Les plus belles années d'une vie © Les Films 13

Cinemateca Portuguesa | O que ver em outubro

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A Cinemateca Portuguesa apresenta no mês de outubro os melhores filmes e os melhores festivais de cinema em Lisboa. 

Com a rentrée cinematográfica iniciada no mês de setembro, a Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema voltou melhor e mais forte. Traz o cinema clássico convencidíssimo do público, assim como os filmes mais independentes dedicados àqueles que querem conhecer mais sobre a sétima arte.

A Festa do Cinema Francês na Cinemateca Portuguesa

Cinemateca
Jean-Louis Trintignant em Eaux profondes (1981) © Gaumont

Para o mês de outubro apresenta um especial dedicado às mulheres, nomeadamente às cineastas Ida Lupino e Agnès Varda. Há também espaço para celebrar a arte de representação de Jean-Louis Trintignant, no âmbito da 20ª edição da Festa do Cinema Francês. Segundo a Cinemateca Portuguesa,

Jean‐Louis Trintignant é o especialíssimo convidado da Cinemateca e da Festa do Cinema Francês em 2019. Numa rara incursão neste momento, o ator vem a Lisboa assinalando presença na homenagem que lhe é dedicada na Cinemateca e para apresentar o seu último trabalho: “Les Plus Belles Années d’Une Vie”, realizado este ano por Claude Lelouch e co-protagonizado por Trintignant com Anouk Aimée. No seu vigésimo aniversário, a vertente retrospetiva da Festa do Cinema Francês presta ainda homenagem a Agnès Varda (1928‐2019), a cuja obra a Cinemateca regressa evocando o seu singular trabalho.

Falando em festivais, na Cinemateca também decorre neste mês de outubro o DocLisboa, com a rubrica Ascensão e Queda do Muro de Berlim, onde o cinema da Alemanha de Leste será relembrado junto do público português.

Conhece o horário dos principais filmes da Cinemateca em outubro, bem como a respetiva sala de exibição. 




“Amor”, 08-10-18h30 | L.P.

amour cannes palme dor
Retrata dinâmicas amorosas e a crueldade do tempo com igual inteligência © Les Films du Losange

Ficção dura sobre o envelhecimento e a morte que é também, e essencialmente, uma dedicatória do realizador austríaco Michael Haneke a dois “monstros sagrados” do cinema francês e europeu: os atores Jean‐Louis Trintignant e Emmanuelle Riva. Georges e Anne são um casal de professores de música reformados que mantém uma saudável relação de amor. Um súbito acidente vascular cerebral de Anne durante o pequeno‐almoço mudará tudo nas suas vidas. Georges (Haneke terá escrito o argumento a pensar em Trintignant) depara‐se com a angustiante dúvida em relação à possibilidade de recuperação da mulher. Esta obra, privada de qualquer sentimentalismo mas repleta de sinceridade e subtileza, obteve a distinção máxima de Cannes pelas mãos do presidente do júri Nanni Moretti. Nos discursos de consagração, Haneke considerou os dois atores a essência do seu filme e Trintignant citou, em jeito de prova da capacidade de resistência da sua personagem, um pequeno poema de Jacques Prévert: “É preciso tentar ser feliz, nem que seja apenas para dar o exemplo.” Primeira exibição na Cinemateca.




“Três Cores: Vermelho”, 09-10-18h30 | L.P.

Festa do Cinema Francês
Três Cores: Vermelho © MK2 Productions

Há uma carga testamentária neste ROUGE que se pode verificar em duas dimensões simultâneas: foi a última longa‐ metragem para cinema rodada pelo mestre do cinema polaco e francês, Krzysztof Kieślowski; foi também o derradeiro ponto de convergência (e resolução?) da famosa “Trilogia das Cores”, que se baseou conceptualmente nas três cores da bandeira francesa e no lema da Revolução Francesa, ou seja, liberdade (BLEU), igualdade (BLANC) e fraternidade (ROUGE). Este filme, que levou Kieślowski a precipitar o anúncio do fim da sua carreira, conta a história de uma inusitada cumplicidade entre a perspicaz modelo Valentine (Irène Jacob) e um velho juiz (Jean‐Louis Trintignant) “retirado do mundo” e com o estranho hábito de espiar a vida dos outros. A relação fraterna nasce no sentimento de piedade de Valentine, ela que, como escreveu Manuel Cintra Ferreira, “é a personagem ‘salvífica’ por excelência”, neste que é “o melhor dos filmes [da Trilogia] e um dos melhores de toda a filmografia de Kieślowski”. A apresentar em cópia digital.




