Foto de Jéssica Rodrigues © MHD

O Sol da Caparica | Entrevista a Diogo Piçarra

Após o concerto de Diogo Piçarra n’O Sol da Caparica, estivemos à conversa com o cantor algarvio que nos falou sobre os tempos da pandemia.

Diogo Piçarra saíu diretamente do programa de talentos “Ídolos” para os maiores palcos nacionais. “Espelho”, o seu álbum de estreia tornou-se logo disco de ouro, tendo mais tarde atingido a platina, um feito que se viria a repetir com “do=s”, o seu segundo álbum. Atualmente, o jovem cantor de Faro é um dos maiores nomes da música portuguesa, tendo também um grande reconhecimento a nível internacional, tendo por isso vencido em três ocasiões diferentes o prémio MTV EMA, o galardão que distingue os melhores artistas a nível europeu.

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O nome de Diogo Piçarra não é nenhuma novidade no cartaz d’O Sol da Caparica, onde havia atuado já em 2016. Em 2022, o cantor algarvio regressou a este palco com um sentimento de melhoria a todos os níveis. Após o delicioso concerto de Piçarra no terceiro dia de festival, a MHD esteve à conversa com o músico, numa entrevista em que sobressaiu a humildade e o amor do cantor pela vida.

MHD: Este não é o teu primeiro ano n’O Sol da Caparica, mas é a primeira vez depois da pandemia. Como é que é voltar aqui depois deste tempo todo? 

Diogo Piçarra: Sinto uma enorme diferença na produção, até nos próprios camarins e no próprio recinto. Sinto que houve um upgrade e estou mesmo feliz por estar de volta! Acho que é um festival que agrega todos os estilos musicais e acho que é para toda a família, não é só para os mais jovens, acho que pensam em todas as faixas etárias. Esta noite senti isso mesmo! No público, havia uma menina de oito anos à minha frente, como havia também um avôzinho, como também havia irmãs mais velhas. Por isso é que é um festival que eu espero poder voltar novamente! Só senti um bocadinho mais de tristeza porque foi curtinho o concerto e gostava de ter feito o set todo.. Pelo menos 01h20 de concerto para estar relaxado, criar mais dinâmicas e empatia com o público. Mas deram-nos 50 minutos, tal como a todos os artistas neste cartaz e por isso fizemos o nosso trabalho e juntámos quase um best of das nossas músicas em 50 minutos. 

MHD: Ainda voltando à pandemia, tu tiveste a sorte de não parar. Inclusive, tu tiveste singles a chegar aos tops. Como é que foi para ti viver a pandemia? 

Diogo Piçarra: Foi ser pai, porque a Peppy nasceu um bocadinho antes de a pandemia surgir. Eu não queria dizer que foi uma coisa boa, porque não foi uma coisa boa, mas de certa maneira fui pai a 100% ou a 200%. Estivemos sozinhos em casa com uma bebé quase durante dois anos e, por isso, conheci os primeiros anos da minha filha, estive lá nos primeiros passos e não sei se estaria se não houvesse pandemia, porque teria estado na estrada, como estive este ano. Os primeiros meses foram importantíssimos e eu estive lá e estou muito feliz por isso, mas triste pela pandemia. 

MHD: Estavas a dizer que neste concerto tiveste tanto pessoas com oito anos como um avôzinho. Antigamente, a música nacional não era tão valorizada assim. Queria que refletisses um bocadinho sobre isto. Achas que está a melhorar a visão que as pessoas têm da música nacional? 

Diogo Piçarra: É assim, concordo e discordo, porque houve fases. Acho que houve fases na nossa indústria musical. Houve fases, em que se calhar nem era nascido, em que havia muita música portuguesa a tocar. Sinto que houve ali uma fase em que a música inglesa cresceu imenso, e não só, tal como a música brasileira e a música latina. E os portugueses viraram-se um bocadinho para o estrangeiro, mas sempre ouve música portuguesa. E eu sinto que a minha carreira surgiu quase numa nova onda de música portuguesa e fico feliz por isso. Sinto uma honra por fazer parte dessa geração e sinto que há gerações ainda mais jovens a surgir. Mas sinto que a partir de 2012, 2013, o ano em que eu realmente comecei a dar os meus primeiros passos, senti que a música portuguesa estava a renascer. Não estou a dizer que se fez música melhor, mas que foi mais valorizada em festivais e em rádios. E isso, sem dúvida, já àcerca de pelo menos quase 10 anos que tenho sentido isso.

MHD: E a nível dos teus projetos musicais, o que é que vem aí?

Diogo Piçarra: Há pouco tempo lancei uma música que se chama ‘Futuro’, para além da ‘Sorriso’ que já saiu há cerca de três meses. Lancei o ‘Futuro’ na sexta-feira passada [risos], e é quase como se fosse uma homenagem ou uma dedicatória à minha família e às minhas duas princesas que são o meu futuro. Aconteça o que acontecer, vão ser sempre o meu futuro. Foram o meu passado e vão estar lá para sempre, quase como se fossem uma tatuagem, por isso foi quase como se fosse a minha homenagem a elas. Não é para ser um single, mas sim uma música especial, uma música intemporal e já sinto que as pessoas se estão a identificar e que estão a gostar. Infelizmente não a pude cantar porque o set era curtinho, mas espero agora nos próximos concertos cantá-la pela primeira vez! 

Assististe ao concerto de Diogo Piçarra? És fã do cantor algarvio?

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