Kevin Sussman em entrevista: “Stuart é o fifth wheel do grupo”

A possibilidade de The Big Bang Theory se tornar demasiado centrada em Sheldon e a carreira como argumentista foram os principais temas da conversa com Kevin Sussman, ator de The Big Bang Theory.


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Por que razão o Stuart não faz parte do gangue?

Porquê? Bem, eu não sei… Não sei se era o plano original dos escritores ou se acabou por acontecer e fazer sentido. Acho que faz parte da natureza do Stuart: ele quer fazer parte de um grupo, quase que faz parte do grupo, mas não consegue.

 

Nas duas últimas temporadas, o Stuart tem participado de forma mais recorrente e interagido com mais personagens…

Sim, sim. Numa forma estranha, o facto de ele estar mais presente na série só mostra que ele realmente não faz parte do grupo.

kevin sussman

Na cena do brunch do episódio “The Fetal Kick Catalyst”, Stuart chateia-se e impõe-se frente a Sheldon. Como é que foi filmar essa cena com Jim Parsons?

Essa foi uma cena fácil porque a minha imaginação permitiu que eu me sentisse “the fifth wheel” do grupo. Foi muito bom ver o Stuart a expressar-se ao final de dez temporadas. Foi um ótimo momento, porque normalmente o Stuart contenta-se com aquilo que lhe dão e não exige mais. Mas no final do episódio o Stuart já está de volta ao normal.

 

Acha que The Big Bang Theory está a ficar demasiado centrado em Sheldon? Principalmente agora que a CBS confirmou um spin-off sobre a adolescência de Sheldon?

É uma boa pergunta, nunca tinha pensado nisso. Eu confio no trabalho e na sensibilidade de Chuck Lorre e Steve Molaro para dirigir a série. Eles têm feito um bom trabalho e eu confio na direção que eles estão a tomar para a produção.

Além disso, como a personagem de Sheldon é tão estranha e diferente de todas as outras que acaba por ocupar mais atenção. Mas na verdade em cada capítulo há sempre histórias diferentes com todas as personagens. Existe uma rotação nos episódios de maneira que cada personagem seja abordada.

Eu não sinto que isso esteja a acontecer, porque o Stuart tem estado mais presente. Além disso, não acho que a série funcionava se fosse apenas sobre o Sheldon.

 

The Big Bang Theory é filmado com uma audiência ao vivo. Quais são as principais diferenças entre filmar ao vivo e filmar num set?

Muitas pessoas descrevem como “teatro com rede”. Bem, eu já fiz filmes e teatro e fazer uma sitcom com uma audiência ao vivo é uma combinação dos dois.

Eu gosto de audiência ao vivo porque temos uma reação imediata por parte da audiência. Em especial na comédia o feedback é crucial. A audiência acaba por ser uma parte da série. Muitas pessoas criticam o facto de colocarmos uma faixa com risos nos episódios. Mas isso não é verdade. As pessoas não se apercebem que são as pessoas da plateia que se estão a rir. Muitas vezes temos de voltar a fazer a cena porque a audiência ri-se imenso e prolonga a cena em demasiado ou então não se consegue ouvir o diálogo seguinte.

 

Por último, o Kevin escreveu Dark Minions com John Ross Bowie. Como é que esse projeto se concretizou?

Na verdade não se concretizou. Era uma série de animação stop motion e nós fizemos um episódio piloto para a Amazon, logo na primeira temporada em que o canal apostou em produzir séries originais. Mas [Dark Minions] não foi escolhida para se tornar numa série regular.

O projeto foi escrito por mim e por John Ross Bowie, que interpreta Barry Kripke em The Big Bang Theory, antes de estarmos na série. Nós já éramos amigos e já tínhamos escrito algo juntos antes, que eu achava que tinha potencial mas acabou por ser rejeitado. O projeto era sobre a indústria de entretenimento e eu não sabia que existia um tabu em Hollywood em falar sobre isso.

Como ficamos frustrados, decidimos escreve sobre algo que realmente queríamos. Decidimos escrever um género de paródia sobre Star Wars. Escrevemos muito rápido porque nós somos fãs de Star Wars. A Sony avançou e depois a Amazon ao decidir fazer uma stop motion, mas acabou por abandonar.

kevin sussman

Kevin Sussman foi recebido de forma fantástica e musical na Comic Con Portugal 2016, ao cantar Soft Kitty e a canção de abertura de The Big Bang Theory. Ficamos à espera do seu regresso.

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