Hotel Transylvania | © Sony Pictures Animation

Filmes a não perder na Cinemateca Portuguesa em setembro (parte 2)

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Eis a nossa recomendação, dos grandes filmes que serão exibidos na Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, no nono mês de 2018. 

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O verão está a terminar e a Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema reabre as portas do seu cinema no mês de setembro após um mês de descanso como habitual.

Diferentemente do que tem acontecido nos anos anteriores, o início da reentre na Cinemateca Portuguesa é feito de uma maneira peculiar. No primeiro dia de setembro chega “O Livro de Imagem” (2018), o mais recente filme de Jean-Luc Godard, estreado na última edição do festival de Cannes e mostrado em poucas ocasiões até ao momento. O filme chega ao nosso país no próximo mês de outubro e será distribuído pela Midas Filmes.

Cinemateca Portuguesa
Relembrar Rita Hayworth é um dos destaques da programação da Cinemateca Portuguesa em setembro

Além disso, na programação de setembro da Cinemateca Portuguesa evocam-se três realizadores que faleceram nos últimos tempos. São eles Milos Forman (1932-2018), Ermanno Olmi (1931-2018), e Nelson Pereira dos Santos (1928-2018). Destacam-se alguns dos seus filmes como “Voando Sobre um Ninho de Cucos” (Milos Forman, 1975)); “O Emprego” (Ermanno Olmi, 1961); e “Rio Zona Norte” (Nelson Pereira dos Santos, 1957).

Também de regresso às sessões de cinema conta-se a rubrica “Cinema na Esplanada” que este mês apresenta clássicos do cinema de terror numa colaboração da Cinemateca Portuguesa e o Motelx – Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa.

O último mês de verão não poderia terminar da melhor forma na Cinemateca Portuguesa! Aproveita para conhecer quais os filmes que não deves perder na primeira parte do mês de setembro.




“The Revenge of Frankenstein”, Esplanada 15-09-22h30

Cinemateca Portuguesa
The Revenge of Frankenstein (1958)

A sequela de THE CURSE OF FRANKENSTEIN (1957), célebre adaptação do romance de Mary Shelley nos anos cinquenta, é porventura a obra-prima da série “Frankenstein” realizada por Terence Fisher para a britânica Hammer, que deu nova vida à criatura que a Universal, James Whale e Boris Karloff notabilizaram no cinema dos anos trinta. Exemplo fabuloso do terror gótico de cores exuberantes e subtexto sexual de Terence Fisher, THE REVENGE OF FRANKENSTEIN dá primazia narrativa ao Barão de Frankenstein, em detrimento da “criatura” e guarda laivos de um humor negro que contrabalança o tom definitivamente trágico do filme precedente. Não é mostrado na Cinemateca desde 2003.




“E Agora? Lembra-me”, F.R. 17-09-21h30

Cinemateca Portuguesa
E Agora, Lembra-me

Engenheiro de som, realizador e produtor, Joaquim Pinto é uma das figuras marcantes do cinema português da sua geração. Também é uma daquelas pessoas que foram atingidas pelo vírus da sida quando a medicina nada podia fazer, mas que sobreviveu a uma morte certa durante mais de vinte anos. Em E AGORA? LEMBRA-ME, premiado no Festival de Locarno, Joaquim Pinto faz um balanço da sua “outra vida”, como seropositivo de longa duração, às voltas com a doença, os tratamentos e a vontade de viver. “Crónica de uma morte anunciada, E AGORA? também é a crónica de uma morte recusada. Joaquim Pinto está vivo e a sua juventude perdura no seu olhar, que não esqueceremos”, notou o crítico Robert Daudelin.




“L’Albero Degli Zoccoli”, F.R. 18-9-15h30

Cinemateca Portuguesa
L’Albero Degli Zoccoli

Inspirado pelas histórias orais da sua avó, em L’ALBERO DEGLI ZOCCOLI Olmi enceta uma viagem ao passado ao procurar documentar o quotidiano de cinco famílias de rendeiros de uma grande propriedade rural italiana de finais do século XIX. Os trabalhos, as alegrias, as injustiças, a resignação, são aqui reencenados e acompanhados ao pormenor numa imbricação de episódios, cujos protagonistas são camponeses da zona de Bérgamo, que assim enriqueceram esta soberba crónica da vida rural com as suas memórias, objetos ancestrais e com o dialeto local. Uma obra absoluta de Olmi, bem demonstrativa da potência poética do cinema, premiada com a Palma de Ouro em Cannes. A apresentar em cópia digital.




