American Gods, em análise | Primeiras impressões

Bem-vindos à viagem alucinante de American Gods, onde os deuses é que comandam o destino da humanidade! Conheçam Shadow Moon e restantes protagonistas!

Adaptada do premiado romance de Neil Gaiman, American Gods é uma viagem sem precedentes até a uma América ameaçada pelos deuses modernos. Não é uma viagem fácil nem direta ao assunto, mas é uma que os fãs de televisão vão gostar de espreitar.

Se o leitor ainda não viu o primeiro episódio, por favor considere saltar esta parte da crítica porque contém SPOILERS.

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Abrimos o episódio com uma explicação epocal narrada por um escritor. No tempo dos vikings, onde estes deuses mitológicos eram trazidos à vida em momentos sangrentos, a colonização de novos territórios era uma tarefa que exigia estratégia, sacrifícios de sangue e perseverança. Somos depois arrastados para o mundo moderno, onde conhecemos Shadow Moon. Este é um recluso que está prestes a sair da prisão e recebe a notícia de que a sua esposa faleceu. Triste e alheio de tudo o que o rodeia, Shadow conhece Mr. Wednesday (Ian McShane), um misterioso homem que o quer contratar forçosamente para um trabalho. Apesar da resistência de Shadow, Wednesday é insistente e consegue “envenenar” o espírito do protagonista concedendo-lhe a oportunidade de se despedir da sua esposa.É ao aceitar este trabalho que Shadow Moon embarca numa jornada alucinante para enfrentar os deuses da civilização moderna.

American Gods

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Bryan Fuller, criador de Hannibal, é o responsável por esta adaptação insana da obra de Neil Gaiman. O episódio piloto é colorido e possui uma fotografia magnífica, auxiliada pelas performances extraordinárias de Ian McShane e do protagonista Ricky Whittle, que os fãs de The 100 bem conhecem. As imagens são duma extravagância pouco vista em televisão. Tiram proveito do néon e dos contrastes, criando um ambiente de suspense magnífico e de constante alerta. Os deuses estão envoltos num mistério ainda pouco desenvolvido mas não deixam de nos pasmar com a forma bruta com que são apresentados.

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American Gods

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Há também uma beleza própria que Fuller incute na sua escrita. Os moralismos acompanham o humor negro com uma pitada de insanidade. American Gods é uma obra que não será fácil de acompanhar. O espectador é atirado para um universo novo mas terá de ser ele a desvendar gradualmente o papel de cada interveniente da história. Para já, as conclusões iniciais são muito positivas. Apesar de extremamente alucinada, a série é deslumbrante e deixa as pontas soltas necessárias para nos agarrar para o episódio seguinte.

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Os deuses modernos, esses “sacanas”, são símbolos dos pecados urbanos. Desde o prazer carnal, à ganância monetária, passando pela obsessão tecnológica, estes deuses são metáforas de todos os exageros que a espécie humana continua a idolatrar. A religião deixou de ser praticada perante uma força divina e dirige-se para a veneração dos prazeres mundanos, dos exageros carnais, dos vícios mais fugazes do século XXI. É aqui que American Gods triunfa. Incorporar esta falsa sensação de segurança perante algo que é tão banal e tão intrínseco ao nosso comportamento.

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American Gods

É na linguagem metafórica e na excelente realização de David Slade, que American Gods se destaca como sendo uma das apostas mais ousadas, sexys e loucas séries desta época de ouro e abundância. Uma que vai deixar muitos perplexos, mas que certamente aguçará a curiosidade para os episódios que ainda estão por vir.

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Bem-vindos à vida problemática de Shadow Moon e de todas estas extraordinariamente complexas e interessantes personagens.

Poderão acompanhá-las na Amazon Prime em Portugal e podem consultar as estreias deste novo serviço aqui.

TRAILER | AMERICAN GODS

 

American Gods - Primeiras Impressões
American Gods

Name: American Gods

Description: Baseada no romance de Neil Gaiman, American Gods conta a história de um prisioneiro recentemente libertado de nome Shadow que conhece um homem misterioso que se auto-denomina de "Mr. Wednesday" e parece conhecer mais da vida do protagonista do que ele próprio.

  • Jorge Lestre - 83
  • Cláudio Alves - 80
  • Filipa Machado - 80
81

CONCLUSÃO

O MELHOR – A cor, as personagens, todo o universo insano que é tão rico e novo para explorar.

O PIOR – Por vezes torna-se incoerente e exige do público bastante concentração.

Jorge Lestre

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