Óscares 2019 | Previsão dos nomeados
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Quais serão os nomeados para os Óscares? Em véspera do anúncio das nomeações, essa é a pergunta na boca do mundo e a questão à qual a MHD aqui se propõe a responder.
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Todos os anos, existem publicações que dedicam quase todo o seu esforço a prever quais serão os nomeados para os Óscares. Trata-se de um tema com imensos seguidores devotos, com especialistas e prognosticadores profissionais. Aqui na Magazine.HD não nos autointitulamos especialistas na arte misteriosa da prognosticação dos Óscares, mas, mesmo assim, vamos arriscar e oferecer as nossas previsões dos nomeados da temporada 2018/19.
Como prováveis líderes das nomeações, apontamos para “Roma”, “A Favorita” e “Assim Nasce Uma Estrela”. Este trio tem tido grande sucesso tanto entre os prémios da crítica, honras dos sindicatos e os poucos prémios percursores do Óscar com mais impacto mediático. Alfonso Cuarón, em particular, parece estar bem encaminhado para fazer história, obtendo cinco nomeações em categorias diferentes no mesmo ano.
Se “Roma” ganhar Melhor Filme, será mesmo o primeiro filme não anglófono a alcançar tal honra, mas isso são conversas para depois das nomeações. Aliás, terá de derrotar “Green Book” que parece cada vez mais seguro na sua conquista ao maior galardão de Hollywood, por muito injusto que tal fado possa parecer. Entretanto, tudo é uma incerteza, a não ser que a categoria em questão seja Melhor Canção Original. Esse Óscar já ninguém consegue tirar a Lady Gaga.
Ao todo, são 24 as categorias dos Óscares, contando também com as três referentes a curtas-metragens. Em nome do rigor, decidimos arriscar e até fazer previsões em relação a essas categorias. Também oferecemos explicações mais ou menos detalhadas para as nossas escolhas, caso tenhas interesse nisso. Afinal, algumas previsões podem ser mirabolantes se não tivermos em conta os hábitos históricos da Academia de Hollywood e os muitos prémios que já foram entregues ou indicados e cujo valor enquanto percursor do Óscar não pode ou deve ser negado.
Segue as setas, para leres as nossas previsões. Cada página corresponde a uma categoria, tirando as de melhores curtas-metragens que reunimos numa só. Para começar, temos Melhor Filme…
MELHOR FILME
- Assim Nasce Uma Estrela
- Black Panther
- BlacKkKlansman: O Infiltrado
- Bohemian Rhapsody
- A Favorita
- Green Book – Um Guia Para a Vida
- Roma
- Vice
Alternativas: Um Lugar Silencioso, O Primeiro Homem na Lua, Se Esta Rua Falasse
Consoante as atuais regras que regem a categoria de Melhor Filme, todos os anos pode haver um mínimo de cinco e um máximo de dez filmes nomeados. Usualmente, isto tem resultado em grupos de oito ou nove nomeados, sendo que, para 2019, prevemos que isso se repita.
Em relação à probabilidade de cada um destes oito filmes realmente alcançar a tão desejada honra, diríamos que as nomeações de “Assim Nasce Uma Estrela”, “Roma”, “BlacKkKlansman: O Infiltrado” e “Green Book – Um Guia Para a Vida” estão praticamente garantidas. “Black Panther” e “A Favorita” também estarão perto desse estatuto. Contudo, estes dois terão de superar, num caso, preconceitos contra o valor artístico de filmes de super-heróis e, no outro, a potencial alienação que resulta de um filme de autor mais facilmente associado ao circuito dos festivais que ao Dolby Theatre.
“Bohemian Rhapsody” e “Vice” são os filmes que completam este octeto e podem muito bem ser considerados os nomeados mais imediatamente polémicos. Se “Bohemian Rhapsody” alcançar a nomeação tornar-se-á automaticamente num dos filmes com pior receção crítica a conseguir tal feito, devendo o seu sucesso ao estrondoso resultado das bilheteiras e apoio populista. Para “Vice”, a situação é menos extremada, mas há muitas vozes descontentes que veem pouco valor no comentário político do filme e as críticas, de forma geral, também não têm sido muito amistosas.
Fora deste grupo, ainda é possível encontrar algum nomeado, especialmente se considerarmos a necessidade e o peso de votos em primeiro lugar dentro do método preferencial que a Academia usa. Filmes como “Se Esta Rua Falasse” podem ter menos fãs que “Assim Nasce Uma Estrela”, mas a paixão fervorosa de poucos pode ser tão poderosa como a aprovação descomplicada de muitos. Pelo menos, assim é quando falamos de Óscares.
MELHOR REALIZAÇÃO
- Bradley Cooper, Assim Nasce Uma Estrela
- Alfonso Cuarón, Roma
- Peter Farrelly, Green Book – Um Guia Para a Vida
- Yorgos Lanthimos, A Favorita
- Spike Lee, BlacKkKlansman: O Infiltrado
Alternativa: Adam McKay, Vice
Cooper, Cuarón, Farrelly, Lee e McKay foram todos nomeados para o prémio do Sindicato dos Realizadores (DGA ou Directors Guild of America), pelo que são os nomes mais seguros para prever. Contudo, convém ter em consideração que raro é o ano em que este influente sindicato e os Óscares correspondem a 100%. Em certas temporadas, como a de 2012/13, a reviravolta dos nomeados da Academia é tal que aquele que se julgava o pressuposto vencedor acaba sem sequer uma nomeação.
