Morreu Manoel de Oliveira, aos 106 anos
Depois de 90 anos de carreira, e de um número imenso de obras que ficam gravadas na história do Cinema português e mundial, Manoel de Oliveira deixou-nos.
O mítico realizador, o último ainda vivo a ter feito filmes na era do Cinema mudo, faleceu hoje no Porto. Manoel de Oliveira começou a sua carreira em 1931 com a curta documental “Douro, Faina Fluvial”, sobre a vida na ribeira portuense, e destacou-se com filmes memoráveis como “Aniki Bóbó”, “Amor de Perdição”, “O Convento”, “A Divina Comédia”, “Vale Abraão”, e muito, muito mais.
Vencedor de dois Leões de Ouro no Festival de Veneza, um dos quais como prémio honorário, um Palma de Ouro honorária, e um Prémio do Júri no Festival de Cannes, assim como muitos outros prémios colecionados pelos mais prestigiantes festivais de cinema em todo o mundo. Manoel de Oliveira fartou-se de divulgar a língua de Camões, como muito poucos o fizeram, mas talvez nunca tenha visto o seu trabalho devidamente reconhecido pela maior fatia da sociedade.
Tal como disse João César Monteiro: “O problema é só este: o país tem (inexplicavelmente) um cineasta demasiado grande para o tamanho que tem.”
A Câmara Municipal do Porto já decretou o luto durante três dias, assim como o Governo Português, que o faz por dois dias.
O funeral do realizador realiza-se amanhã, 3 de abril, às 15 horas, na Paróquia de Cristo Rei, no Porto