Middle Earth: Shadow of Mordor (PS3) | Análise
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Shadow of Mordor chegou finalmente às consolas da anterior geração. Se na nova geração Shadow of Mordor já conquistou a crítica mundial, sendo considerado um dos jogos do ano, conseguirá ter o mesmo impacto na mais velhas PS3 e Xbox 360?
Comecemos pelo seu ponto mais fraco, o enredo. Shadow of Mordor tem uma narrativa interessante, que usa muito bem o mundo criado por Tolkien, mas falha em alguns momentos ao não cativar o jogador a explorar tudo o que o jogo tem para oferecer. Apesar de, globalmente, ser um enredo interessante, não consegue ter a intensidade que o jogo tem. Existem algumas inconsistências que serão notadas pelos hardcore fãs da Terra Média, que perceberão que algumas “regras” criadas por Tolkien foram aqui esquecidas, mas não chocam o jogador. Todavia, como já disse, apesar de interessante e com momentos que ficam na memória, o enredo não é tão épico como o jogo é. Destaque para alguns diálogos inteligentes e personagens bem construídas, mas falta profundidade à maioria. Também devemos dar destaque a Gollum, que faz a sua aparição, e apenas lamentamos que tenha tão pouco tempo de antena, e ainda salientamos o início do jogo, talvez a melhor parte do enredo, com momentos bem estruturados e adultos.
Mas, tal como irão perceber durante esta análise, Shadow of Mordor não é um jogo que tenha como base o seu enredo, mas sim a sua ação e intensidade, levando a que no fim o enredo seja mais secundário, mas não é isso que lhe retirará o estatuto de um dos melhores jogos do ano, sem qualquer dúvida.
Olhando agora para a jogabilidade, este é, provavelmente, o ponto mais alto do jogo. Intenso e com um sistema de combate de grande nível, o que iremos ter à nossa frente é uma alucinante aventura que mistura pormenores de Assassin’s Creed, com os seus saltos e escaladas, a ação de um God of War e o stealth de um Batman. Esta é a melhor maneira que encontrei para vos dar a conhecer a forma como este jogo pede para ser jogado. Teremos sempre a possibilidade de optar entre a ação pura e dura, em que enfrentamos vários orcs, ou ir caçando os nossos inimigos ao estilo de Batman, sem barulho, sem levantar alarmes. Claro que o grande prazer está no combate, mas também é verdade que este jogo não é fácil e obriga-nos a sermos cautelosos e inteligentes. Sermos pacientes é essencial porque de outra forma, em alguns combates estaremos de tal forma rodeados que teremos de fugir, o que também poderá não ser fácil.
As sequências de combate são muito bem construídas. A fluidez da jogabilidade deve ser assinalada, com o nosso personagem a fazer de forma quase instantânea o que lhe pedimos, quer seja um ataque ou defesa. O jogo melhora ainda mais quando começamos a ganhar alguns poderes muito interessantes e que nos levarão a controlar alguns orcs e a usá-los para nos facilitar a vida.
Infelizmente algumas das melhores características de Shadow of Mordor apenas estão presentes na versão da nova geração. É deveras interessante conseguir manipular a hierarquia dos exércitos de Mordor, e ver, por exemplo, que um orc ao matar-nos, ganha algumas características novas, e provavelmente será promovido com novas armas e armaduras. O resultado é que mais tarde teremos de o voltar a enfrentar, mais forte e conhecedor dos nossos poderes. Isto leva a que cada orc seja diferente e, consequentemente, cada batalha também o seja. O resultado final é impressionante porque morrer é significativo neste jogo, e esse peso será esmagador nas nossas decisões. Só lamentamos que algumas destas características não estejam presentes na versão da anterior geração, porque tornaria este Shadow of Mordor em algo totalmente obrigatória mesmo para quem não fosse fã da Terra Média.
Graficamente Shadow of Mordor é um jogo muito violento. Os momentos de lutam enchem o nosso ecrã com sangue e muitos corpos despedaçados, não sendo, claramente, aconselhável a crianças. A questão importante neste facto é que apesar de muito violento, não parece deslocado nem exagerado, porque a brutalidade dos personagens leva a que estas batalhas também o sejam. É todo um sentido de urgência que encaixa perfeitamente com a jogabilidade e que nos dará muitas horas de prazer. Em termos técnicos é um jogo interessante, que leva, neste caso, a PS3 a um bom nível, com boas texturas, efeitos de água, luz e sombra. As personagens também estão bem desenhadas, com bons movimentos e trabalho facial, para além de excelentes contra golpes que funcionam muito bem, tanto na parte gráfica tal como na jogabilidade. Mas é no design dos cenários que este jogo tem o seu ponto gráfico mais alto, com muitos pormenores do mundo de Tolkien a aparecerem a cada canto.
Com perto de 12 horas de jogo terão esta aventura terminada, mas se quiserem explorar tudo o que este open world tem, então precisarão de cerca de 30. O mundo é vasto, está cheio de pormenores, e apesar de o enredo não nos “empurrar” a continuar a explorar, o jogo em si consegue-o. Tem muito para fazer e é viciante do início ao fim, principalmente porque é um desafio constante. Tempo ainda para salientar o trabalho sonoro, muito bom, com uma boa banda sonora que cria ambiente, bem enquadrada e épica, tal como um muito bom trabalho de vozes.
Globalmente, esta versão da anterior geração apenas peca por não ter o que Shadow of Mordor oferece na nova geração. Todavia, este é um bom jogo e um dos melhores jogos PS3 do ano. Quer sejam fãs da Terra Média ou apenas fãs de um bom jogo de ação, esta é uma obra a ter debaixo de olho. Sem dúvida um dos melhores jogos de sempre passados no universo de Tolkien.
Pontos fortes:
- Componente sonora muito boa
- Combate intenso e com grande fluidez
- Open world vasto e com muitos pormenores para os fãs de Tolkien
- Muito para se fazer e explorar
Pontos fracos:
- Enredo não está ao nível da grande intensidade do jogo
LP