Olhando para o padrão estabelecido desta última década de Óscares, a Academia tende a demonstrar um gosto ligeiramente mais independente e alternativo que o sindicato mais populista. Por isso mesmo, McKay e Farrelly estão vulneráveis, sendo as escolhas do Directors Guild com menos prestígio crítico. Entre os dois, McKay é aquele no filme com menos apoio generalizado nos prémios percursores, por isso prevemos que fique de fora da lista final.
Isso abre caminho a outro nomeado menos convencional. Considerando quão vistoso o trabalho de Yorgos Lanthimos é em “A Favorita”, apontamos para o autor grego como o mais provável conquistador dessa nomeação que quebra a correspondência entre Academia e Sindicato. Outra forte possibilidade é a ascensão de Pawel Pawlikowski, o realizador polaco de “Guerra Fria” que conseguiu uma série de nomeações surpresa nos BAFTAs.
MELHOR ATOR NUM PAPEL PRINCIPAL
- Christian Bale, Vice
- Bradley Cooper, Assim Nasce Uma Estrela
- Ethan Hawke, No Coração da Escuridão
- Rami Malek, Bohemian Rhapsody
- Viggo Mortensen, Green Book – Um Guia Para a Vida
Alternativa: John David Washington, BlacKkKlansman: O Infitrado
Na categoria de Melhor Ator, Bale, Cooper e Malek são nomeados garantidos. Aliás, diríamos mesmo que o troféu se disputa exclusivamente entre os três atores. Malek é a escolha mais populista, mas é Bale quem vai à frente no que diz respeito a prémios mais vistosos como o Critics Choice Award e o Globo de Ouro. Cooper esmorece um pouco em consideração aos dois outros, mas a sua nomeação é quase garantida também. Ele é um dos atores favoritos da Academia no que diz respeito à sua particular geração de atores americanos.
Depois dessas três apostas certas, entramos num panorama mais marcado pela insegurança. Se tudo correr como os peritos preveem, Mortensen vai conquistar a sua terceira nomeação com “Green Book”, mas a controvérsia em volta do filme pode vir a custar-lhe muito. Uma das controvérsias, convém mencionar, foi o modo como o ator dinamarquês usou linguagem insultuosa e indevida durante uma exibição do filme no circuito dos festivais. O ator já pediu desculpa, mas os detratores do filme não se esquecem e depois do que aconteceu a James Franco no ano passado, convém sempre considerar o poder destruidor da polémica durante a temporada dos prémios.
Chegado ao último nomeado, convém dizer quão importante é o voto apaixonado, aquele que é posto em primeiro lugar na folha de voto. Será essa mesma paixão que deve levar Ethan Hawke à ribalta aqui, em repetição do amor que ele tem recebido da crítica. Um possível senão será John David Washington que entra num filme com nomeação quase certa a Melhor Filme e que conseguiu conquistar os SAG e os Globos de Ouro ao contrário de Hawke. Muitos serão os profissionais da indústria que terão visto o filho de Denzel Washington crescer nos plateaus de inúmeros filmes e esse apoio sentimental e meio nepotista pode valer uma nomeação ao ator em início de carreira.
MELHOR ATRIZ NUM PAPEL PRINCIPAL
- Yalitza Aparicio, Roma
- Glenn Close, A Mulher
- Olivia Colman, A Favorita
- Lady Gaga, Assim Nasce Uma Estrela
- Nicole Kidman, Destroyer: Ajuste de Contas
Alternativa: Melissa McCarthy, Can You Ever Forgive Me?
Melhor Atriz é a categoria em que fazemos as nossas previsões mais arriscadas. Segundo a sabedoria popular dos prognosticadores dos Óscares, há que se seguir o que os prémios percursores indicam e isso significaria supor que as nomeadas serão Glenn Close, Olivia Colman, Lady Gaga, Melissa McCarthy e Emily Blunt. Contudo, a Academia é famosa pelas suas decisões surpresa e, nos últimos anos, é normal que um ator nomeado a todos os percursores importantes acabe de mãos a abanar na manhã das nomeações.
Partindo do princípio que Gaga, Close e Colman estão seguras, sendo as claras favoritas à vitória, resta supor que a falta de nomeação de Melissa McCarthy vá ser a grande reviravolta desta categoria. Ao invés dela, prevemos que Yalitza Aparicio vá ser beneficiada pelo amor generalizado a “Roma” e ceife uma nomeação pelo seu primeiro trabalho enquanto atriz.
Com tudo isto dito e como a sorte favorece os audazes, prevemos ainda outra surpresa. Apesar de ter sido indicada pelo SAG, Globos de Ouro e Critics Choice Awards, Emily Blunt falhou aquela associação de prémios que parecia mais historicamente predisposta a reconhecer a sua prestação enquanto Mary Poppins, os BAFTAs. Associando-se a isso a sua derrota nos Globos de Ouro que por norma adoram musicais, vemos como é bem possível que ela fique de fora da corrida ao galardão de Melhor Atriz. Em seu lugar, imaginamos que Nicole Kidman possa vir a afirmar-se. Neste momento, ela tem três filmes nos cinemas, incluindo os dois campeões de bilheteiras, e “Destroyer” estreou mesmo na altura certa para ficar na memória imediata dos votantes. É uma aposta arriscada, mas acreditamos que a atriz australiana não esteja de fora da corrida ao ouro como muitos supõem.
