James Gunn fala sobre a sua experiência em Guardiões da Galáxia

James Gunn, realizador de Guardiões da Galáxia, falou em exclusivo com a Magazine HD sobre como foi estar na frente de duas ambiciosas produções da Marvel!

Na entrevista o cineasta revelou como foi a sua experiência com ambos os filmes e como foi lidar com o sucesso do primeiro filme, a relação com os elementos elenco e, o seu ponto de vista sobre algumas das personagens que mais marcaram esta saga. Entre confidências sobre como foi trabalhar com o seu ídolo de infância, James Gunn deixou-nos em mãos mil e uma razões pelas quais não podemos mesmo perder Guardiões da Galáxia 2!

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MHD: Como fez a transição do sucesso do primeiro filme?

James: Sabia até onde queria ir antes do primeiro filme ter sido tão bem sucedido, porque cheguei com a estrutura básica do enredo quando filmámos “Guardiões da Galáxia”. Também conhecia muito bem a história de Peter Quill, Yondu e de todos, enquanto escrevia o primeiro argumento. Logo sabia qual seria a forma da sequela.

A única coisa que me estava a deixar inseguro era se devia ou não contar a história de Peter Quill e do seu pai na sequela, que pensei ser a grande revelação. Pensei que o podia guardar para mais tarde. Mas, decidi que era a história que queria contar agora, logo foi isso que fiz.

 

MHD: Qual foi a sua reação por estas personagens serem tão bem recebidas?

James: É muito reconfortante o facto de estas personagens terem dito algo a tantas pessoas no mundo. Desde o início, “Guardiões da Galáxia”é sobre um grupo de forasteiros e penso que é sobre isso que o filme trata. Estou sempre a ouvir que o filme liga-se a uma grande variedade de pessoas e é isso que torna a experiência realmente gratificante. Os miúdos dizem-me que o adoram, as pessoas dizem-me que os seus avós adoram. Ouço de fãs em diferentes países à volta do mundo, desde da Tailândia, Reino Unido à América do Sul, entre outros e essa é a parte verdadeiramente surpreendente.

  

MHD: Onde vamos encontrar Peter Quill?

James: Como se sabe, o primeiro “Guardiões da Galáxia” é sobre a relação de Peter com a sua mãe e isso fica bem claro. O segundo filme é sobre a relação de Peter Quill com o seu pai e as suas outras figuras paternais. Yondu é obviamente a figura paternal dele. E agora conhece o seu verdadeiro pai, Ego, interpretado por Kurt Russell, que é de muitas maneiras tudo aquilo que ele queria. Está a ficar em paz com os seus sentimentos de abandono e sobre como se sente sobre a vida do seu verdadeiro pai, que é muito diferente da sua.

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MHD: E quanto à relação de Peter Quill e Gamora?

James: Peter Quill está apaixonado por Gamora, interpretada por Zoe Saldana. Ela está confusa sobre isso. Sabe que Peter Quill é uma boa pessoa, mas no passado não foi muito bom para as mulheres. É um canalha e ela vê isso. Não está à procura desse tipo de amor para a vida dela. Tem estado à procura de uma família e encontrou isso nos Guardiões.

No primeiro filme, Gamora é uma das personagens mais relevantes do filme, porque sabia desde o início que tinha de parar Ronan e impedir que as pessoas morressem. Foi por isso que fez o que fez. Neste filme sabe que são uma família e sabe que é muito importante para todos eles. Mas também tem uma forma de manter as pessoas à distância, a mesma que usa para ter Peter por perto. Por vezes, há uma espécie de maldade nela. Ao longo deste filme isso é algo que vemos em Gamora. Não é através da sua relação com Peter Quill, mas através da relação com a sua irmã, Nebula.

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MHD: As personagens e as suas relações são uma parte importante do filme?

James: Sim. Este filme é sobre todas as personagens. O primeiro filme foi sobre como se tornaram numa família. Este filme é sobre serem uma família. E serem uma família é muito mais difícil do que tornarem-se numa. É uma história muito mais complicada. No primeiro filme, é um grupo de personagens que são estranhas e acabam por se juntar. Onde é que isso os coloca? Estas pessoas estão chateadas. São seres muito disfuncionais, sejam humanos ou alienígenas.

Por exemplo, Rocket foi criado num laboratório animal e não está habituado a intimidade. E quando passa por isso, é completamente desconfortável para ele. Assim, no início do filme torna-se num maníaco. Não é muito bom e tem de chegar a um acordo com quem é. Faz isso com Yondu, que em muitos aspectos é a versão futura de Rocket. É a imagem do que Rocket pode facilmente tornar-se – excluído pelas pessoas que o rodeiam, que o tentam ajudar e que o amam, os Guardiões.

