Drive My Car/Festival de Cannes ©

Drive My Car quebra recorde em Portugal

Aclamado na última edição dos Óscares, Drive My Car, de Ryusuke Hamaguchi quebrou um recorde importante em Portugal.

Após a estreia exclusiva na Filmin no passado dia 9 de Junho, a plataforma de streaming revelou que “Drive My Car” tornou-se no seu maior sucesso de sempre, ao registar o maior número de visualizações da plataforma de streaming.

Drive My Car” continua assim imparável e a fazer história em 2022. O seu caminho de aclamação começou no Festival de Cinema de Cannes em 2021, onde competiu pela Palma de Ouro, na Selecção Oficial em Competição e de onde saiu com o prémio de Melhor Argumento, prémio FIPRESCI e o prémio do Júri Ecuménico. Seguiram-se os Globos de Ouro, os BAFTA e a vitória nos Óscares da Academia, na categoria de Melhor Filme Internacional.  Mas o que torna “Drive My Car” um filme icónico? Segundo a distribuidora portuguesa, Leopardo Filmes:

Desde logo, a qualidade da sua escrita, a sua perspicácia e intuição, que sentimos quando olhamos para as personagens que constrói, inteiras, corpo e verbo com uma aura de mistério; ou na forma como Hamaguchi regista o íntimo (Mathieu Macheret fala numa “cenografia da afectividade”) e aborda questões universais como o amor, a perda, a solidão, a memória. E em Drive My Car, onde o personagem principal é um actor e encenador, convidado a encenar O Tio Vânia de Tchekhov num festival de teatro em Hiroshima, as relações e a contaminação entre o teatro e a vida, entre o dentro e o fora do palco. A determinada altura, o encenador Kafuku, em conversa com o actor na peça Takatsuki, diz-lhe: “Tchekhov é aterrador. Quando dizemos as suas falas, o texto arranca-nos do nosso ‘eu’. Não sente isso?” Neste filme monumental e “luminoso”, a arte é o idioma universal que nos leva à compreensão da natureza humana. (Leopardo Filmes).

Drive My Car” foi igualmente aclamado pela crítica internacional e também pela crítica portuguesa. Cláudio Alves, aquando da antestreia nacional do drama japonês no LEFFEST 2021 escreveu na sua crítica:

As mais pequenas coisas revelam galáxias de significado pessoal e é o singelo movimento que mais nos diz sobre cada pessoa. O fumar em silêncio torna-se numa ação de especial convívio e simbolismo, evidenciando a proximidade crescente entre o artista e sua condutora. Tal como cada pessoa partilha suas mágoas com o companheiro, também o tabaco e o lume são parte da comunhão. A imagem mais comovente da fita assim se afigura como um simples plano de mãos erguidas através do tejadilho. Nos seus dedos se seguram cigarros acesos, plumas de fumo puxadas pelo vento noturno. É uma visão quase religiosa, quiçá ritualista que emula o incenso fúnebre que se avista no capítulo primeiro de “Drive My Car”.

Podes assistir a “Drive My Car” na Filmin. O filme está também disponível para aluguer para aqueles que não têm uma subscrição



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