Journey – (PS4) | Análise
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Foi há três anos que Journey apareceu na nossa PS3 e nos deslumbrou. Notas altas nas críticas e vários prémios de jogo do ano, incluindo o nosso prémio Magazine HD. Agora, Journey está de volta, na PS4, e sendo um jogo tão bom, não poderíamos limitar esta análise às diferenças entre versões, pois Journey merece mais.
Posto isto, começamos por indicar o que é óbvio para nós… Journey é um jogo simplesmente fantástico, e se ainda não o jogaram, joguem-no! Mas vamos então tentar explicar como é possível que um jogo que demora menos de três horas a terminar seja tão aclamado.
Comecemos pelo que salta à vista. Journey é um portento gráfico mesmo tendo sido feito para PS3 e não para PS4. A sua beleza não tem igual, o seu design é único, e provavelmente não irão esquecer, por muitos anos que vivam, alguns dos cenários que irão encontrar nesta obra prima. Em Journey temos um simples objetivo: chegar à montanha onde uma estranha luz nos indica o caminho. Com tal ideia, e estando nós num deserto, podemos achar que os cenários serão sempre iguais, mas a diversidade é algo que surpreende facilmente. Journey é um luxo gráfico para todos aqueles que olham para um videojogo como algo mais do que puro entretenimento. Journey é arte em formato digital.
A este esplendor gráfico, que atinge o auge na PS4, junta-se uma arrepiante banda sonora, capaz de nos momentos certos nos marcar, transmitindo emoções que poucos jogos conseguem. Journey é um jogo de emoções, é algo sentimental e com o qual sofremos. E é incrível como nos ligamos a um jogo como esse. Apenas temos três ações possíveis: correr, saltar e falar. Com a ajuda do nosso “cachecol mágico” iremos ganhar mais poder e assim conseguir saltar mais alto e durante mais tempo. Mas apenas isso… e essa simplicidade, que poderia ser desastrosa, é uma lufada de ar fresco por tão perfeita que está implementada.
A história é curta, mas não menos poderosa por ser pequena. Journey irá surpreender qualquer jogador durante o pouco tempo que dura. Iremos perceber o que originou a nossa caminhada e iremos compreender o porquê de caminharmos até aquela montanha que por vezes quase parece ter um poder mitológico. Afinal, que luz é aquela? No fim, o desfecho atropela-nos com um dos finais mais marcantes da história dos videojogos. Cheio de significado, tudo encaixa de forma perfeita, e ao olharmos para Journey e para tudo o que descobrimos nestas duas horas, percebemos como o enredo nos preparou para este momento e como indiretamente nos deu tantas informações. Este é um jogo que nos leva a sentir algo. Tal como, por exemplo, Ico, Mass Effect ou Shadow of the Colossus, Journey leva-nos por uma viagem emocional que não agradará a todos. O seu ritmo lento encaixa perfeitamente, mas jogadores que queiram ação poderão não se identificar com o jogo.
Por ser uma experiência única, Journey não é para todos os jogadores, mas é para todos os que sintam a mínima curiosidade de experimentar algo diferente.
Por fim, temos de falar da parte multiplayer do jogo. Aqui somos muito diretos: o multiplayer de Journey é simplesmente genial. Carregando de forma automática outros jogadores para o nosso mundo, e nós para o desse ou desses jogadores, iremos viver a nossa viagem com desconhecidos. Sem sabermos os seus nomes, sem sabermos os seus IDs, sem conseguirmos falar, iremos comunicar por saltos e outros movimentos, e juntos iremos avançar, para depois, quando acabarmos a sessão, provavelmente nunca mais voltarmos a ver aquele jogador, do qual não sabemos nada. É uma viagem inesquecível, partilhada com alguém… simplesmente genial, e que demonstra que é preciso arriscar em algo totalmente novo.
Para quem já tenha jogado a versão PS3, a aquisição desta versão poderá não fazer muito sentido, pois o jogo apenas oferece uma melhoria gráfica num jogo que já era bastante belo, como podem comprovar por alguns trailers que aqui colocamos da versão PS3. Para todos os outros que estavam curiosos, esta é a versão a ser jogada.
Journey é um jogo com uma enorme sensação de escala. É um jogo que nos deixa sem fôlego em vários momentos, e é um jogo que mistura originalidade com grande qualidade. Journey para PS4 não é apenas a remasterização do jogo do ano de 2012, nem é apenas um dos melhores jogos deste ano… é um dos melhores jogos da década e um dos mais marcantes de sempre.
Pontos fortes:
- Impressionante design gráfico
- Multiplayer genial
- Jogabilidade de topo e bastante simples
- Banda sonora marcante
- Enredo que não se esquece
Pontos fracos:
- Em menos de três horas acaba, e apenas queremos que dure mais
Hardware usado pela MHD para teste de jogos:
PS4:
- PlayStation 4 Glacier White
- DualShock 4 White
- Razer Leviathan Sound System
PC:
- Headphones Razer Carcharias
- Keyboard Razer Epic Chroma
LP