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MHD: Fale-nos de Yondu e de Michael Rooker.

James: Em muitos aspectos, esta história é a de Peter Quill, do seu pai adotivo, Yondu e do seu pai biológico, Ego. Assim, a personagem de Yondu é extremamente importante na história. Focámo-nos muito em Yondu no primeiro filme e sobre quem ele era.

Tenho um fascínio por personagens como Yondu que são multifacetadas. São bons e maus em determinadas maneiras. E Michael Rooker é o melhor para interpretar este tipo de personagem. Não se sabe se nos vai dar um soco ou se nos vai abraçar. É muito bonito ver quem é como intérprete. Dá essa vida a Yondu, que é louco, mas que também tem uma alma, como vimos no fim do primeiro filme, quando foi roubado por Peter Quill. Estava orgulhoso dele. Por isso, de muitas formas, é essa a relação principal deste filme, a de Peter Quill com Yondu.

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MHD: Onde encontramos Drax?

James: Acho que todos sabemos que Drax não é muito bom nas relações sociais. Não entende muito bem sobre o que é que todos à sua volta estão a falar, durante a maior parte do tempo. Diverte-se com coisas onde não devia encontrar diversão. Mas acho que no início do filme, de várias maneiras, Drax é um dos membros mais felizes dos Guardiões da Galáxia. Acha tudo engraçado, mas também pode ser um pouco malvado.

Drax é o único que já teve mesmo uma família, e que foi morta por Thanos. Mas tinha mesmo uma família, uma esposa e uma filha, que amava e que o amavam. As outras personagens nunca tiveram família. E por isso Drax, em alguns aspetos, é o mais saudável dos membros. Mas socialmente, é um pesadelo. E acho que é isso que nos faz gostar dele e por isso chega a tantas pessoas diferentes. O seu coração está verdadeiramente no lugar certo.

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MHD: Como é que o seu aspeto físico mudou?

James: A sua maquilhagem no primeiro filme de Guardiões da Galáxia era obviamente um maravilhoso trabalho de maquilhagem. Demorava quatro horas e meia a ser feita. Esta levou menos de duas horas. É uma grande diferença no aspeto, porque adere de forma firme à sua pele. Mas também é melhor porque Dave Bautista chega ao cenário mais acordado. É uma grande diferença de quem vem para o cenário depois de cinco horas de maquilhagem e de quem chega depois de duas horas, especialmente quando se tem de estar pendurado em plataformas e a gravar cenas de luta durante 12 horas seguidas. Consegue ser muito difícil. A nossa equipa conseguiu recriar a maquilhagem de uma forma muito mais amigável.

 

MHD: E Groot?

James: O bebé Groot tem mais problemas de raiva do que o Groot adulto. O bebé Groot é alguém com quem todas as outras personagens reagem de maneiras diferentes. Drax e Groot não se dão muito bem. Drax odeia-o. Rocket está bem com Groot, mas grita muito com ele. Gamora tem, sem dúvida, um instinto maternal e Peter Quill mal reconhece a sua existência.

E o bebé Groot quer superar-se a si mesmo. Quer ser uma parte do grupo e aprende a sê-lo durante todo o filme. Até ao final do filme vemos que é alguém muito útil.

Groot foi a forma de Rocket crescer no primeiro filme, quando cuida deste pequeno ser que lhe salvou a vida. Tem sem dúvida um relacionamento diferente com Groot, daquele que tem com o resto dos Guardiões, e vemos isso desde muito cedo.

 

MHD: Porquê expandir o papel dos Saqueadores?

James: Havia tantas coisas sobre os Saqueadores que não abordámos no primeiro filme de Guardiões da Galáxia e até mesmo coisas que deixamos a meio. Mas o mundo dos Saqueadores era um universo elaborado onde existem várias facções muito diferentes umas das outras. Têm prioridades diferentes na vida .

Basicamente têm uma cultura de luta. Gostam da sensação das coisas. São bastante competitivos, valorizam a força acima de qualquer tipo de compaixão ou fraqueza. Especialmente a facção de Yondu, que é a pior de todas as facções de Saqueadores. É tão mau que os outros já nem sequer consideram Yondu e os seus seguidores.

Assim, conseguimos ver um universo muito mais expandido e ver muito mais da sua nave, o Eclector, assim como conhecer as personagens. Podemos aprender muito sobre Kraglin que acaba por ter um papel muito grande em “Guardiões da Galáxia Vol. 2”. O seu papel é extremamente importante.

