Morte Limpa, em análise

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 FICHA TÉCNICA

  • Título Original: Good Kill
  • Realizador: Andrew Niccol
  • Elenco: Ethan Hawke, January Jones, Zoe Kravitz
  • Género: Drama, Thriller
  • NOS Audiovisuais |USA| 2014 | 102 min

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Andrew Niccol ordena, e a explosão acontece. Ele assume a posição de mandante, os actores, a de executores. E esse invólucro transfere-se para o argumento.

Morte Limpa retrata o dilema de um piloto da Força Aérea dos Estados Unidos que, através de comandos à distância – qual playstation, mas agora na vida real, onde o jogo desaparece, e a ausência de entretenimento dá lugar ao uso (in)humano do poder divino – executa potenciais alvos terroristas no Afeganistão.

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Surge-nos uma construção que prima pela relativa actualidade do argumento – unicamente no que se refere ao ‘modus operandi’ e não à questão bélica, já demasiado explorada -, a entrega de Ethan Hawke, e o enfoque dado à discussão que suscita ao nível da tecnologia ao serviço da agressividade guerrilheira sem rosto, e da invasão de privacidade, derivadas da utilização de drones por parte do governo norte-americano.

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Soberbo é o tratamento concedido por A. Niccol – realizador e argumentista de “Gattaca” – à exteriorização do conflito interior vivido pelo Maj. Egan (E. Hawke). Pois existe um crescendo no que toca aos limites, transição entre uma passividade constante e uma acção tardia, mas determinada. Na globalidade deste comportamento, caracterizado por uma sequência de fases – depressão, apatia, desespero, reacção de ataque ao estado das coisas e movido por um premente desejo de mudança -, localiza-se o que, afinal, também compõe a história de cada um de nós, ainda que não sejamos objecto de controlo com estes mesmos fins.

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À excepção de um subtil sub-plot demonstrativo do sentido de justiça e humanidade de Egan – mas cuja inclusão na película destoa em certa medida do ambiente e história criados -, a execução de A. Niccol está, ao que parece, destituída de relevantes falências.

Good Kill? No, Good Shot.

 

You were my oppressor
And I have been programmed to obey

And now you are my handler
And I will execute your demands

(…)
My mind was lost in translation
And my heart  has become a cold and impassive machine

Leave me alone
I must disassociate from you

I won’t let you control my feelings anymore
And I will no longer do as I am told
And I am no longer afraid to walk alone
Let me go
Let me be
I’m escaping from your grip
You will never own me again

Excertos de “The Handler”,  Álbum “Drones”, Muse

Sofia Melo Esteves

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