Murdered – Soul Suspect (PS4) | Análise

Editora: Square Enix Produtora: Square Enix Plataformas:  PS4, Xbox 360, PC, Classificação  [starreviewmulti id=8 tpl=20 style=’oxygen_gif’ average_stars=’oxygen_gif’]

Atravessar paredes, possuir pessoas ou animais, mover objetos, ler pensamentos… aqui estão algumas das coisas que podemos fazer neste jogo em que o nosso personagem permanece no mundo dos vivos após ter sido assassinado. Missão: capturar o serial killer que nos acertou com uns tiros. A ideia base deste jogo é bastante agradável, e desde o início que fica claro que este não é um jogo de terror, mas que nos fará arrepiar em alguns momentos. Este é um jogo de tensão, com suspense criado por um ambiente bem conseguido num jogo que tem alguma falhas.

Começando pela parte gráfica, Murdered não consegue convencer em termos técnicos, ficando abaixo do que esta geração pode e deve fazer. Em termos artísticos a história é outra, pois apesar de limitados pela qualidade, a forma como os cenários estão criados ajuda ao ambiente, que é a peça fundamental do jogo. A cidade está bem criada, apesar de pequena, e tem pormenores interessantes. Aos poucos, fica a sensação que existem várias ideias muito boas para colocar neste enredo, mas algumas não estão bem concretizadas, e isso também se nota no design gráfico.

Em termos sonoros o jogo não espanta. O trabalho de vozes não é fantástico e a banda sonora, apesar de encaixar bem no enredo e ajudar ao ambiente, não marca significativamente. Com uma banda sonora mais forte, este jogo seria, certamente, muito melhor, e nós ficaríamos mais vezes agarrados à cadeira. Por outro lado, a jogabilidade é boa e apenas lamentamos algumas limitações. Todavia, a forma como jogamos este jogo ajuda a que tudo seja mais tenso, mas também mais divertido, e mesmo ficando a sensação que existe aqui alguma repetição, não é cansativa, principalmente na nossa caça aos demónios.

Esta jogabilidade oferece-nos várias opções e formas de avançar no jogo, mas existem alguns momentos em que o jogo nos empurra para uma determinada decisão, o que se estranha num jogo que deve ser uma investigação, mas no qual, em alguns momentos somos confrontados com o óbvio. E é este o ponto mais fraco do jogo, a sua investigação, pois é tudo fácil e raramente temos de puxar pelo cérebro. É como se a investigação estivesse toda preparada para que nada nos falhasse e esta falta de desafio enfraquece o jogo. Por outro lado, a caça aos demónios é um desafio e bastante estimulante, pois permite-nos pensar e abordar o desafio de várias formas, sempre com um ambiente agradável.

Este é um jogo que dura perto de 10 horas, e que ainda apresenta algumas missões secundárias, com algumas a serem interessantes. Mas é o enredo principal que nos faz continuar, pois é o ponto mais forte do jogo, mesmo que com alguns clichés.  Desde o primeiro minuto que a curiosidade nos leva a continuar, pois queremos saber quem nos matou. Pelo meio podemos ajudar outros espíritos, explorar o passado da nossa personagem e descobrir como era a sua relação com a mulher. Tudo isto está bem pensado mas é executado com algumas falhas.

Murdered – Soul Suspect é um jogo interessante mas que poderia ter sido muito mais do que realmente é. Tem momentos bem conseguidos, tem um ambiente muito bom e ideias originais, mas falha em algumas componentes técnicas e nunca é um desafio. Aconselhado a quem gostar do género, do tema e também do pesado ambiente, mas ficará sempre a sensação que Murdered poderia ser muito mais, pois tinha a ideia base para o conseguir.

Pontos fortes:

• Cena inicial leva-nos a continuar até ao fim
• Caça aos demónios

Pontos fracos:

• Graficamente não está ao nível do que esta geração pode oferecer
• A investigação é demasiado fácil

Para saberem mais sobre o jogo, cliquem aqui.

LP