Descarrilada | Mini-Crítica
Com Judd Apatow no leme de uma obra escrita e protagonizada pela hilariante Amy Schumer, Descarrilada é uma das melhores comédias do ano.
Na senda do fabuloso Obvious Child (2014) de Gillian Robespierre e protagonizado por uma vulcânica Jenny Slate, Descarrilada é o segundo veículo cinematográfico para o salto para a ribalta de uma proeminente figura feminina do stand up comedy. É verdade que, apesar de não ter (ainda!) merecido honras de estreia no nosso país, o primeiro é muito mais completo, arriscado e, no geral, assumidamente melhor… mas o bastante competente e divertido filme de Judd Apatow traz definitivamente para a luz da ribalta (de Hollywood) Amy Schumer e o seu humor picante e acídico que promete não ficar por aqui.
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No enredo, desde pequena que Amy se lembra de o pai lhe incutir profusamente a monogamia não é realista. Agora colaboradora numa revista, Amy rege-se por esse lema para desfrutar de uma vida desinibida, livre de sufocos e compromissos românticos aborrecidos. No entanto, e na verdade, ela caiu na rotina. Quando se apercebe que se está a apaixonar pelo tema do seu novo artigo, o charmoso e bem-sucedido médico Aaron Conners, Amy tem de enfrentar os seus maiores medos.
Numa era em que é difícil encontrar uma comédia romântica verdadeiramente divertida, honesta e emocional em Hollywood, Descarrilada surge como um prazer raro. Apesar da estrutura ser bastante fiel aos elementos que reconhecemos numa comédia romântica standard, Apatow e Schumer conseguem otimizar o material ao combinar uma escrita fresca, criativa e arrojada com uma exploração inusitada e moderna do desenvolvimento psicológico e emocional de uma mulher adulta.
Elevado por um elenco inspirado (onde, no meio do domínio cómico de Amy Schumer e Bill Hader, é o basquetebolista LeBron James que se destaca surpreendentemente), o filme de Apatow pode não ser perfeito, mas é facilmente uma das melhores comédias no ano.
O PIOR – Estrutura formulaica, alguma falta de profundidade no desenvolvimento e exposição das personagens e um terceiro ato que se pedia menos meloso e mais vivo.
O MELHOR – O elenco em topo de forma e o argumento (pelo menos a nível e diálogo), à imagem de Schumer, pejado de referências e piadas arriscadas e fora da zona de conforto.
“Descarrilada”: 3*
“Descarrilada” é um bom e divertido filme e gostei de o ver.
“Trainwreck” tem uma história interessante e várias personagens que oferecem momentos hilariantes.
Cumprimentos, Frederico Daniel.