Scream | Series Premiere, em análise

 

Em 1996 o cineasta Wes Craven (“A Nightmare on Elm Street”) e o argumentista Kevin Williamson revolucionaram o genre de terror com o lançamento do clássico filme slasherScream“. Este projecto ofereceu aos espectadores uma experiência única que até à altura não tinha sido tão bem costurado, isto porque o desenvolver da trama apoiava-se tão praticamente a momentos de intensidade e thriller da mesma forma que explorava cantos de meta-comédia.

Actualmente, quase vinte anos mais tarde, a MTV resolveu apresentar a sua adaptação do clássico de terror com uma série de mesmo nome (leia-se-: “Scream”) que brinca com referências ao filme original enquanto que se mantém fiel aos temas de adolescente que seguram os programas de ficção do canal (“Teen Wolf”; “Finding Carter”). 

Evidenciado no facto de nos minutos iniciais a série explorar todo tipo de modernices e futilidade jovem como o mundo das redes sociais e vídeos virais onde uma jovem vê espalhada pela Internet um clip em que está numa cena de amassos com uma mulher e dessa forma pondo em escrutínio do público a sua orientação e experiência sexual homossexual. Mas em típico estilo “Scream” os causadores desta revelação não-requisitada são assassinados de forma brutal, com o namorado Tyler (Anthony Rogers) a aparentemente ser decapitado e a rainha-bimba Nina (convidada especial Bella Thorne) a ser degolada numa cena irmã à que foi protagonizada por Drew Barrymore no filme original.

scream cast

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O elenco é relativamente inexperiente e composto maioritariamente por caras bonitas e comerciais, mas de alguma forma todos conseguem integrar-se naquele tipo de personagem cliché tão próprio dos filmes de terror e em particular de “Scream”. Para começar temos a protagonista Emma (Willa Fitzgerald), o namorado desportista Will (Connor Weil) e os amigos populares Brooke (Carlson Young), Jake (Tom Maden) e Riley (Brianne Tju). Há ainda a vítima de cyberbullying e lésbica semi-assumida, Audrey (Bex Taylor-Klaur, “Arrow”), o seu amigo geek/pateta Noah (John Karna) e o misterioso recém-chegado Kieran (Amadeus Serafini).

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Para lançar lenha para a fogueira somos rapidamente apresentados a uma história antiga que aconteceu há vinte anos em Lakewood (coincidence much?), onde um jovem deformado chamado Brandon James resolveu dar uma de corta pescoços nos seus colegas de escola porque a sua paixão pela bela Daisy não lhe era correspondida – felizmente para nós a Daisy é a mãe de Emma, só que agora chamam-lhe Maggie (Tracy Middendorf).

Todo o misticismo do serial killer é muito bem agarrado pela equipa de produtores de “Scream”, e enquanto que a nova máscara de Ghostface parece de facto mais negra e assustadora que a primeira, compreendemos que o mesmo será um assunto muito controverso. Para já preferimos tirar é o chapéu aos momentos que o nosso querido assassino protagonizou, quer seja a entrar em vias de facto com a matança, ou a enviar corações de animal e mensagens subliminares à mãe da protagonista ou até mesmo a falar ao telefone (com a mesma voz demente que conhecemos) com a dita cuja Emma.

scream future

Apesar do diálogo simples e das actuações medíocres, a série para além da cena inicial tem outros bons momentos e todos eles praticamente cheios de referências-meta entregues pelo geek do grupo, que tal como no filme original, confirma que as personagens de certo modo sabem estar num ambiente cliché de filmes slasher apesar de serem burros o suficiente para caírem em todas as armadilhas típicas. Melhor prova disso é o momento em que Noah afirma que a única forma de sobreviverem é mantendo-se juntos, ao mesmo tempo que a emissão passa para Brooke na sua garagem, sem luz e previsivelmente, sozinha. No meio de uma destas referências conseguimos retirar aquilo que podemos esperar para o resto da primeira temporada no que toca à importância da caracterização (mesmo de personagens cliché) e que esperemos seja seguida à risca: “You root for them. You love them. So when they’re brutally murdered, it hurts.”

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No final o geek aka Noah protagoniza mais um momento de narração onde o mesmo explora em modos todos os motivos pelo qual o elenco praticamente todo, incluindo ele, podem ser o assassino, causando assim alguma intriga para nos manter empolgados para os desenvolvimentos da série e que, provavelmente, nunca revelará a identidade do vilão sem primeiro espremer toda a treta adolescente como o triângulo amoroso Emma, Will e Kieran, o drama homossexual de Aubrey, a relação aluna/professor de Brooke e o espírito escolar desportivo que esperemos que só sirva para mortes em balneários.

Sobre forma de conclusão aprovamos a série “Scream” pelo facto de principalmente não tentar ser mais do que o que realmente é – uma experiência divertida baseado num filme de culto que não inventa demasiado e que servirá perfeitamente como um cocktail de sensualidade e leveza teen para acompanharmos este Verão.

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