Em Hollywood as protagonistas femininas são poucas

Dos 700 filmes de sucesso entre 2007 e 2014, apenas 30% dos protagonistas são mulheres. As realizadores femininas são ainda mais raras.

Na temática da diferença salarial em Hollywood que voltou ao destaque depois da revista Forbes publicar as listas dos atores e atrizes mais bem pagos, um relatório mostra que apenas menos de um terço das personagens mais rentáveis de Hollywood são mulheres.

Um estudo desenvolvido pela University of California’s Annenberg School for Communication and Journalism analisou os 100 sucessos de bilheteira nos EUA de cada ano entre 2007 e 2014. Os resultados obtidos, apesar de não serem surpreendentes, são preocupantes.

• Das 30 mil personagens analisadas, apenas 30,2% são do sexo feminino;
• Em 2014, apenas 21 dos 100 maiores títulos foram protagonizados ou co-protagonizados por mulheres. Este número é igual ao resultado de 2007 (20%);
• Também em 2014, nenhuma atriz com mais de 45 anos protagonizou qualquer um dos 100 maiores filmes. Apenas 3 mulheres de diferentes etnias protagonizaram ou co-protagonizaram as produções;
• Menos de um quarto de todas as personagens com falas eram do sexo feminino nos filmes de animação de maior bilheteria de 2014;
• Apenas 21,8% das personagens com falas em filmes de ação eram mulheres, e 34% das personagens em comédia eram do sexo feminino;
• Das 9.522 personagens com idade entre 40 e 64 anos, 21,8% eram mulheres. Em 2014, mulheres de meia-idade representaram 19,9% dos personagens dos 100 maiores filmes, a mesma percentagem de 2007;
• Apenas duas cineastas realizaram algum dos 100 filmes de 2014, mesmo número que em 2013;
• Entre 2007 e 2014, apenas 28 mulheres realizaram alguns dos 700 maiores filmes do período em causa – entre elas, Angelina Jolie, Kathryn Bigelow, Anne Fletcher e Ava DuVernay. Entre as 28, apenas 3 eram mulheres negras.

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Além da falta de personagens do sexo feminino no grande-ecrã, as mulheres são muito mais sexualizadas que os homens. Em 2014, mulheres de todas as idades tiveram mais cenas com roupas sensuais do que os homens – 27,8%, contra 8%. O sexo feminino também protagonizou mais cenas de nudez – 26,4%, contra 9,1% dos homens. As mulheres são mais elogiadas pela sua beleza – 12,6% do sexo feminino contra 3,1% do sexo masculino.

Também no ano passado, foi comprovado que a sexualização não existe apenas nas mulheres adultas, mas também nas adolescentes. Jovens com idades entre 13 e 20 anos foram tão sexualizadas quanto as mulheres entre 21 e 39 anos.

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Como conclusão, o estudo mostra que filmes com pelo menos uma argumentista tiveram mais personagens femininas e mais mulheres entre 40 e 64 anos nas suas histórias. Além disso, as produções protagonizadas ou co-protagonizadas por mulheres eram associadas a chick-flicks, ou seja, títulos dirigidos a pessoas do sexo feminino.

“Claramente, a norma de Holywood é excluir raparigas e mulheres do ecrã”, destacou o artigo de investigação, mostrando que a diversidade da sociedade norte-americana não é representada fielmente no grande ecrã.

“Depois de sete anos e 700 filmes, está claro que o ativismo ainda é necessário”, concluiu o estudo.