“Dark Touch” no MOTELx | Marina de Van em Entrevista à MHD

 

O filme “Dark Touch” foi exibido no passado dia 13 de Setembro, no Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa. Em Portugal, para o certame, esteve a realizadora Marina de Van, também argumentista da película.

“Dark Touch” conta-nos a história de uma criança de 11 anos, cuja casa onde habita, uma certa noite, parece ganhar vida própria. Vêem-se voar móveis e outros objectos e é a partir dessa ocorrência que uma força fora do normal rodeia a miúda e inexplicáveis acontecimentos aterrorizam as vidas de terceiros.

A título de curiosidade, a protagonista da película é Missy Keating, filha de Ronan Keating, ex membro dos Boyzone. A sua performance atinge uma intensidade dramática digna de nota.

A MHD levou a efeito uma curta entrevistou a Marina de Van, da qual vos damos conta. As revelações infra poderão conter spoilers. Nada que não fique claro logo no início do filme, mas que não consta da sinopse, pelo que se faz, desde já, o devido alerta.

dark2

Entrevista – 13 Setembro 2013

MHD – Esta é uma história cheia de emoções infantis. Que tipo de desafios ou obstáculos encontrou ao trabalhar com crianças?

Marina de Van – Nenhuns, foi muito fácil. Foi muito fácil trabalhar com crianças, porque damos-lhes tarefas concretas e determinados motivos para as suas emoções e elas são muito abertas e sentem-se livres na sua expressão. Foi muito fácil.

MHD – Pode dizer-nos porque escolheu o tema da telecinese?

Marina de Van – Porque achei que seria uma boa forma de mostrar como a menina não tinha qualquer conhecimento da sua própria fúria, das suas próprias emoções. Por isso, eram os objectos que agiam consoante essas emoções. Ela era o veículo de tudo aquilo; e é uma forma de transmitir como, progressivamente, a pouco e pouco, ela se apercebe de tudo isso… ela é o veículo da telecinese. Acabo por descrever o caminho de como ela se torna conhecedora das coisas.

MHD – Acha que um filme de terror com esta dimensão e carga emocional pode ajudar a exorcizar, de alguma maneira, as experiências horríveis de crianças maltratadas? E como realizadora, como se sente com isso?

Marina de Van – Sim, concordo com o que acabou de dizer. Acho que é uma forma de exorcizar, sem dúvida.

MHD – Missy Keating e a sua personagem: pode-nos dizer que semelhanças e diferenças existem entre a menina de “Dark Touch” e as personagens de “The Omen” e “Carrie”?

Marina de Van – Não, porque não me recordo suficientemente desses filmes, muito embora tenha gostado imenso deles. Mas… “The Omen”… penso que é uma personagem demoníaca… A minha personagem não o é… “Carrie” é bastante semelhante.

MHD – Circulam críticas que referem que o seu filme permanece connosco. Como se sente por transmitir esta magia? Foi este o seu propósito? Trazer alguma espécie de reflexão com este argumento?

Marina de Van – Sim, quando fazemos um filme, queremos sempre deixar uma marca na audiência; por isso, fico feliz pelo facto de as pessoas saírem com essa magia, sim.

1-dark-touch