MELHOR ATOR NUM PAPEL SECUNDÁRIO
- Mahershala Ali, Green Book – Um Guia Para a Vida
- Timothée Chalamet, Beautiful Boy
- Adam Driver, BlacKkKlansman: O Infiltrado
- Sam Elliott, Assim Nasce Uma Estrela
- Sam E. Grant, Can You Ever Forgive Me?
Alternativa: Sam Rockwell, Vice
Depois de algumas previsões mirabolantes no panorama de Melhor Atriz, tentamos ser um pouco mais conservadores na categoria de Melhor Ator Secundário. Ali, Driver e Grant são praticamente nomeados confirmados depois de terem dominado tanto as indicações dos prémios da crítica como os percursores mais mediáticos. Ali, na verdade, está no bom caminho para ganhar o seu segundo Óscar.
Depois desses três, Sam Elliott parece afirmar-se como o mais provável nomeado, apesar de não ter sido tão favorecido pelos prémios percursores. O amor por “Assim Nasce Uma Estrela” e a popularidade do ator veterano de Hollywood deverão assegurar-lhe esta primeira indicação, mas nunca se sabe.
Depois desses quatro, tudo fica mais incerto. Segundo os percursores, trata-se de uma batalha fervorosa entre Timothée Chalamet e Sam Rockwell, mas nunca se sabe com os Óscares. Pela nossa parte, prevemos que Chalamet vá continuar a surfar esta onda de adoração mediática que já dura desde o ano passado com a aclamação de “Chama-me Pelo Teu Nome”. Isso e a dimensão minúscula do papel de Rockwell em termos de tempo de ecrã deverão favorecer o ator mais novo.
MELHOR ATRIZ NUM PAPEL SECUNDÁRIO
- Amy Adams, Vice
- Emily Blunt, Um Lugar Silencioso
- Regina King, Se Esta Rua Falasse
- Emma Stone, A Favorita
- Rachel Weisz, A Favorita
Alternativa: Claire Foy, O Primeiro Homem na Lua
Melhor Atriz Secundária é, de longe, a categoria mais confusa no que diz respeito aos prémios de atuação. Por um lado, Regina King é a maior campeã desta temporada de prémios, tendo conquistado praticamente tudo o que havia a conquistar em termos de prémios mais pequenos da crítica, assim como o Globo de Ouro e o Critics Choice Award. Por outro, a falta de nomeação do Sindicato dos Atores (SAG) e dos BAFTAs, pressagia desgraça e até uma eventual falta de nomeação da Academia.
Bem mais seguras são as chances de Emma Stone, Rachel Weisz e Amy Adams serem nomeadas. Podem ter ganho poucos prémios, mas estas três atrizes são nomes conhecidos e apreciados da Academia e suas recorrentes indicações ao longo da Awards Season cimentaram sua posição de destaque na corrida ao Óscar.
E assim chegamos ao último lugar a preencher nesta categoria e é aqui que tudo se complica de modo monumental. A estreia recente de “Maria Rainha dos Escoceses” e as nomeações para os SAG e BAFTAs parecem favorecer Margot Robbie. Só que a atriz australiana parece estar a replicar quase exatamente a trajetória de Emily Blunt em 2016/17 com “A Rapariga no Comboio” e isso significa acabar de mãos a abanar. Por falar na atriz britânica, a dupla nomeação nos SAG e a agressiva campanha promocional de “Um Lugar Silencioso” são capazes de lhe valer a nomeação, mas temos sempre de considerar como, em termos de percursores, Claire Foy está à frente apesar de muita gente parecer já se ter esquecido de “O Primeiro Homem na Lua”. Vamos arriscar e prever Blunt, mas convém também referir as possíveis ascensões de Thomasin McKenzie por “Leave No Trace”, Michelle Yeoh por “Crazy Rich Asians” ou mesmo Linda Cardellini pelo seu minúsculo papel em “Green Book”.
MELHOR ARGUMENTO ORIGINAL
- Eighth Grade, Bo Burnham
- A Favorita, Deborah Davis e Tony McNamara
- Green Book – Um Guia Para a Vida, Nick Vallelonga, Brian Hayed Currie e Peter Farrelly
- Roma, Alfonso Cuarón
- Vice, Adam McKay
Alternativa: No Coração da Escuridão, Paul Schrader
Tradicionalmente, Melhor Argumento Original é o lugar onde filmes mais alternativos se conseguem afirmar na corrida aos Óscares com uma sola nomeação. Assim foi com “Mulheres do Século XX” e “A Lagosta”, por exemplo. Apesar disso, há sempre alguma proposta mais convencional também presente, como é o caso de “Green Book” que, depois de ganhar o Globo de Ouro, é o potencial favorito nesta categoria.
Atrás dele fica “A Favorita” e “Roma”, dois candidatos de peso a muitos outros prémios que podem muito bem conquistar este troféu também se as marés de adoração de “Green Book” se inverterem, entretanto. Num patamar um pouco mais inseguro, “Vice” também parece um potencial nomeado.