“Cleo de 5 à 7”, 10-10-18h30 | L.P.

Cinemateca
Duas Horas na Vida de Uma Mulher © Ciné Tamaris

Talvez a obra-prima de Varda e o mais “Nouvelle Vague” de todos seus filmes. Narrado em tempo real (o tempo da narrativa é o da duração do filme), mostra-nos uma mulher que pensa ter um cancro e aguarda os resultados das análises clínicas que fez. Enquanto espera, encontra pessoas conhecidas e desconhecidas e atravessa a distância entre o obscurantismo e a lucidez sobre a sua própria identidade. E, como tantos filmes da Nouvelle Vague, CLÉO DE 5 À 7 também é um grande filme sobre Paris. A última passagem na Cinemateca data de há quatro anos. A apresentar em cópia digital.

“While The City Sleeps”, 11-10-18h30 | L.P.

Um dos últimos filmes de Fritz Lang e um dos seus favoritos. O papel de Ida Lupino é pequeno, o que ela faz com ele espantoso. Adaptação de um romance de Charles Einstein, que por sua vez teve como inspiração o filme de Lang MAN HUNT. Lang retoma o tema do assassino compulsivo que desenvolvera em M, mas coloca-o no centro da disputa pela direção de um jornal por um grupo de candidatos, inserindo autênticas cenas de comédia sofisticada nesta obra de índole policial. “WHILE THE CITY SLEEPS é com efeito, mais do que o drama de um assassino patológico, uma comédia de arrivismo, onde o assassínio não passa de um pretexto” (Bernard Eisenschitz).




“The Cameraman: O Homem da Manivela”, 12-10-15h | Palácio Foz

Cinemateca
The Cameraman © Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)

A última grande obra-prima de Buster Keaton, e também o seu último filme mudo. Uma irresistível homenagem ao cinema e também (já) uma paródia às vanguardas cinematográficas (a genial sequência do “filme no filme”), com Buster transformado num operador de atualidades da MGM, cuja “seriedade” se transforma em burlesco. A apresentar em cópia digital.




 “Les Plus Belles Années d’Une Vie” , 12-10-21h30 | F. R.

Cinemateca Portuguesa
Les plus belles années d’une vie © Les Films 13
Os aplausos a UN HOMME ET UNE FEMME (1966) no Festival de Cannes (Palma de Ouro) e nos Óscares (Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Argumento Original) foram proporcionais à sua receção popular, mas também à gravidade das vozes discordantes que viram nesta história de amor, com tiques de uma Nouvelle Vague de “pronto-a-vestir”, o definitivo sintoma de decadência do cinema moderno. Não obstante, a obra estilizada de Lelouch, protagonizada por dois dos atores mais charmosos do cinema francês, Anouk Aimée e Jean-Louis Trintignant, deixou a sua marca em toda uma geração de espectadores. 53 anos depois do intenso e turbulento romance eivado de “chabadabada” e 33 anos após o reencontro em UN HOMME ET UNE FEMME, 20 ANS DÉJÀ (1986), de novo com Lelouch na realização, ela, Anne, vai ao encontro dele, Jean-Louis, para retomar o que ficou suspenso no passado. “Será uma celebração do viver, um ensaio sobre a resistência da vida na luta contra a morte, por via do prazer e da alegria”, perspetivou assim Lelouch esta sequela nostálgica. Primeira exibição em Portugal.




“Sans Toit Ni Loi” 14-10-15h30 | F.R.

Festa do Cinema Francês
Sem Eira Nem Eira © Ciné Tamaris

SANS TOIT NI LOI baseia-se num fait divers, o caso de uma rapariga que apareceu morta (congelada) num vala, algures numa região rural francesa. Agnès Varda deixou-se intrigar pela história e, sobretudo, “pelos últimos meses da vida desta mulher” (como diz a própria cineasta na narração do filme). SANS TOIT NI LOI foi então concebido como uma espécie de filme-inquérito, articulando pura ficção com a informação que Varda recolheu na sua investigação pessoal. É um dos seus mais impressionantes filmes e Sandrine Bonnaire é magnífica a dar corpo à progressiva “des-humanização” da sua personagem. O filme não é programado na Cinemateca desde 2009 e será apresentado em cópia digital.




“A Minha Noite em Casa de Maud”, 15-10-19h | F.R.

