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Screenings Funchal | Um festival de cinema à parte em junho

Os Screenings Funchal prometem projeto de cinema à parte em junho, para celebrar os seis anos de um festival que continua a crescer.

Os Screenings Funchal são o projeto que marca pela diferença. Com mais de 250 filmes exibidos ao longo dos seis anos desde a sua criação, o projeto de cinema independente da Madeira tem sido capaz de proporcionar ao público madeirense uma oportunidade única de desfrutar de uma variedade de filmes alternativos, daqueles as mais autênticas experiências dos grandes nomes do cinema do nosso presente. Pelos Screenings já passaram os filmes de Luca Guadagnino, Julia Ducournau, Catarina Vasconcelos, Cláudia Varejão, Panah Panahi, nomes que têm feito a diferença, precisamente numa arte que tantas vezes questiona a sua própria existência.

Em junho de 2023, os Screenings Funchal levam-nos pelos grandes nomes do cinema de hoje e de ontem, nomes de realizadoras, atrizes, produtoras, argumentistas, que têm sido capazes de transpor um olhar mais profundo, simultaneamente inteligentes pela maneira como conseguem mesclar a sinceridade das suas histórias com o olhar atento à realidade. Alguns nomes desafiam mesmo as convenções cinematográficas tradicionais. Segundo a organização:

Às sextas iremos percorrer cronologicamente obras de grande relevância na história do cinema partindo de um registo mais experimental até chegar a obras que seguem uma narrativa mais “tradicional”. Aos sábados, o ciclo programado é dedicado a uma importantíssima cineasta nipónica cujos filmes têm sido altamente elogiados pela crítica internacional e que temos a sorte agora de os ver em sala também em Portugal. Bem-vindos a esta celebração cinematográfica, onde nos reunimos para celebrar, entre outras coisas, a capacidade do cinema de transcender língua, cultura e fronteiras, e através das lentes de cineastas, cujo corpo de trabalho transborda de humanidade, testemunhar as lutas, triunfos e fracassos de indivíduos e comunidades de vários cantos do globo, iluminando algumas das injustiças do nosso mundo e inspirando-nos a lutar por um futuro melhor.

De qualquer forma, este olhar dos Screenings nunca chegará a ser cansativo, por muito que tenhamos filmes diferentes para ver à sexta e ao sábado. O festival de junho dos Screenings no Fórum Madeira é uma oportunidade para descobrir explorar narrativas no ambiente intimista e descontraído da sala de cinema.

Não percas esta oportunidade fora do comum e descobre o cinema dos Screenings. Abaixo reunimos todos os filmes em exibição, com horário de exibição, trailer e sinopse respetivas.

Daisies, 2 de junho às 21h

Um dos grandes clássicos das novas vagas europeias dos anos sessenta. Duas belas jovens chamadas Marie atravessam diversas aventuras, em que fazem tudo para se divertir. Vão a piscinas públicas, a nightclubs, provocam os homens, destroem tudo durante um banquete. “Já que o mundo destrói tudo, destruamos o mundo!”. Segundo a realizadora, trata-se de “uma comédia bizarra, com elementos de sátira e sarcasmo em relação às duas protagonistas”. Com cores fortes, este talvez seja o filme mais pop da “outra Europa”. Também conhecido pelo seu título internacional, “Daisies”, foi o filme que, estreado antes da primavera de Praga, ditou a Vera Chytilová a impossibilidade de trabalhar no seu país até 1975.




Carta de Amor, 3 de junho às 21h

Lançado um ano após o fim da ocupação americana do Japão, a estreia de Tanaka na realização explora os conflitos profissionais e pessoais de Reikichi, um veterano repatriado que procura o seu amor perdido enquanto traduz cartas românticas de prostitutas japonesas para soldados americanos.




Jeanne Dielman, 23, quai du commerce, 9 de junho às 21h

Considerado em 2022 o melhor filme da história do cinema segundo a prestigiada revista Sight & Sound, esta é uma obra-prima sem paralelo que confirmou o talento de Chantal Akerman e, juntamente com Marguerite Duras, posicionou-a como a ponta de lança do cinema feminista. Delphine Seyrig dá vida à imortal Jeanne Dielman, uma mulher enjaulada na escravidão do quotidiano, condenada a repetir as mesmas acções dia após dia enquanto cuida do seu filho adolescente. A vida de Jeanne Dielman, uma jovem viúva com um filho, segue uma rotina imutável: enquanto o rapaz está na escola, ela faz as tarefas domésticas de manhã e trabalha como prostituta à tarde.




