Mínimos | Mini-Crítica
Depois de vencerem o prémio de “personagens secundárias que são substancialmente mais cool que o protagonista” por duas vezes consecutivas, os “Mínimos” ganharam o merecido e desejado filme a solo.
O ar doce aliado aos gags aleatórios tornaram estes personagens de “Gru – O Maldisposto” em ícones da cultura do merchandising. Não faltam capas de telemóveis, t-shirts, chinelos ou peúgas marcadas de um amarelo que preenche expressões tão deliciosas quanto parvas. E, tudo isto, sem que o fenómeno popular tivesse como origem um filme a solo inteiramente dedicado a estas criaturas. Imaginem só a revolução que aí vem.
Explorando a origem destes personagens desde os primórdios dos tempos – a partir de organismos unicelulares amarelos – “Mínimos” desenvolve no primeiro ato a teoria de que a História do nosso planeta foi sempre influenciada de forma determinante por Bob, Stuart, Kevin e companhia que, ao longo das eras, serviram sempre o mais maldisposto dos mestres – desde T-Rex a Napoleão.
A premissa anárquica – em consonância com o comportamento dos protagonistas – traduz-se, nesse primeiro ato, em sketches de fazer inveja à melhor das comédias slapstick. O grande problema de “Mínimos” está na extensão desse kick off hilariante. Na necessidade de dar continuidade a uma história que, por si só, já não abundava em conteúdo, “Mínimos” leva-nos ao encontro de uma vilã desinteressante e a um arco narrativo que serve apenas para preencher a hora e meia da praxe.
Aqui, onde outrora se inventaram as personagens de animação mais adoradas deste século, já não há nada de novo. Valham-nos as gargalhadas. É que, verdade seja dita, mesmo sendo sujeitos a expressões e diálogos iterados, não conseguimos deixar de nos rir.
O PIOR – A história principal, a vilã e a sensação de que já vimos isto em qualquer lado. A fronteira entre a adoração e o ódio pode ser facilmente quebrada.
O MELHOR – O primeiro ato, o adorável Bob e a banda sonora.
DR