Nation of Language estreiam-se com Introduction Presence
A banda nova-iorquina Nation of Language vai lançar o primeiro álbum, Introduction, Presence. O anúncio veio acompanhado de um novo single, “Rush & Fever”.
Os Nation of Language, banda de synth-pop liderada pela mente nostálgica e determinada de Ian Devaney, tem vindo a conquistar uma base local de fãs e o apoio da Stereogum, desde a sua criação há alguns anos e por meio do lançamento de uma série de grandes singles. Alguns desses temas, juntamente com o agora divulgado “Rush & Fever”, constam do alinhamento do álbum de estreia, Introduction, Presence. Este tão esperado disco fora prometido aquando a partilha do magnífico “The Motorist”, no passado mês de Outubro, e foi agora anunciado que sairá no dia 3 de Abril.
Os Nation of Language nasceram do ruir do primeiro projecto de Ian Devenay, formado durante os tempos de liceu. A banda de rock alternativo Static Jacks ainda chegou a assinar com uma discográfica, lançar o álbum In Blue e estava prestes a lançar o seu segundo disco quando tudo se desfez. Devaney regressou à sua cidade de origem, New Jersey, para repensar a vida e descobrir o que fazer a seguir. Num momento de epifania, voltou a ouvir no carro do pai, passada uma década, a “Electricity” dos OMD e decidiu que ia “escrever uma canção que soasse exactamente àquilo”.
Ian Devenay chegaria a escrever o seu tributo à canção que lhe abriu um caminho novo. “Laudanum” integrou um EP editado no Bandcamp (entretanto retirado), que rastreia as primeiras experiências com os novos instrumentos e sonoridade. Um novo projecto, bem distinto do anterior, foi surgindo assim em torno desta metamorfose de Devenay e do seu diálogo instrumental com a noiva Aidan Noell e outros membros mais flutuantes do alinhamento. Entre estes últimos conta-se (em “Indignities”, por exemplo) o próprio Fabrizio Moretti, baterista dos Strokes e tão fã dos Nation of Language que não se importou de trocar a bateria pelo baixo durante uma digressão da banda no outono de 2017 (e, sim, está explicada a fotografia, é mesmo dele).
Apesar das influências notórias de bandas como os OMD, Human League ou New Order, Ian Devenay conseguiu esculpir uma identidade impossível de reduzir ao passado, como se vê no seu primeiro grande e definidor sucesso “I’ve Thought About Chicago”. Entre outras inspirações mais improváveis como os National ou Beirut e o desejo de usar formalmente a nostalgia para meditar sobre o sentimento de nostalgia, os Nation of Language criaram uma sonoridade que, se familiar, não poderia ter sido composta noutro tempo que não o nosso.
A voz carismática de Ian Devenay (uma versão indie, mais introspectiva, de vocalistas como Philip Oakey ou Andy McCluskey), as infecciosas linhas de baixo, as inesperadas reviravoltas melódicas prendem-nos irresistivelmente. Mas o que perdura é a sensação de ouvir o pairar intemporal de um eco vindo das cavernas de uma memória anterior a qualquer memória. Não é por acaso, como explica Devenay: “A minha esperança ao fazer este álbum era criar um espaço onde sofrer abertamente por qualquer coisa. As minhas canções preferidas sempre me permitiram imergir nessa espécie de desejo nostálgico, e este álbum foi pensado, muito simplesmente, para oferecer o mesmo espaço ao ouvinte. Se conseguir construir uma estrutura que passe isso eficazmente a outras pessoas, parece-me que terei feito qualquer coisa de valor.”
NATION OF LANGUAGE | “RUSH & FEVER”
INTRODUCTION, PRESENCE | Alinhamento do álbum
- “Tournament”
- “Rush & Fever”
- “September Again”
- “On Division St.”
- “Indignities”
- “Automobile”
- “Friend Machine”
- “Sacred Tongue”
- “The Motorist”
- “The Wall & I”