Fora desse quarteto, chega a altura de, mais uma vez, ponderar os filmes que podem estar em menos folhas de voto, mas conquistarem mais votos de primeiro lugar que os outros. Em termos de previsão final, apontamos para a popularidade de “Eighth Grade” como mais provável catalisador a uma nomeação, isso e os enormes monólogos do argumento. É claro que também não é difícil imaginar nomeações para “No Coração da Escuridão”, “Guerra Fria” ou mesmo “Um Lugar Silencioso”.
MELHOR ARGUMENTO ADAPTADO
- A Balada de Buster Scruggs, Joel Coen e Ethan Coen
- BlacKkKlansman: O Infiltrado, Spike Lee, David Rabinowitz, Charlie Wachtel e Kevin Wilmott
- Can You Ever Forgive Me?, Nicole Holofcener e Jeff Whitty
- Leave No Trace, Debra Granik
- Se Esta Rua Falasse, Barry Jenkins
Alternativa: Crazy Rich Asians, Peter Ciarelli e Adele Lim
Comparada com a outra categoria que premeia texto, Melhor Argumento Adaptado é uma dor de cabeça de descomunal imprevisibilidade. As únicas certezas que parecem existir são nomeações para “Se Esta Rua Falasse” e “BlacKkKlansman”, mas até essa certeza pode ser infundada quando consideramos que os USC Scripter Awards, um importantíssimo percursor para este prémio, não reconheceram o filme de Spike Lee.
Depois desses dois projetos com fortes conotações políticas sobre questões raciais, “Can You Ever Forgive Me?” assume-se como o mais provável candidato. Graças aos seus diálogos inteligentes, humor sofisticado e personagens nova-iorquinas cheias de cor e charme, o filme tem a aparência de um nomeado certo nesta categoria, não fosse a geral falta de tração do filme noutras corridas ao ouro com exceção dos atores. Por outro lado, “Leave No Trace” aparece aqui só devido ao surpreendente apoio dos prémios percursores. Com diálogos escassos e silêncios prolongados, este seria um nomeado pouco ortodoxo, mas uma onda de repentina atenção da imprensa e crítica a coincidir precisamente com o período de votação da Academia deverá produzir sucesso.
Por falar em bom timing, “A Balada de Buster Scruggs” tem o benefício de ter sido causa de uma mudança de categoria, depois de deliberações terem levado a que o filme saltasse de Melhor Argumento Original para Adaptado. Tal acontecimento poderá ter chamado a atenção ao filme e, além disso, os irmãos Coen são assíduos candidatos a este prémio. É claro que, como já muito dissemos, com os Óscares nunca se sabe e é bem possível que outros filmes como “Crazy Rich Asians”, “Assim Nasce Uma Estrela”, “Black Panther” ou “A Morte de Estaline” venham roubar as nomeações aqui previstas para o filme dos irmãos Coen e até “Can You Ever Forgive Me?”.
MELHOR MONTAGEM
- Assim Nasce Uma Estrela, Jay Cassidy
- BlacKkKlansman: O Infiltrado, Barry Alexander Brown
- Bohemian Rhapsody, John Ottman
- Roma, Alfonso Cuarón e Adam Gough
- Vice, Hank Corwin
Alternativa: O Primeiro Homem na Lua, Tom Cross
O Óscar de Melhor Montagem tende a ser um bom indicador de que filmes são os favoritos ao galardão de Melhor Filme pelo que talvez devêssemos prever uma nomeação para “Green Book”, mas nos últimos anos tais estatísticas têm vindo a perder validade prognosticadora e esta é uma corrida particularmente competitiva. Entre os favoritos ao maior galardão que a Academia tem para oferecer, supomos que “Assim Nasce Uma Estrela”, “BlacKkKlansman” e “Roma” marquem presença, mas nem esses filmes são candidatos seguros.
Hank Corwin é um nome muito respeitado no mundo da montagem cinematográfica e esperamos que isso, assim como a geral popularidade de “Vice” com associações de prémios, vá garantir uma nomeação. Apesar de já ter sido anteriormente nomeado ao Óscar, John Ottman não é um nome tão respeitado como Corwin. A sua prevista nomeação deverá manifestar-se às custas da popularidade comercial de “Bohemian Rhapsody” ao invés de nascer de prestígio ou qualidade técnica.
Com tudo isto dito, convém não menosprezar a possível ascensão de outros filmes como “O Primeiro Homem na Lua”, A Favorita”, “Black Panther” ou até “Missão Impossível: Fallout”. Esta é uma das categorias que mais gosta de cinema de ação, por isso o blockbuster protagonizado por Tom Cruise nem seria um nomeado assim tão estranho como à primeira vista poderá parecer.
MELHOR FOTOGRAFIA
- A Favorita, Robbie Ryan
- Guerra Fria, Lukasz Zal
- O Primeiro Homem na Lua, Linus Sandgren
- Roma, Alfonso Cuarón
- Se Esta Rua Falasse, James Laxton
Alternativa: Assim Nasce Uma Estrela, Matthew Libatique
Se nos seguirmos pelos nomeados do Sindicato dos Diretores de Fotografia, “A Favorita”, “Guerra Fria”, “O Primeiro Homem na Lua”, “Roma” e “Assim Nasce Uma Estrela” são a nossa lista de candidatos ao Óscar de Melhor Fotografia. O problema é que, estatisticamente, é rara a vez em que a Academia e esta associação correspondem a 100%. De facto, o que costuma acontecer é quatro nomeados reconhecidos pelo sindicato e uma indicação surpresa da Academia.