 “Man Hunt” , F.R. 19-9-21h30

Cinemateca Portuguesa
Walter Pidgeon

Sexto filme americano de Fritz Lang, MAN HUNT é uma espécie de fábula política sobre o regime nazi. Em vésperas da Segunda Guerra, um turista inglês é apanhado pela Gestapo quando tem Hitler na mira da sua espingarda de caça… descarregada. Os nazis exploram a situação como um atentado para tentar responsabilizar o governo britânico. Conseguindo evadir-se, a personagem de Walter Pidgeon é alvo de uma perseguição por agentes alemães na Grã-Bretanha, até ser encurralado numa caverna de montanha. Ao lado de Walter Pidgeon, e dele se separando numa das mais memoráveis cenas de despedida da história do cinema, Joan Bennett.




“Vedete Sono Uno di Voi”, F.R. 20-9-15h30

Cinemateca Portuguesa
Vedete Sono Uno di Voi

O último filme de Ermanno Olmi é um documentário centrado na vida e na obra do Cardeal Carlo Maria Martini (1927-2012), durante décadas Arcebispo de Milão, e uma referência no catolicismo progressista italiano. Entre imagens de arquivo e leituras dos escritos de Martini, Olmi constrói uma evocação e uma homenagem, concluindo a sua obra em absoluta fidelidade a alguns dos principais eixos que nortearam a sua vida e o seu trabalho – sempre reivindicando a importância da fé católica e a proximidade com o povo. Era a única longa-metragem de Olmi que nos faltava mostrar nesta Cinemateca.




“Hair”, F.R. 21-9-15H30

Cinemateca Portuguesa
Hair de Milos Forman

A cultura (e a “contracultura”) americanas foram um objeto recorrente da curiosidade de Milos Forman. Para o seu primeiro filme após a consagração proporcionada por ONE FLEW OVER THE CUCKOO’S NEST escolheu adaptar um musical da Broadway que no final dos anos sessenta entrara para a mitologia contestatária daquela década: HAIR, sobre um recruta destinado ao Vietname que é “desviado” por um grupo de “hippies” e toma conhecimento com as drogas e o rock and roll.




 “Bride of Frankenstein”, Esplanada 21-09-22h30

Cinemateca Portuguesa
Elsa Lanchester

Dando continuação a FRANKENSTEIN, também de James Whale, BRIDE OF FRANKENSTEIN é um daqueles raros casos em que a sequela consegue superar o original, introduzindo novas personagens, como um fabuloso “cientista louco” (Ernest Thesiger) que miniaturiza pessoas e animais, e uma noiva para o monstro, criada como ele. Elsa Lanchester interpreta o duplo papel da noiva (uma imagem de horror e sonho incomparável) e de Mary Shelley, a autora do romance Frankenstein que está na base do filme.




“Near Dark”, Esplanada 22-09-22h30

Cinemateca Portuguesa
Near Dark

NEAR DARK foi o auspicioso filme da estreia na realização a solo de Kathryn Bigelow (THE LOVELESS, coassinado com Monty Montgomery, e com William Defoe num primeiro papel protagonista, é de 1982). Rodado no Sul dos Estados Unidos e tomando como referente a paisagem e a tradição do western americano, trata-se, com essa peculiaridade, de um filme inscrito no reavivar do género dos “filmes de vampiros” a que se assistiu nos anos oitenta. “Na verdade, do que se trata – e mais do que nunca impõe-se aqui um paralelismo com BLUE VELVET [de David Lynch] – é de uma viagem de ‘ida e volta’ ao Inferno. […] uma espécie de conto de fadas ‘noturno’: por mais claro que seja o dia é sempre impossível esquecer que houve uma noite” (Luís Miguel Oliveira). NEAR DARK foi mostrado uma única vez na Cinemateca, em 1996, num programa dedicado a uma “Volta ao Mundo em 80 Filmes”.




