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Splitsville: Amor em Maus Lençóis, em análise

“Splitsville – Amor em Maus Lençóis” é uma deliciosa comédia romântica indie com distribuição internacional pela Neon, que teve direito a estreia em Cannes e é assinada por Michael Angelo Covino, um dos co-protagonistas da trama.

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Quando Ashley (Adria Arjona), a sua esposa de apenas 14 meses pede o divórcio,  o extremamente pacato Carey (Kyle Marvin) refugia-se junto dos amigos Julie (Dakota Johnson) e Paul (Michael Angelo Covino), um casal que aparenta extrema felicidade e cuja relação assenta num casamento aberto.

Splitsville e o regresso da romcom em boa forma

Mas quando Carey se envolve sexualmente com Julie, todas as linhas na sua amizade são ultrapassadas, e a fachada de poligamia quebra-se de forma irreparável. Tudo a partir daqui evolui para o desconforto e para o caos, e que glorioso que é assistir à descida aos infernos deste par de quatro protagonistas.

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Estamos longe da época de ouro das comédias românticas. Longe das screwball comedies da década de 1940 e 1950, longe até das comédias românticas bem-sucedidas da viragem do milénio. Estamos num período de cepticismo, em que o “felizes para sempre” pura e simplesmente já não é credível e não tem lugar nas salas de cinema.

Mesmo assim, e mesmo tal sendo verdade, é possível fazer-se bons romances céticos. “Splitsville – Amor em Maus Lençóis” é um exemplo perfeito desta possibilidade. Temos aqui quatro protagonistas extremamente carismáticos, repletos de tensão sexual entre si, colocados em situações limite e situações de comédia da mais variada ordem.

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SPLITSVILLE
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Muitos parabéns para o realizador  Michael Angelo Covino, também intérprete do tempestuoso Paul, por criar uma narrativa ambivalente, que não procura impingir moralismos, limitando-se a mostrar, de uma forma bem cómica, as suas personagens a errarem, tentarem de novo, e por fim conseguirem levantar-se.

“Splitsville – Amor em Maus Lençóis” combina humor físico com humor de trocadilhos, com humor mais cerebral, e o resultado é uma capacidade de nos rirmos a bandeiras despregadas na sala de cinema. Particular destaque ainda para o potencial cómico sem fim de Adria Arjona, uma estrela em ascensão que merece mais e melhor, e também para a química inegável entre a divertida e provocadora Dakota Johnson e o simpático Kyle Marvin.

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Deixamos uma menção especial para a cena em que o co-protagonista Carey decide embarcar numa viagem de montanha russa com as mãos cheias de peixinhos dourados. O que é que aqui poderia correr deliciosamente mal? O riso, uma vez mais, é garantido, e neste caso nada cínico. Quiçá, talvez esta seja a cena cinematográfica mais engraçada de todo o ano.

Dakota Johnson: uma rainha natural da comédia romântica

Saída diretamente de outra comédia romântica de boa forma e extremamente cética, “O Match Perfeito”, Dakota Johnson é a nossa rainha emergente do formato. Capaz de divertir e extremamente sensual na sua interpretação, Johnson poderia ter sido uma Kate Hudson ou uma Jennifer Aniston, estivéssemos nós na era de ouro da romcom (claro está).

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O extraordinário em “Splitsville” é que o filme nunca nos tenta ludibriar, nunca nos tenta impingir lições de moral. Seja o tópico a monogamia, poligamia, casamentos e relações abertas ou fechadas, tudo o que é entregue é o fabuloso, delicioso caos que reina nas sequências do filme. Há uma vontade de pura e simplesmente refletir boa química em ecrã e testemunhar os erros, que, como humanos, todos vamos inevitavelmente cometer nos nossos relacionamentos. E não é esse o melhor estilo de romcoms existente?

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À data de escrita deste texto, “Splitsville” entra na sua terceira semana de exibição. Recomendamos que vejam, em sala, esta pequena pérola da comédia romântica que passou bem despercebida nos cinemas neste outono.

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Conclusão

  • “Splitsville – Amor em Maus Lençóis” é uma deliciosa comédia romântica indie que merece passar menos despercebida. Cepticismo e erros humanos surgem na linha da frente desta romcom claramente criada em 2025.
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