Este ano, supomos que essa nomeação vá pertencer a James Laxton, cujo trabalho em “Se Esta Rua Falasse” tem sido a delícia da crítica. Convém mencionar que, apesar da sua carreira ainda magra em créditos de peso, este diretor de fotografia já tem uma nomeação anterior, por “Moonlight”, pelo que seu nome não será desconhecido da maioria dos votantes.
Teoricamente, podemos dizer o mesmo de Matthew Libatique, sendo que a grande diferença é que Libatique tem uma carreira muito mais cheia de títulos com Oscar buzz que Laxton e somente uma vez anterior é que a Academia o nomeou. Por tudo isso e pela natureza pouco vistosa de “Assim Nasce Uma Estrela” em relação aos outros potenciais nomeados, concluímos que o filme de Bradley Cooper irá falhar esta categoria.
MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO (CENOGRAFIA)
- Black Panther, Hannah Beachler e Jay Hart
- A Favorita, Fiona Crombie e Alice Felton
- Monstros Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald, Stuart Craig e Anna Pinnock
- O Regresso de Mary Poppins, John Myhre e Gordon Sim
- Roma, Eugenio Caballero e Barbara Enriquez
Alternativa: O Primeiro Homem na Lua, Nathan Crowley e Kathy Lucas
Filmes de época e fantasias são o género predileto desta categoria, o que ajuda obras como “A Favorita”, “Black Panther” e “O Regresso de Mary Poppins” a afirmarem-se como apostas seguras. Os percursores mais importantes como os BAFTAs, Critics Choie Awards e, é claro, os prémios dos Sindicatos certamente parecem posicionar estes três filmes como os favoritos para esta particular corrida dos Óscares.
Fora desses três, “Roma” afirma-se como o mais provável nomeado. A campanha que a Netflix veio a montar para o filme é tremenda e tem incluído considerável publicidade sobre as provações técnicas das filmagens. Um dos elementos mais discutidos e celebrados tem sido a detalhada reconstrução de quarteirões inteiros da Cidade do México como ela teria existido no início dos anos 70. Até Guillermo del Toro, nas suas apaixonadas defesas do filme e do trabalho do seu amigo Alfonso Cuarón, tem vindo a referenciar a grandiosidade deste feito cenográfico.
Em relação ao último filme desta lista de nomeados, os peritos mais especializados parecem concordar que “O Primeiro Homem na Lua” triunfará aqui. Contudo, parece-nos mais provável que Stuart Craig, uma lenda viva no mundo da cenografia de cinema, volte a ceifar uma nomeação pelo seu trabalho no franchise de Harry Potter e seu Mundo da Feitiçaria. Por esta sequela a “Monstros Fantásticos”, Craig já arrecadou uma nomeação para o BAFTA e não seria surpreendente ver a Academia de Hollywood a seguir o exemplo da sua irmã britânica.
MELHOR DESIGN DE FIGURINOS (GUARDA-ROUPA)
- Black Panther, Ruth E. Carter
- Bohemian Rhapsody, Julian Day
- A Favorita, Sandy Powell
- Monstros Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald, Colleen Atwood
- O Regresso de Mary Poppins, Sandy Powell
Alternativa: Maria Rainha dos Escoceses, Alexandra Byrne
Dizem os peritos que “Black Panther”, “Bohemian Rhapsody”, “A Favorita”, “Maria Rainha dos Escoceses” e “O Regresso de Mary Poppins” são os candidatos certos para esta categoria dos Óscares. Afinal, assim parecem indicar os principais percursores e os cinco filmes foram reconhecidos pelo Sindicato dos Figurinistas. Interessantemente, é essa consistência dos percursores que nos faz duvidar desta lista. Nos últimos dez anos, só uma vez é que todos os nomeados da Academia para este prémio foram também nomeados para o Costume Designers Guild Award. A norma é que há sempre um filme que aparece de surpresa.
Colleen Atwood é a Meryl Streep da categoria de Melhor Design de Figurinos e quando foi outrora nomeada pelo primeiro “Monstros Fantásticos”, acabou por levar o prémio para casa. Isso leva-nos a crer que, pelo menos, vai repetir a nomeação, especialmente considerando quão mais vistoso o guarda-roupa da sequela é em consideração ao primeiro filme.
O problema é entender quem é que cai de entre os candidatos favoritos dos prognosticadores profissionais. Muitas pessoas apontariam para uma das duas nomeações previstas para Sandy Powell, mas esta figurinista inglesa já antes conseguiu ser nomeada por dois filmes no mesmo ano, tanto em 1999 como em 2016. “Bohemian Rhapsody” parece imparável e esta seria a categoria mais facilmente conquistada pela cinebiografia mais lucrativa de sempre. Isso deixa-nos “Maria Rainha dos Escoceses” como melhor candidato a ficar de fora. Alexandra Byrne já antes ganhou um Óscar por vestir estas mesmas personagens em “Elizabeth: A Idade do Ouro” pelo que tal previsão é perigosa. Logo veremos.