“Rio Zona Norte”, F.R. 24-7-15H30

Cinemateca Portuguesa
Rio Zona Norte

Segunda longa-metragem de Nelson Pereira dos Santos, RIO ZONA NORTE relaciona-se diretamente com a primeira, RIO 40 GRAUS (de 1955). É, como esse, um filme profunda- mente radicado na cultura popular carioca, e num dos seus veículos essenciais, o samba. Conta a história de um sambista que, deixado entre a vida e a morte na sequência de um acidente, luta pelo reconhecimento dos seus direitos sobre as canções que criou. É um dos filmes mais poderosos do cinema brasileiro dos anos cinquenta, e uma espécie de anúncio do “cinema novo” então ainda por vir. Primeira exibição na Cinemateca.




“L’Atalante”, F.R. 24-9-15h30

Cinemateca Portuguesa
L’Atalante

A única longa-metragem de Jean Vigo. Um filme libérrimo, que rematou todas as buscas estéticas do cinema francês de começos da década de trinta, segundo palavras de Henri Langlois, no qual Jean Dasté, Dita Parlo e Michel Simon conquistam a eternidade cinematográfica. Doente, Vigo não pôde controlar a montagem e o filme foi massacrado pela Gaumont, intitulado LE CHALAND QUI PASSE e retirado de cartaz ao cabo de duas semanas. Um restauro feito nos anos noventa foi muito criticado. L’ATALANTE é apresentado, pela primeira vez na Cinemateca, na versão restaurada em 2017 (em digital), a mais fiel às intenções do cineasta.




“Vidas Secas”, F.R. 25-09-15H30

Cinemateca Portuguesa
Vidas Secas

Baseado no romance homónimo de Graciliano Ramos, VIDAS SECAS acompanha a saga de uma família pressionada pela seca em travessia pelo sertão brasileiro em luta pela sobrevivência. Título fundamental do cinema brasileiro, é o mais conhecido filme de Nelson Pereira dos Santos.




“Pickpocket”, F.R. 25-09-21H30

Cinemateca Portuguesa
Marika Green e Martin LaSalle

PICKPOCKET, obra-prima de Robert Bresson, é o filme em que o seu estilo peculiar se afirma de modo definitivo. O seu filme mais austero e depurado, mas também o mais misterioso, feito essencialmente de gestos, os gestos do carteirista como metáfora de todos os gestos de posse e de revolta. Mas também de amor, que a personagem descobrirá ao fim de um doloroso percurso.




“Filming Othello”, L. P. 27-09-18H

Cinemateca Portuguesa
Orson Welles

Como todas as rodagens de Orson Welles posteriores à de THE LADY FROM SHANGHAI, a de OTHELLO foi muito conturbada, teve diversas interrupções e estendeu-se por três anos e meio, em meia dúzia de países. Trata-se de um exemplo excecional do trabalho de um cineasta que volta ao seu próprio trabalho muitos anos depois de o ter concluído. A apresentar em cópia digitial.




“Othello”, 27-09-21H30

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Orson Welles

Adaptação da tragédia de Shakespeare num dos mais fascinantes filmes de Orson Welles, aqui na segunda das suas três incursões shakespereanas e numa prodigiosa lição de cinema. A montagem é um perfeito “jogo” de ilusões na forma como manipula o espaço e o tempo dando a impressão de continuidade, num filme cuja produção foi caótica e que foi rodado em espaços muitos diferentes. OTHELLO é um espantoso jogo de “raccords”, que torna possível a verosimilhança de campos/contracampos rodados a milhares de quilómetros de distância. O resultado é um filme que sugere mais do que dá a ver e a realização de Orson Welles “propõe um cinema de pura ilusão, como modo de condensar a verdade” (José Navarro de Andrade).




“Hotel Transylvania”, Palácio Foz 29-09-15h

Cinemateca Portuguesa
Hotel Transylvania

HOTEL TRANSYLVANIA passa-se num hotel cujo dono é o Conde Drácula e os seus hóspedes são as míticas figuras do universo do terror, a Múmia, Frankenstein, Lobisomem, que ali procuram refúgio dos humanos. Aproveitam esta reunião para celebrar o 118º aniversário de Mavis filha de Drácula e tudo está a correr bem até que aparece um jovem intruso, Jonathan, que pode por em risco este refúgio de monstros.

Mais informações sobre a programação podem ser consultadas aqui. Os bilhetes podem ser adquiridos na bilheteira da Cinemateca Portuguesa ou em bol

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