A Lua Ascendeu, 10 de junho às 21h

O Sr. Asai mora em Nara com as suas três filhas: a mais velha, Chizuru, que voltou para a casa da família após a morte do marido; a do meio, Ayako, em idade de casar, mas sem pressa de deixar o progenitor; e a mais nova, Setsuko, a mais exuberante das três irmãs que sonha em mudar-se para a capital. Esta última é muito próxima de Shôji, o jovem cunhado de Chizuru que mora num templo próximo da família Asai. Um dia, ele recebe a visita de um velho amigo, Amamiya, que lhe fala sobre Ayako. Setsuko está convencida de que Shôji ainda tem sentimentos pela sua irmã e fará de tudo para forçar o destino…

No dia 10 de Junho às 18:30, Miguel Patrício de À Pala de Walsh estará na Porta 33 para uma palestra intitulada “Quem és tu, Kinuyo Tanaka?” e apresentará a sessão de A Lua Ascendeu (1955) exibido nos Cinemas NOS do Forum Madeira no mesmo dia às 21:00.




Wendy & Lucy, 16 de junho às 21h

Demonstrando a razão pela qual é uma das mais conceituadas autoras do cinema actual, Kelly Reichardt utiliza um estilo formal minimalista para tecer um road-movie emocional e político único. Wendy Carroll (Michelle Williams) conduz até Ketchikan, no estado do Alasca, na esperança de um Verão de trabalho lucrativo na fábrica de conservas Northwestern Fish, e do início de uma nova vida com a sua cadela, Lucy. No entanto, quando o seu carro avaria no Oregon, a frágil estrutura da sua situação financeira desaba, e ela confronta-se com uma série de decisões económicas cada vez mais terríveis, com repercussões de grande alcance para si própria e para Lucy. Wendy e Lucy aborda questões de solidariedade e generosidade nos limites da vida americana, revelando os limites e a profundidade do dever das pessoas umas para com as outras em tempos difíceis. O filme é baseado no conto “Train Choir” de Jon Raymond.




Para Sempre Mulher, 17 de junho às 21h

Hokkaido, norte do Japão. Fumiko vive um casamento infeliz. O seu único consolo são os seus dois filhos e um clube de poesia que revela ser a sua principal escapatória, permitindo visitas à cidade. Aí encontra Taku Hori, o marido da sua amiga Kinuko que, como ela, escreve poemas. Ela sente-se cada vez mais atraída por ele, porém Fumiko é diagnosticada com cancro da mama. Enquanto os seus poemas são publicados, ela sujeita-se a passar por uma mastectomia. A jovem mulher descobre, então, a paixão por um jornalista que vem visitá-la ao hospital.

Never Rarely Sometimes Always, 23 de junho às 21h

Escrito e realizado por Eliza Hittman, o filme é um retrato íntimo de duas raparigas adolescentes na Pensilvânia rural. Face a uma gravidez indesejada e à falta de apoio local, Autumn (Sidney Flanigan) e a sua prima Skylar (Talia Ryder) atravessam as linhas do estado para Nova Iorque numa viagem de amizade, bravura e compaixão. O filme, aclamando internacionalmente pela crítica, venceu o Urso de Prata – Grande Prémio do Júri no Festival de Cinemas Internacional de Berlim em 2020 e foi nomeado para vários Independent Spirit Awards. O filme aborda temas como direitos reprodutivos, acesso a cuidados e saúde e as dificuldades que jovens mulheres enfrentam em zonas rurais, com desempenhos incríveis de Sidney Flanigan e Talia Ryder.




Mulheres da Noite, 24 de junho às 21h

A  jovem Kuniko mora num centro de reabilitação para ex-prostitutas. Apesar da gentileza da directora, a vida não é fácil e, como todas as suas camaradas, ela espera sair regenerada da instituição. Ela recebe uma oferta de emprego numa mercearia, mas o marido da senhoria e os homens da vizinhança são muito desregrados. Kuniko foge e vai trabalhar para uma fábrica. Diante da maldade dos demais funcionários, ela larga outra vez o emprego para ingressar numa creche. A vida parece ficar mais doce, mas o passado da jovem volta para atormentá-la…

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