MELHOR CARACTERIZAÇÃO (MAQUILHAGEM E CABELO)
- Bucha e Estica
- Maria Rainha dos Escoceses
- Na Fronteira
Alternativa: Suspiria
Melhor Maquilhagem é uma das categorias mais historicamente difíceis de prever na corrida aos Óscares. Parte dessa dificuldade devém do facto de ser a única categoria com apenas três possíveis nomeações. Contudo, talvez ainda mais importante para esta imprevisibilidade, é o processo pela qual os nomeados são escolhidos de entre os sete finalistas pré-selecionados. Basicamente, as equipas do filme fazem apresentações com ajuda de vídeo e sessões de perguntas e respostas ao corpo votante da sua categoria. Isso faz com que muitos filmes mais obscuros ou maltratados pela crítica, possam ganhar ímpeto face a obras mais prestigiadas com feitos menos vistosos.
“Vice” e “Bohemian Rhapsody” são dois filmes que quase todos os peritos estão a prever para esta categoria, mas é difícil não torcer o nariz à relativa convencionalidade de tais escolhas no que diz respeito a este particular prémio. No caso de “Vice”, o problema só aumenta quando a transformação de Christian Bale tem sido tão mediaticamente atribuída ao ator e não a qualquer trabalho de maquilhagem.
Em contraste, “Maria Rainha dos Escoceses”, “Suspiria” e “Bucha e Estica” têm maquilhagens extravagantes e têm feito muita publicidade a esse particular aspeto da sua criação. Como esta categoria tem uma bizarra predileção por filmes escandinavos, convém também destacar “Na Fronteira”, que conseguiu chegar aos finalistas deste prémio, apesar de ter até sido deixado de fora à corrida de Melhor Filme Estrangeiro.
MELHORES EFEITOS VISUAIS
- Black Panther
- Han Solo: Uma História de Star Wars
- Ready Player One: Jogador 1
- O Regresso de Mary Poppins
- Vingadores: Guerra do Infinito
Alternativa: O Primeiro Homem na Lua
Como Melhor Maquilhagem, a categoria de Efeitos Visuais é votada através de um processo de apuramento de finalistas e subsequente apresentação dos filmes ao corpo votante. Ao contrário da outra categoria, contudo, esta corrida ao Óscar tende a atrair mais atenção mediática e alguns pormenores da reação da sala às apresentações vieram a público. “Black Panther”, por exemplo, foi aplaudido mesmo antes de começar a apresentação, que, estrategicamente, se focou mais na criação de paisagens digitais do que nas cenas de ação onde o filme mais mostra fragilidades.
Com isso dito, uma falta de nomeação pelo sindicato dos Artistas de Efeitos Visuais parece pressagiar desgraça para o filme mais criticamente respeitado da MARVEL. Em contrapartida, “Vingadores: Guerra do Infinito” pode vir a marcar presença, tal é a magnificência da criação de Thanos. Outra reação de semelhante júbilo mesmo antes das apresentações começarem foi a dada a “O Regresso de Mary Poppins”, pelo que o efeito persuasivo da nostalgia poderá vir a valer uma nomeação.
No meio de tudo isto “Ready Player One” parece ser o líder na corrida ao prémio, nem que seja pela enorme quantidade de trabalho digital em evidência. No espectro oposto destas dinâmicas entre efeitos práticos e efeitos digitais, “Han Solo: Uma História de Star Wars” e “O Primeiro Homem na Lua” podem tanto ser beneficiados ou prejudicados pela sua enorme quantidade de efeitos produzidos sem o auxílio de computadores. Pela sua espetacularidade e maior número de processos digitais, prevemos o triunfo do filme fantástico e a surpreendente ausência do filme histórico, que assim seguiria o mesmo tipo de trajetória que “Dunquerque” teve nesta categoria no ano passado.
MELHOR BANDA-SONORA ORIGINAL
- A Balada de Buster Scruggs, Carter Burwell
- Black Panther, Ludwig Göransson
- O Primeiro Homem na Lua, Justin Hurwitz
- Se Esta Rua Falasse, Nicholas Britell
- Um Lugar Silencioso, Marco Beltrami
Alternativa: BlacKkKlansman: O Infiltrado, Terrence Blanchard
De entre todas as categorias dos Óscares, Melhor Banda-Sonora Original é a mais alérgica a novidade. Seus nomeados são quase sempre nomes consagrados e é muito raro ver mais do que um compositor sem nomeações precedentes na lista final. Este ano, prevemos que essa honra recaia sobre Ludwig Göransson e sua banda-sonora de “Black Panther”, mas também não surpreenderia se Terrence Blanchard finalmente fosse nomeado depois de uma das carreiras mais invejáveis de qualquer compositor de Hollywood.Com tudo isso dito, ainda é capaz de aparecer um compositor consagrado para completar o quinteto como Alexandre Desplat por “Ilha de Cães”.
Saltando do nomeado estreante para os quatro campeões da categoria que estamos a prever serem escolhidos pelas Academia, Justin Hurwitz e Nicholas Britell são os nomes com mais apoio da crítica. Contudo, a falta de impacto de “Se Esta Rua Falasse” e “O Primeiro Homem na Lua” na corrida aos prémios mais importantes poderá custar-lhes o que parecem ser nomeações asseguradas aqui.
Devido à campanha ferrenha da Paramount, esperamos que “Um Lugar Silencioso” marque presença aqui, especialmente considerando que Marco Beltrami já é um nome conhecido dos compositores, tendo duas nomeações anteriores. Por fim, Carter Burwell está a desfrutar de uma vaga de popularidade que já lhe valeu duas nomeações nos últimos três anos e “A Balada de Buster Scruggs” foi incluído nos finalistas tanto desta categoria como Melhor Canção, demonstrando um certo afeto dos compositores da Academia pelo filme dos irmãos Coen.
