ParaNorman, em análise | Conversa ao vivo com o realizador Sam Fell (MONSTRA 2025)
Em 2025, a MONSTRA celebra os seus 25 anos e comemora também o aniversário de um dos mais lendários estúdios de animação: LAIKA, com a exposição FRAME X FRAME. Celebram-se 20 anos deste estúdio lendário, com uma exposição essencial que estará patente no Museu da Marioneta até ao dia 11 de maio.
No sábado, dia 22 de março, pelas 21h30, depois de nessa mesma tarde já ter decorrido uma visita guiada à exposição FRAME x FRAME, Sam Fell, co-realizador de “ParaNorman” (em parceria com Chris Butler), visitou a sala 3 do Cinema São Jorge para uma sessão de apresentação deste clássicos dos Estúdios Laika e com direito a uma audiência de perguntas e respostas depois da exibição. Aqui surgiu a oportunidade essencial de discutir o filme, uma obra que casa o infantil e o sobrenatural, acerca de um jovem rapaz que tem a capacidade de falar com os mortos e que, dessa forma, poderá salvar a sua cidade de uma maldição sem precedentes.
Sam Fell, animador e co-realizador deste projeto, teve então a oportunidade de apresentar esta longa-metragem e também a sua paixão muito nítida e clara pela arte da animação tradicional. Sam elogiou, com grande amor, a animação tradicional e a simplicidade e beleza de criar projetos analógicos.
A narrativa de um rapazinho único em ParaNorman
“ParaNorman” é um filme que coloca a sua ênfase na imagem clássica. Narra a história emocionante de Norman Babcock (Kodi Smit – McPhee), um pré-adolescente ostracizado, muito diferente, capaz de se destacar pela sua capacidade única para ver e falar com os mortos da sua aldeia. Este “talento” começa em casa, expresso através da capacidade de falar com a sua avó já falecida, e acaba por se espalhar por toda a cidade.
O nosso Norman vai enfrentar fantasmas misteriosos, bruxas astutas e muitos adultos sem qualquer noção e que acabam, inadvertidamente, por tornar tudo muito pior. Acima de tudo, a estrutura de “ParaNorman” passa por uma corrida contra o tempo – à medida que Norman terá de reunir a coragem necessária para salvar os seus amigos, família e cidade e tornar-se num verdadeiro herói.
Esta obra destaca-se através de um cunho humorístico muito forte, o qual não passou despercebido numa sala que acolheu esse tom com particular entusiasmo. Já Sam Fell defendeu a obra ao vivo, reforçando aquilo que esta é: uma porta de entrada para narrativas sobrenaturais para os mais novos, com sustos e risos genuínos, mas também uma aventura assustadora válida para audiências de todas as idades.
Um dos grandes trunfos do filme é a sua utilização da técnica de stop-motion, ao invés da animação 3D que prevalece nos dias de hoje e que prevalecia já em 2012, quando “ParaNorman” foi lançado há 12 anos atrás. Outro grande trunfo do filme é a sua atmosfera misteriosa e estranha, a qual se casa na perfeição com um ambiente bizarro que está sempre presente.
Além disso, os laços familiares entre Norman, a sua irmã e todos os que o acompanham são inalienáveis e reforçados por Fell aquando da apresentação do filme.
“ParaNorman” é um filme de referência dentro do género stop-motion e uma das obras mais fulcrais da LAIKA. Até maio, esta filmografia é homenageada no Museu da Marioneta.