Resident Evil 7 (PS4), em análise

Estreando o RE Engine, Resident Evil 7 – Biohazard regressa às origens e promete uma viagem mórbida e repleta de surpresas.

resident evil 7 cover  

  • Editora: Capcom
  • Produtora: Capcom
  • Plataformas: PS4, Xbox One, PC

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Originalmente lançado em 1996 para a recém-nascida PlayStation, Resident Evil veio revolucionar o género do terror e tem sido desde então um dos maiores franchises do mundo dos videojogos. Contudo, é igualmente verdade que após Resident Evil 4, a Capcom tem vindo a sofrer pela escolha de se voltar para a acção (RE5 e RE6), em detrimento do survival horror que habituou os fãs.

Para se redimir, Resident Evil 7 volta às origens e isso é imediatamente perceptível pela escolha do título que usa. Afinal, Biohazard, o subtítulo, é nome original do primeiro jogo. Mas terá conseguido a Capcom satisfazer os fãs?

resident evil 7 let's play

A história segue Ethan Winters, um homem que recebe uma mensagem da sua esposa, Mia. Desaparecida há três anos, Mia guia Ethan até à Quinta dos Bakers onde encontra uma verdadeira casa dos horrores. Aparentemente simples, a narrativa é vasta e é aconselhado que o jogador inspecione as notas e as fotografias espalhadas ao longo do mapa, uma vez que, ao contrário do que acontece com outros títulos, estes itens oferecem sempre informação nova e preciosa na resolução do grande enigma da história.

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Habitando o ambiente mórbido e pútrido da quinta está a família, constituída por Jack, Margueritte, e Lucas, o filho dos dois. Mas eles não estão sozinhos e o jogador irá encontrar mais algumas personagens misteriosas, importantes ao desenrolar do enredo. E lembra-te, nem tudo é o que parece.

resident evil 7

Misturando elementos do Resident Evil mas também de Outlast (lançado em 2013 e cujo sucesso atingiu todo o mundo), o jogo leva o jogador numa aventura marcada pelo modo de primeira-pessoa, inédito em RE, permitindo reparar até no mais pequeno pormenor.

Outro detalhe que me surpreendeu pela positiva foi o sistema de VHS. Enquanto na maioria dos jogos que usam vídeos para revelar mais sobre determinado acontecimento o jogador permanece parado, em RE7 este é convidado a jogar livremente na pele da personagem que vê na VHS. Esta espécie de mini-jogo torna a experiência muito mais dinâmica e oferece não apenas a oportunidade de perceber como se resolvem certos puzzles mas também a de encontrar itens úteis.

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Quanto ao combate, à semelhança dos outros jogos, existem armas com que o jogador se pode defender. Os monstros são relativamente simples de derrotar (por vezes até demais) e com boa pontaria é fácil completar o jogo sem gastar a totalidade das munições. A sua quantidade é q.b., e desde que haja controlo e boa administração não há problema. É importante também usar o tipo de munição e estratégia que mais se adequada a cada situação.

De volta estão também os puzzles, com um agradável nível de dificuldade. A sua complexidade é ótima para quem aprecia um desafio moderado e cuja solução se encontra algures nas redondezas.

resident evil 7

Contudo, nem tudo é positivo e pessoalmente o mais negativo é o facto de, de um modo geral, Resident Evil 7 não ser assustador. Sem grande spoiler, depois de algum tempo é possível prever onde e quando vão acontecer os “jumpscares”, oferecendo alguma segurança. Num gameplay que me durou cerca de nove horas a completar, existiu para mim cerca de um total de uma ou duas horas de conteúdo que suscitou de facto algum medo.

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Entre os momentos que mais me marcaram está claro o início, no qual o jogador tem de se ambientar, e aqui a banda sonora, o design de som e os gráficos realistas e detalhados, fizeram o seu trabalho na perfeição. A cada passo é possível ouvir sons de vegetação e animais, dando a sensação de que algo está à espreita.

E fica igualmente na memória um outro momento em que apesar de não existir qualquer perigo “físico”, o mistério, e mais uma vez o design de som, aproveitam-se do medo humano pelo desconhecido para criar um ambiente do qual só apetece sair o mais depressa possível.

Jogo terminado, e atenção que o “fim” guarda uma surpresa, o jogador recebe a possibilidade de voltar a jogar, agora no modo Madhouse cuja descrição lê “Iremos usar tudo contra ti”. Este modo inclui número limitado de saves, inexistência de checkpoints, maior número de criaturas (mais fortes), número reduzido de itens, mas maior número de Ancient Coins (úteis para adquirir itens). Uma excelente opção para aqueles que adoram um bom desafio.

EM RESIDENT EVIL 7 TORNAS-TE PARTE DA FAMÍLIA

Resident Evil 7 é uma experiência que vale a pena viver seja sozinho, seja na companhia de amigos. Os jogadores que não conhecerem o universo podem ficar descansados pois o jogo vale por si. Contudo existem sim vários elementos reconhecíveis pelos fãs de Biohazard (como o sistema de gravar o progresso num gravador), e em especial de RE4, considerado por muitos fãs como o último bom jogo do franchise. Alguns destes inegáveis throwbacks incluem puzzles, criaturas, e até mesmo uma boss fight.

Pontos Fortes:

  • Gráficos e design de som realistas
  • Regresso ao survival-horror

Pontos Fracos:

  • Inimigos previsíveis após algum tempo de jogo
  • Escolha do Gore em detrimento do Terror

HARDWARE USADO PELA MHD PARA TESTES DE JOGOS

PS4:

PC:

Resta saber que surpresas esperam ainda o mundo de RE, especialmente depois de revelada a presença de uma personagem muito conhecida dos fãs que deixou mais perguntas do que respostas. Mais deverá ser desvendado na primeira DLC, intitulada Not a Hero.

Ângela Costa

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