A Minha Noite em casa de Maud
A Minha Noite em casa de Maud © Les Films de la Pléiade

Realizado a preto e branco, o que era muito minoritário em 1969, MA NUIT CHEZ MAUD é o terceiro dos contos morais e também o mais abstrato e austero. Rohmer representa o dualismo entre a retidão moral e a imprevisibilidade do humano, num confronto ético, mas também cinematográfico. O filme é ambientado em Clermont-Ferrand, terra natal do filósofo e matemático setecentista Blaise Pascal, cuja famosa teoria da “aposta” (simplificando muito: é melhor “apostar” que Deus existe) é discutida no filme por pessoas que refletem se estas teorias podem e devem ser aplicadas às suas próprias vidas. No centro do debate está o engenheiro de 34 anos Jean-Louis – o nome da personagem confunde-se com o do ator, Jean-Louis Trintignant, também porque esta será porventura a sua interpretação mais paradigmática. No sentido da loucura ou da santidade, o protagonista procura aplicar o catolicismo, qual receita de vida, às “apostas” românticas e sexuais. Foi o primeiro êxito comercial de Rohmer, que chegava então à casa dos 50 anos. A apresentar em cópia digital.




“Never Fear”, 15-10-19h | F.R.

Never Fear
Never Fear © The Filmakers

Oficialmente o primeiro filme realizado por Ida Lupino, NEVER FEAR, relata o drama de uma bailarina (interpretada por Sally Forrest) a quem foi diagnosticada poliomielite (doença que a própria Ida Lupino contraira uns anos antes). Filmado em parte numa verdadeira clínica de reabilitação para estes doentes (e com verdadeiros doentes em papéis secundários). Primeira exibição na Cinemateca, numa cópia digital.




“Les Plages d’Agnès”, 16-10-15h30 | F. R.

As Praias de Agnès
As Praias de Agnès © Ciné Tamaris

Em LES PLAGES D’AGNÈS, Varda parte das praias que marcaram a sua vida para, através de um registo assumidamente autobiográfico, narrar na primeira pessoa a sua história e de todos aqueles que a rodearam ao longo de 80 anos. Um filme comovente que percorre imagens de outros filmes, fotografias, e inúmeros outros elementos convocados pela cineasta para partilhar a sua infância, a sua relação com Jacques Demy e com o cinema, as suas viagens, a sua vida familiar e o seu amor pelas praias. Foi apresentado na Cinemateca em 2009 numa sessão que contou com a presença da realizadora.




“Persepólis”, 19-10-15h | Cinemateca Júnior

Persepolis
Persépolis © 2.4.7. Films

Um dos filmes de animação mais célebres dos últimos anos, PERSEPOLIS (nome de uma antiga cidade persa) é baseado numa banda desenhada de Marjane Satrapi, a correalizadora do filme. A narrativa passa-se num flashback: no aeroporto de Orly, uma iraniana de cerca de 30 anos recorda a sua adolescência no Irão, depois da revolução islâmica, incluindo a longa guerra com o Iraque e os bombardeamentos de Teerão. “Um filme maravilhoso e agridoce, que é um romance de iniciação, uma lição sobre a História recente do Irão e uma alegre fábula feminista” (Kate Stables, Sight & Sound). Um filme comovente sobre o obscurantismo e a intolerância.




Mesa Redonda: “Ascensão e Queda do Muro – O Cinema da Alemanha de Leste”, 22-10-11h | F.R.

Doclisboa
Somewhere in Berlin © Deutsche Film (DEFA)

Com as presenças de Ralf Schenk (historiador de cinema e Diretor da Fundação DEFA), Volker Koepp e Thomas Heise (realizadores), Agnès Wildenstein (curadora da retrospetiva), Joana Ascensão (programadora), e outros convidados a confirmar.




“Billy Elliot”, 26-10-15h

Billy Elliot
Billy Elliot © Universal Studios

BILLY ELLIOT conta a história de um rapaz que, contra tudo e todos, decide procurar a sua verdadeira identidade. O pano de fundo do filme é a greve mineira que estalou no norte de Inglaterra em 1984 em oposição ao governo de Margaret Thatcher. Billy Elliot (Jamie Bell, ator recém-descoberto na época) é um adolescente de 11 anos, órfão de mãe, cujo pai e irmão fazem parte da comunidade mineira revoltada. O jovem não se identifica com o boxe, o desporto que é imposto pela escola aos rapazes. Apesar de viver num meio cheio de preconceitos, Billy decide trocar secretamente as luvas de couro pelas sapatilhas de ballet e entregar-se de corpo e alma à sua verdadeira vocação: a dança.

Mais informações sobre a programação podem ser consultadas aqui. Os bilhetes podem ser adquiridos na bilheteira da Cinemateca Portuguesa ou em bol

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