Os melhores e piores posters da semana (13/03-19/03)

Dos charmosos desenhos de Mestres da Ilusão 2 à cabeça gigante de Cate Blanchett, os mais recentes posters de cinema oferecem uma grande variedade de imagens, algumas memoráveis outras simplesmente deploráveis.

Já houve tempos em que esta arte foi mais celebrada, mas os posters de cinema continuam a ser uma grande fonte de icónicas imagens e um formidável barómetro para os gostos das massas e as estéticas regentes na atual cultura popular. Alguns cartazes do passado ficaram gravados na psique coletiva, cobrindo as paredes de jovens que pouca paciência têm para quadros ou fotografias pessoais e referem decorar seus interiores com a Mia Wallace de Pulp Fiction ou alguns dos geniais grafismos de Saul Bass, dependendo de gostos pessoais e níveis de pretensiosismo.

Enfim, os posters como meio de publicitar arte e entretenimento continuam a fazer parte das nossas vidas e todos os dias novas obras são divulgadas ao público na esperança de aliciar as pessoas a irem ao cinema e se maravilharem com as obras promovidas nestas gloriosas imagens.

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Neste artigo pretendemos explorar alguns dos melhores e piores posters da semana de 13 a 19 de Março, com o nosso foco a recair, pelo menos esta semana, sobre posters de cinema e não de televisão.

 

OS MELHORES POSTERS DA SEMANA

Primeiro olhemos o que de melhor se fez e divulgou no panorama dos posters de cinema nesta passada semana.

 

Esta coleção de 4 cartazes para a iminente sequela de Mestres da Ilusão procura uma estética retro que referencia antigos tipos de publicidade ilustrada, nomeadamente os cartazes de espetáculos de ilusionismo do século XIX e início do século XX. Precisamente por não ser particularmente virtuosa, a pintura dos cartazes tem um intrínseco charme e humor que os torna deliciosamente memoráveis. Dos quatro exemplos, o mais cativante é certamente o que apresenta Jesse Eisenberg como um ilusionista especializado em truques de escapismo. Os vários pares de mãos flutuantes que rodeiam a sua figura são um toque de particular génio, tão grosseiro como inspirado, divertido e chamativo.

 

High-Rise posters

Enquanto os trailers de High Rise têm explorado o encanto e sensualidade do carismático Tom Hiddleston, este cartaz toma outra rota, ativamente subvertendo essa mesma imagem de estrela de cinema. Ao invés de oferecer uma visão do corpo do ator, ou mesmo do edifício central ao enredo do filme, este poster coloca a face do ator a olhar diretamente a audiência em destaque. A composição é muito prosaica, mas isso apenas salienta o efeito de apagamento desfragmentado aplicado sobre a foto da estrela, que se vai desvanecendo no fundo cinza, como se alguém estivesse a obsessivamente raspar a imagem ou como se a foto se estivesse a esbater numa rude explosão. É brilhantemente simples e memorável.

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OS PIORES POSTERS DA SEMANA

Infelizmente, nem todos os cartazes de cinema são tão inspirados e alguns merecem o nosso ativo desprezo. Aqui ficam três dos piores posters a “agraciarem” o público durante a última semana.

 

A Modista posters

Começamos com o cartaz italiano para A Modista, um filme que já passou em 2015 pelos cinemas portugueses. Este é um exemplo de mau Photoshop que atinge proporções particularmente bizarras e deploráveis ao pegar na cabeça de Kate Winslet e a posicionar num corpo que claramente não lhe pertence. Tendo em conta quão glamourosa e sedutora a atriz está neste filme, tal escolha é um insulto, apenas exacerbado pela geral mediocridade do design aqui em exibição.

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Verdade posters

Outro exemplo de um cartaz exclusivamente europeu é este poster francês para Verdade. A tradição de se utilizar gigantescas cabeças flutuantes e translúcidas dos protagonistas de um filme é um estilo de cartaz que é infelizmente difícil de extinguir. Todos os anos, centenas destes posters infetam os cinemas com a sua abjeta falta de originalidade e o pior de tudo é quando são mal executados. Este cartaz de Verdade é um dos piores exemplos dos últimos tempos, sugerindo uma versão melodramática de The West Wing ao invés do drama jornalístico com temáticas políticas que o filme realmente é. Para além do seu desnecessário melodrama, existe ainda a terrível disparidade na iluminação das faces dos atores, que obviamente não foram fotografados com este intuito e parecem estranhamente deformados pela manipulação digital. A acrescentar está ainda o facto que colocar Redford numa posição de igual protagonismo a Blanchett neste filme, é um claro exemplo de falsa publicidade.

 

warcraft posters

Independentemente de quaisquer questões estéticas, o principal intuito de um poster de cinema será a divulgação do seu filme e, se possível, a sedução de uma audiência para que estejam tentados a ver essa mesma obra nos cinemas. Para isso, seria bom que a imagem concebida pelo cartaz fosse não só chamativa como memorável. Consequentemente um poster ser tão genérico que se torna quase indistinguível de uma imensidão de outros exemplos semelhantes, é um poster monumentalmente problemático. Este cartaz para Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos tem esse mesmo problema, usando um design que abertamente copia outros cartazes que tentam encafuar o elenco de personagens numa montagem forçosamente encaixada no meio da composição com uma paleta cromática de azuis e laranjas que não podia ser mais cliché se ativamente o tentasse.

 

Veremos se a próxima semana nos trará mais cartazes tão deliciosos como os de Mestres da Ilusão ou se o ataque das gigantescas cabeças flutuantes vai continuar.

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