pensar “mas o que é que foi isto?”.

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Já todos ouvimos falar do iPhone e do iPod, mas agora Richard Gere apresenta-nos o iBabe. Tal como o iPod, o iBabe permite-nos ouvir música, mas tem a limitação de ter a forma de uma mulher, que por acaso está nua, o que na verdade é uma porta para a imaginação dos miúdos. Neste segmento realizado por Steven Brill, Gere tenta encontrar a solução para parar com as mutilações nos miúdos causadas pela iBabe. Sugestão: a frase “leia as instruções antes de se aventurar por caminhos desconhecidos” podia aparecer em letras na caixa. É só uma sugestão.

De James Duffy, chega-nos a paródia aos super-heróis, no “Super Hero Speed Dating”. Aqui temos um Fake Robin (Justin Long) que espera conhecer uma rapariga interessante, mas graças a um Fake Batman (Jason Sudeikis), ele vai ter uma série de peripécias que só o Rapaz Maravilha é capaz de suportar.

Agora vem o segmento mais sério que nos faz pensar nas crianças que… vivem dentro das máquinas?! Será que no meio de tanta palhaçada, temos algo que serve para nos chamar a atenção a algo que não é óbvio de imediato? Algo que nos faça refletir? Até pode ser que sim, mas depois apercebe-mo-nos que estamos a refletir sobre a maneira como tratamos as máquinas que também têm sentimentos e está tudo estragado. Jonathan van Tulleken consegue enganar-nos com a parte mais artística do filme.

Aquele momento marcante na vida de uma adolescente em que esta tem o seu primeiro período é nos apresentado em “Middleschool Date”. Realizado por Elizabeth Banks, este segmento mostra-nos o pânico que este momento causa, especialmente se for em casa do namorado, que ainda fica mais passado do que ela. Aqui dominam jovens atores, Chloë Grace Moretz, Christopher Mintz-Plasse e Jimmy Bennett, aos quais já se prevê uma longa carreira. Quer dizer, depois disto, tudo pode acontecer.

E chega-nos aquela parte do filme em que vemos o product placement no seu melhor. “Tampax” é suposto ser um anúncio de uma marca de tampões que prometem ser melhores do que os outros, evitando surpresas inesperadas. Este bocado foi vos apresentado por Patrik Forsberg.

“Happy Birthday”!! Caso seja o caso, parabéns, se não, este é o nome do segmento com a assinatura de Brett Ratner, no qual Gerard Butler é um duende, ou melhor, dois duendes, que dão uma tareia a Sean William Scott e ao seu melhor amigo Johnny Knoxville. Aqui aprendemos a lição de que só nos devemos meter com alguém do nosso tamanho.

No outro segmento realizado por Pater Farelly, Halle Berry e Stephen Merchant jogam ao jogo mais perigoso de sempre, quando passado dos limites, “Truth or Dare”.

No penúltimo segmento do filme, temos Terrence Howard a tentar levar a sua equipa de basketball constituída por jogadores afro-americanos à vitória. Este podia ser um dos segmentos mais divertidos do filme, mas como não acrescenta muito ao que o trailer nos revela, o elemento de surpresa não está presente, ao contrário do que acontece nos outros. Infelizmente, Rusty Cundieff não foi premiado com a “Victory’s Glory”.

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Por último, para aqueles que não têm pressa de sair do cinema, a meio dos créditos temos ainda uma história de amizade entre Josh Duhamel e Beezel, o seu gato animado, que tenta de tudo para impedir Elizabeth Banks de ficar com o seu homem. Estranho? Bem, depois de uma hora e meia já estamos habituados a isso. “Beezel” é realizado por James Gunn.

“Movie 43” não é um marco da comédia. A exclusividade de algumas piadas não ajuda às gargalhadas. Onde o filme ganha mais, para além de ter um fantástico elenco que só se quer é divertir, é na imprevisibilidade e originalidade.

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