Rush: Duelo de Rivais, em análise
“Os homens gostam das mulheres, mas gostam mais ainda de carros. Esta frase foi dita por um dos personagens do novo filme de Ron Howard, Rush – Duelo de Rivais, e não me saiu da cabeça. Esta singela afirmação define a natureza de um homem. Tudo começa quando somos pequenos, onde temos este fascínio por carros, quando brincamos com carros de brincar e mais tarde quando aprendemos a conduzir e nos colocamos ao volante de um automóvel. Esta ligação amorosa de o homem com o automóvel começou desde as primeiras formas de carros que inventaram e que perdura até aos dias de hoje. Depois há aqueles homens que vivem o sonho de qualquer rapaz, ser um piloto de corridas da Fórmula 1. E é esse sonho que moveu James Hunt e Nicki Lauda a tornarem-se nos melhores pilotos de sempre da Fórmula 1. A sua rivalidade dentro e fora das pistas, viria a tornar-se numa lenda e numa grande amizade. Pois só conhecemos realmente alguém, quando entramos em confronto.
No filme “RUSH”, vemos precisamente esse duelo dos dois pilotos, baseado em fatos reais, o filme é centrado nessa rivalidade dentro e fora das pistas de corrida, e acompanhamos os aspectos pessoais de cada deles, que nos leva a conhecer um pouco sobre os pilotos, sobre a sua ambição de vencer e sobre as suas fraquezas humanas.
Os actores Daniel Brühl como Nicki Lauda e Chris Hemsworth como James Hunt, estão excepcionais, embora Daniel Bruhl esteja muito superior, a sua performance é digna de ser nomeada ao óscar (esperemos que sim). No Cast feminino temos Olivia Wilde como Susy Miller, mulher de Hunt, e temos Alexandra Maria Lara como Marlene Lauda, mulher de Lauda, também elas excelentes nos seus papéis.
A força deste filme reside essencialmente num bom e bem construído argumento, nas excelentes interpretações dos actores principais e secundários e, a nível técnico, na fotografia e montagem do filme.
A banda sonora fica a cargo de Hans Zimmer, já uma parceria habitual do realizador. A música confere adrenalina e emoção às cenas de corridas, e um tom sentimental às cenas mais pessoais dos pilotos. Mais um excelente trabalho deste compositor. E claro está, o soberbo trabalho de realização de Ron Howard, que tem aqui o seu melhor trabalho de carreira, superando na minha opinião o seu fantástico filme “Uma mente brilhante que ganhou os Óscares.
Ron Howard é daqueles modestos cineastas que à partida passa despercebido pelos caminhos reluzentes de Hollywood, mas na verdade é sem dúvida um grande realizador. Alguns dos seus filmes foram grandes sucessos comerciais e outros ainda foram muito bem aclamados pela crítica. Destacando alguns dos seus melhores filmes como Cocoon – O segredo dos corais, Mar de Chamas, Horizonte Longínquo, Apollo 13, O resgate, Uma Mente Brilhante, Desaparecidas, Cinderella Man, O código de Da Vinci, Frost/Nixon, Anjos e Demónios e este último Rush – Duelo de Rivais, que na minha humilde opinião é dos melhores filmes deste ano. Um emocionante filme a não perder, carregado de velocidade, adrenalina e muita emoção, que vai com certeza mexer com os vossos sentidos.
É com filmes assim que vale a pena, sair de casa e ir ao Cinema, pois mexem com as nossas emoções e nos fazem sonhar por breves instantes. É esta a magia do Cinema! Termino com uma fotografia dos verdadeiros CAMPEÕES que no ano de 1976 mexeram com as emoções de milhares de fãs da Fórmula 1, pelo mundo inteiro — com Niki Lauda e James Hunt.
Carlos Miguel Reis
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