Cornos, em análise

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 CORNOS | FICHA TÉCNICA

  • Título Original: Horns
  • Realizador: Alexandre Aja
  • Elenco:  Daniel Radcliffe, Juno Temple, Heather Graham
  • Género: Thriller
  • 2014 | 120 min

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CORNOS | ANÁLISE

Uma história diferente de qualquer outra, mas com um amor tão forte como o pecado.

Tudo neste filme é uma verdadeira surpresa. O argumento, a cinematografia, o elenco, tudo o que rodeia este filme funciona tão bem que nos envolve nele. Este filme é um dos mais completos dos últimos tempos. Tem de tudo, terror, comédia, drama, romance, fantasia, e todos estes géneros são muito bem abordados nos seus momentos. Alexandre Aja mostra ser um realizador com capacidade para realizar um filme com alma, sobre a natureza humana e não se esquecer de nos dar algo fantástico, aterrador e maravilhoso.

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Horns apresenta-nos uma história de amor tão poderosa como as clássicas histórias de amor da literatura e do cinema. Ig (Daniel Radcliffe) e Merrin (Juno Temple) são um casal que já está junto desde os seus tempos de infância e depois de tantos anos, o amor entre si continua forte como nunca. Estas duas personagens, especialmente Ig que é quem nós seguimos ao longo da acção, tocam-nos e fazem-nos acreditar na possibilidade de um amor platónico. Tudo o que estes fazem é pelo amor que sentem um pelo outro. Merrin até se chega a separar de Ig para o proteger daquilo a que ela o ia submeter no futuro. Tudo o que ela queria era que ele fosse feliz e acreditava que com ela isso não seria possível, mas o que ela não sabia é que ele só queria ser feliz consigo. Com a morte desta, Ig perde tudo o que de melhor tinha na sua vida e é acusado de ter sido ele a cometer esse terrível crime. Para provar a sua inocência e tentar perceber pelo que é que a sua amada estava a passar antes da sua morte. Nessa viagem, Ig percebe o quão importante a sua namorada era para si e naquilo em que o amor nos pode tornar.

Os cornos e aquilo que eles simbolizam são uns dos aspectos mais interessantes do filme. Estes são capazes de fazer qualquer pessoa revelar os seus segredos mais negros e de as convencer a fazer qualquer coisa para conseguirem o que querem, um bocadinho daquilo que se esperava ver o Diabo a fazer. A alegoria entre o anjo caído e a personagem de Radcliffe não podia ser mais óbvia. Este recebe os cornos quando nega qualquer supremacia que Deus possa ter sobre a vida e a natureza, tal como Lúcifer fez quando o tentou “tirar do poder” dos céus. Ao contrário deste ser mitológico, Ig nunca tenta ocupar o lugar de Deus, apenas o põe em causa e assim apenas se limita a receber os cornos. E aquela que parecia ser uma maldição, é na verdade uma dádiva para que este conseguisse levar a cabo a sua vingança. No final, ao ser-lhe dada a hipótese de se tornar num anjo, Ig recusa-a abraçando o poder das trevas, o único capaz de o ajudar a terminar o que começou.

Horns_Daniel

 

É interessante e um bocado macabro, o quão perfeita eles fizeram a personagem de Juno Temple. Durante a sua busca por respostas, Ig vai descobrindo que toda a cidade amava a sua namorada. Atencão! Não é amar de “ai gosto muito de ti.” Não! É amar de “eu gosto MUITO de ti!” Ela é quase vista como uma deusa, visão que o realizador também consegue fazer passar para o público. Ao contrário do seu namorado, esta representa a bondade e a beleza do homem, e aquilo que pode provocar naqueles que não são dignos desta.

O elenco foi todo profundamente fenomenal. Daniel Radcliffe nasceu para este papel. Até nos conseguimos esquecer por completo todo o seu historial, e acreditar que este pode ser o maior papel da sua carreira. Talvez não o maior papel, mas a melhor prestação está aqui. Juno Temple é perfeita para o seu papel. A mistificação que a sua personagem tem é lindamente interpretada, e a sua beleza fá-la assentar que nem uma luva na personagem. O restante elenco fez um trabalho fenomenal, mas foram mesmo estes dois actores que se conseguiram destacar mais. Heather Graham infelizmente tem um papel mínimo e o pior de todo o filme. Mas pronto, quem é que é capaz de lhe dizer que não?

Horns é das melhores surpresas deste ano. Tem coração, alma, um grande realizador, um grande elenco, um grande argumento e uma história que nos vai cativar a todos.

 

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