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
- “All of the Stars”, Black Panther
- “Girl in the Movies”, Dumplin’
- “Keep Reachin”, Quincy
- “The Place Where Lost Things Go”, O Regresso de Mary Poppins
- “Shallow”, Assim Nasce Uma Estrela
Alternativa: “I’ll Fight”, RBG
Em termos de prováveis vitórias, não há categoria mais previsível que Melhor Canção. Aqui, Lady Gaga vai triunfar sem qualquer dúvida e diríamos mesmo que a sua nomeação por “Shallow” é a única certeza mesmo nesta fase em que tentamos prever as cinco escolhas da Academia. Esta categoria é votada por um sistema de pontuação dos finalistas pré-selecionados, o que não ajuda a concluir quis são os candidatos mais prováveis depois da canção mais famosa de “Assim Nasce Uma Estrela”.
Graças ao amor da Academia por filmes da Disney e por musicais nesta categoria, apostamos em “O Regresso de Mary Poppins” e sua mais comovente canção. De modo semelhante, julgamos que a popularidade dos autores de “All of the Stars” e “Girl in the Movies”, Kendrick Lamar e Dolly Parton respetivamente, deverão garantir uma nomeação para este Óscar.
Com quatro nomeações despachadas, resta-nos prever um filme e aqui apelamos a uma das mais bizarras tradições desta categoria em anos recentes. Falamos da regularidade com que documentários alcançam aqui a sua única nomeação. Como “RBG” é um dos supostos favoritos na corrida ao galardão de Melhor Documentário, pensamos que “Quincy” e sua canção “Keep Reachin” deverá triunfar entre os compositores. Aliás, como o filme é sobre Quincy Jones e inclui a colaboração de outros nomes sonantes do mundo da música, talvez isso seja suficiente para seduzir e convencer o corpo votante desta específica categoria.
MELHOR SONOPLASTIA (SOUND MIXING)
- Assim Nasce Uma Estrela
- Bohemian Rhapsody
- O Primeiro Homem na Lua
- Roma
- Um Lugar Silencioso
Alternativa: Black Panther
A categoria de Melhor Sonoplastia adora filmes sobre música e cenas de concerto são uma espécie de fétiche que marca sempre presença nas suas listas de nomeados. Por isso mesmo, prevemos nomeações para “Assim Nasce Uma Estrela” e “Bohemian Rhapsody” e, honestamente, ninguém ficaria surpreendido se um destes projetos acabasse por levar este galardão para casa.
Depois dessas duas apostas garantidas, temos de reconhecer a grandiosidade de “Roma”, cuja sonoplastia seria um justo vencedor da categoria, nem que seja só pela sua qualidade imersiva. “O Primeiro Homem na Lua” possui um desenho de som semelhante, cheio de envolvência ribombante, mas a falta de apoio ao filme noutras categorias, nomeadamente Melhor Filme e Melhor Realização, poderá vir a custar-lhe a nomeação aqui.
Por último, prevemos “Um Lugar Silencioso”, pois o seu trabalho de som é inescapável, sendo até uma parte íntegra da narrativa. A única dúvida é que se trata de um filme de terror e esta categoria não costuma ser muito amiga de tais projetos. Aliás, a Academia de forma geral detesta filmes de terror. Em contraste, as categorias de som tendem a favorecer blockbusters de ação, o que poderá levar a uma nomeação para “Black Panther”.
MELHORES EFEITOS SONOROS (SOUND EDITING)
- Assim Nasce Uma Estrela
- Black Panther
- The Incredibles 2: Os Super-Heróis
- O Primeiro Homem na Lua
- Um Lugar Silencioso
Alternativa: Roma
As duas categorias de som normalmente têm, pelo menos, três nomeados iguais. Este ano, prevemos que essa honra recaia sobre “Assim Nasce Uma Estrela”, “O Primeiro Homem na Lua” e “Um Lugar Silencioso”. O filme de Bradley Cooper garante a sua posição graças à geral popularidade do projeto entre a indústria (vejam bem aquelas nomeações em quase todos os prémios de sindicatos), enquanto os outros devem muito à inescapável natureza do seu trabalho de som.
Como, de modo geral, esta categoria é mais amiga de filmes de ação do que o outro prémio de som, também prevemos com alguma certeza o sucesso de “Black Panther”. O filme da MARVEL é capaz de ser um dos grandes campeões em categorias técnicas e não hão de ser os técnicos de som a romper essa potencial dominância.
Outra predileção particular deste prémio de efeitos sonoros, é o favoritismo concedido a filmes de animação. Como o grande filme de super-heróis da Pixar converge em si a sonoridade de um projeto de animação e de uma aventura de ação, pensamos que um triunfo aqui não seria surpresa nenhuma. Aliás, o primeiro filme sobre esta família superpoderosa ganhou este mesmo prémio em 2005.
MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
- Homem-Aranha: No Universo-Aranha
- Ilha de Cães
- The Incredibles 2: Os Super-Heróis
- Ralph vs Internet
- Mirai
Alternativa: Ruben Brandt, Collector
Esta categoria é sempre nomeada pela Pixar e pela Disney, pelo que é seguro apostar nas nomeações de “The Incredibles 2” e “Ralph vs Internet”. Depois desses dois títulos, temos o filme de animação preferido dos críticos, “Homem-Aranha: No Universo-Aranha”, um fenómeno cultural que poderá ainda trazer consigo uma reviravolta à noite dos Óscares, ganhando o prémio que os peritos praticamente assumem pertencer todos os anos ao império que Walt Disney construiu.