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É divertido, porque todos os meus amigos interpretaram os Saqueadores. Jimmy Urine interpreta Halfnut. É um dos meus melhores amigos com quem estou sempre a conviver. Steve Agee, que interpreta Gef, é um dos meus melhores amigos do mundo. Stevie Blackehart, que interpreta Brahl, é na verdade o meu melhor amigo no mundo. E o meu amigo Evan Jones interpreta Retch. Tenho todas estas pessoas que são mesmo meus amigos que simplesmente aparecem para interpretar os Saqueadores. Portanto, há algo nos Saqueadores que mexe comigo.

 Guardiões da Galáxia

MHD: Como é dirigir e trabalhar com Sylvester Stallone?

James Gunn: Trabalhar com Stallone para mim foi assustador, porque costumava andar a correr no meu quintal em criança a fingir que era o Johnny Rambo. Stallone é uma parte icónica da minha infância. “Rocky” e “Rambo” foram filmes que me marcaram muito em criança. Devo ter visto o “Rocky” umas 50 vezes. E por isso conhecer Silvester Stallone foi assustador, mas muito bom.

  

MHD: A música desempenhou um grande papel no primeiro filme. Vai ser igual desta vez?

James: Sim, a música é igualmente importante. Da última vez tivemos o Awesome Mix Vol. 1, desta vez temos o Awesome Mix Vol. 2. É muito importante, uma vez que faz também parte do título do filme. Como a maioria das pessoas sabe, a mãe de Peter Quill, fez a primeira cassete para o seu filho e a segunda para quando fosse mais velho. Por isso, de várias formas, as músicas são o reflexo da história.

De certa forma as músicas são um pouco mais profundas, um pouco menos pop. Algumas músicas são mais ecléticas, outras mais populares. Mas reunimos um ótimo conjunto de canções, tal como no primeiro filme, em que escrevi o argumento com elas. Fazem parte do enredo. Cada canção é muito específica para a cena onde está inserida.

MHD: E quanto ao aspeto do filme de Guardiões da Galáxia? Teremos uma palete de cores semelhante?

James: O aspeto mudou um pouco, porque temos outras pessoas envolvidas. Temos Henry Braham como diretor de fotografia e Scott Chambliss como designer de produção. Mas também apresentei uma visão de onde queria chegar com a palete de cores, com a fotografia e o que queria que tivesse uma imagem diferente do primeiro filme.

Há uma grande extensão na palete de cores, mas penso que fomos mais contidos e controlados em relação ao primeiro filme. Fizemos escolhas mais distintas tendo em conta as diferentes localizações e sabíamos exatamente que cores usar. Penso que também soubemos tirar maior proveito dos grandes espaços que tínhamos. Perdemos mais tempo com estes detalhes do que no primeiro filme de Guardiões da Galáxia e mergulhamos nessa beleza. Para mim foi muito importante ter esse tempo para poder fazer um filme mais elegante, mais bonito, onde pudéssemos apreciar essas paisagens e as nossas personagens. Logo, existem elementos muito diferenciadores neste filme.

Para que as pessoas continuassem envolvidas com estas personagens, não quisemos apenas refazer aquilo que fizemos da última vez. Tínhamos de ver novas facetas destas personagens. É a forma de manter as pessoas interessadas nelas e quererem saber o que vai acontecer a seguir.

 Guardiões da Galáxia

MHD: Vamos ver novos mundos?

James Gunn: Existem novos mundos. Temos novos mundos, mas também ficamos a conhecer alguns dos mundos que não conhecemos no primeiro filme de Guardiões da Galáxia. Conhecemos o planeta Soberano – de onde vêm, como são, em que acreditam, quais são as suas verdades. Também temos a oportunidade de ver novos mundos como o mundo desabitado onde caem. E é claro que conhecemos o planeta de Ego, muito intimamente.

No primeiro filme, tive de ter muito cuidado para não perder o equilíbrio e ainda sou muito cuidadoso com isso. Não quero que as coisas sejam desorientadas. Mas, uma vez que agora temos estas personagens fundamentadas que conhecemos e adoramos, isso permite-nos explorar mais lugares estranhos do que no primeiro filme.

 

MHD: O que é que acha que o público vai gostar mais neste filme?

James Gunn: Do bebé Groot, claro. É uma venda fácil. É uma pequena árvore adorável que também gosta de matar os seus inimigos. Há algumas cenas memoráveis entre Nebula e Gamora que as pessoas vão-se lembrar com carinho e a relação entre Yondu e Peter Quill é algo que me deixa entusiasmado para que o público viva essa experiência.

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