Depois dessas propostas mais claramente comerciais, temos de considerar algumas propostas mais alternativas. Nesse patamar, o candidato mais provável é “Ilha de Cães”, que não só foi um sucesso com a crítica como tem em seu benefício o prestígio inerente ao nome de Wes Anderson, que ainda há quatro anos foi o realizador do filme mais nomeado da Awards Season, em geral, e dos Óscares, em particular.
Por fim, prevemos que esta categoria volte a reconhecer um filme não anglófono, como tem sido seu hábito na última década. O filme em questão, sobre o qual depositamos as nossas esperanças prognosticadoras, é “Mirai”. Dizemos isto pois tem sido muito bem-recebido pela crítica americana, o que não se pode dizer de todos os outros finalistas nesta categoria, quer sejam falados em inglês ou não.
MELHOR DOCUMENTÁRIO
- Free Solo
- Minding the Gap
- RBG
- Three Identical Strangers
- Won’t You Be My Neighbor?
Alternativa: Dark Money
2018 foi um ano de extrema excelência e surpreendente impacto mediático para o género do cinema documental. É triste, portanto, que, no panorama da Awards Season, os grandes reis da corrida para o Óscar de Melhor Documentário são os filmes mais comerciais deste género. Quando dizemos mais comerciais, também dizemos mais banais. Essas duas facetas não são necessariamente equivalentes, mas este ano têm sido para mal dos nossos pecados.
Por isso mesmo, esperamos ver “Three Identical Strangers”, “Won’t You Be My Neighbor?” e “RBG” nomeados. São documentários financeiramente bem-sucedidos com propostas biográficas fáceis de apreciar mesmo para um espectador que nunca veja documentários no cinema, só em contexto televisivo. Numa nota mais alegre, “Free Solo”, pelo menos tem uma proposta estética audaz a acrescentar à sua biografia meio convencional.
Por fim, para o quinto nomeado, decidimos ser um pouco mais otimistas e prever “Minding the Gap”. Trata-se de um dos melhores documentários do ano, assim como dos objetos de cinema mais pessoal a marcar presença na temporada dos prémios. “Dark Money”, devido ao seu tema e qualidade também é uma possibilidade bem forte para esta categoria.
MELHOR FILME NUMA LÍNGUA ESTRANGEIRA
- Cafarnaum, Líbano
- O Culpado, Dinamarca
- Guerra Fria, Polónia
- Roma, México
- Shoplifters: Uma Família de Pequenos Ladrões, Japão
Alternativa: Burning, Coreia do Sul
As regras desta categoria mudaram muito neste último ano. De comités especializados e regras restritas que só davam o direito de voto a pessoas que tivessem visto todos os finalistas, passámos a um sistema muito mais aberto e refém de potenciais populismos e influência dos media. Por isso mesmo, prevemos o sucesso garantido de “Roma”, “Cafarnaum”, “Guerra Fria” e “Shoplifters”, que têm sido os títulos internacionais mais falados neste ano cinematográfico.
Tecnicamente, tal retórica também levaria a uma nomeação de “Burning”, mas, por alguma demoníaca razão, a Academia tem-se mostrado alérgica a cinema coreano. Considerando a importância deste cinema nacional para críticos e festivais, o facto que a Coreia do Sul nunca ter sido nomeada para o Óscar de Melhor Filme Numa Língua Estrangeira é particularmente hediondo. Num gesto de pessimismo, prevemos que o mesmo acontecerá este ano.
Isso abre espaço para a emergência de uma proposta cinematográfica mais comparativamente convencional. Muitos peritos têm apontado o dedo a “Nunca Deixes de Olhar” da Alemanha, mas a nossa aposta incide sobre “O Culpado” da Dinamarca. Na última década, esse país tem sido o grande favorito nesta categoria, conseguindo nomeações quase todos os anos. Com a popularidade e “O Culpado”, que já tem um remake americano agendado, não vemos como é que a Academia vai conseguir resistir aos seus encantos.
CURTAS-METRAGENS
As categorias de curtas-metragens são sempre dificílimas de prever e, não tendo visto a maior parte dos filmes, temos só trailers, sinopses e muito pouca imprensa para tentar adivinhar os potenciais nomeados. Por isso mesmo, aqui não incluímos nenhuma deliberação mais complicada. Só ficam mesmo as nossas previsões e oxalá tenhamos sorte.
MELHOR CURTA-METRAGEM (LIVE-ACTION)
- Caroline
- Detainment
- Marguerite
- Icare
- Skin
Alternativa: Fauve
MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
- Age of Sail
- Bao
- Bilby
- Lost and Found
- Weekends
Alternativa: Pepe Le Morse
MELHOR CURTA-METRAGEM DOCUMENTAL
- Black Sheep
- End Game
- My Dead Dad’s Porno Tapes
- Women of the Gulag
- Zion
Alternativa: Period. End of Story.
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Concordas com as nossas previsões ou pensas que fizemos grandes erros de cálculo? Amanhã logo saberemos se estamos certos ou não. Fica atento à Magazine HD, pois vamos publicar a lista completa das nomeações dos Óscares assim que elas forem divulgadas.
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