SBSR – Dia 3: Afinal, o ‘pior’ dia do festival foi mesmo o melhor
O último dia do Super Bock Super Rock 2024 era o menos concorrido e revelou-se ser o melhor de todos.
Sumário:
- Nos dois primeiros dias do Super Bock Super Rock 2024 atuaram nomes como Slow J, Papillon, Mäneskin, Royal Blood, Aminé, Mabel e Mahalia;
- O terceiro dia era o menos concorrido mas contava com o rapper britânico Stormzy;
- O último dia acabou por surpreender e acabou por ser o melhor de todos.
Depois de vários nomes populares da música portuguesa e internacional como Slow J, Papillon, Mäneskin, Royal Blood, Aminé, Mabel e Mahalia, o último dia do Super Bock Super Rock 2024 chegava com alguma desconfiança à mistura. Um pouco por todas as redes sociais havia uma opinião generalizada sobre o pouco “peso” do cartaz do último dia do SBSR.
O terceiro e último dia tinha como principais figuras os músicos Stormzy, Anna Calvi, Hause Plants, Vulfpeck e Mind da Gap. O principal destaque vinha diretamente de Londres, Reino Unido, o rapper Stormzy com uma carreira reputada no meio. Mas vamos começar, como é óbvio, pelo início, porque houve várias surpresas muito agradáveis ao longo do dia, que acabou por se revelar o melhor dos três. E porquê? O talento sobrepôs-se à popularidade.
Um dia para todos os gostos
O primeiro concerto do dia coube aos eternos Mind da Gap, um grupo histórico do panorama do Hip-Hop português. Alguns reconheceram as músicas da série “Morangos com Açúcar” (disponível na Prime Video), outros ouviam na altura em que a banda estava mais ativa. Durante uma hora tivemos um passeio, dentro do possível e do que dava para fazer, à história do Hip-Hop português.
O grupo chamou ao palco outros dois nomes importantes – Valete e Sam The Kid. Assim que terminou o concerto as atenções dirigiram-se para o Palco Pull & Bear, para os portugueses Hause Plants. Ao estilo dos Capitão Fausto (não é ao acaso que vão trabalhar com a discográfica Cuca Monga), brilharam com um género completamente diferente. Ainda não são um nome popular mas o talento está lá.
O talento sobrepôs-se à popularidade
Mas a verdadeira surpresa estava reservada no segundo concerto do palco principal. Os magníficos Vulfpeck mostraram que quando há talento, nem é preciso popularidade, porque as pessoas reconhecem e a festa ainda é melhor e mais genuína.
Para perceberem a diferença entre este dia e o último, por exemplo, o público neste concerto era 1/4 do público dos Mäneskin. Mas quem estava para ver Vulfpeck queria dançar e celebrar, e não só tirar fotografias e gravar. Era difícil encontrar alguém que não tivesse a dançar ou a cantar, o público ouvia-se mais que em outros concertos com mais pessoas.
A banda revelou ser puro talento. Os elementos em cima de palco estavam a trocar constantemente de instrumentos, todos sabiam tocar praticamente tudo. Uma vibe boa e saudável que contagiou qualquer um. Logo a seguir Anna Calvi foi mais uma demonstração de talento no último dia do Super Bock Super Rock. Também com pouco público a artista guiou-nos através de vários incríveis solos de guitarra.
Diretamente do Sul de Londres para o Meco
No final da noite chegava o nome mais forte de todos – Stormzy. O rapper britânico revelou ser outra surpresa agradável, contra maioria do que normalmente os rappers fazem.
Sem um DJ set para fazer o warm-up e com uma banda em palco, o músico britânico entrou em palco para dar tudo o que tinha. E só pedia o mesmo: “durante os próximos 60 minutos deem tudo, que eu vou dar cada pedaço de mim”. E assim foi, o artista cumpriu o que disse.
O público também estava bastante receptivo e o artista reconheceu isso: “estou muito grato”. Durante 1h15 Stormzy não parou praticamente e o seu estado físico mostrava que estava mesmo a dar tudo para o público português, o artista suava aos “litros”. Quando o hip-hop é feito de maneira humilde, o espetáculo tem outro sabor e foi assim com Stormzy.
O último dia acabou por ser incrível
A música com mais aderência foi, sem surpresas, “Vossi Bop”. No final não houve encore mas houve algo ainda melhor e que todos os artistas deviam fazer. Stormzy desceu do palco e cumprimentou, abraçou, tirou fotos e até deu autógrafos com todos que estavam na linha da frente, seja no lado direito, no lado esquerdo e no corredor no meio.
Um momento bastante ovacionado e que de certeza deixou Stormzy no coração de quem conseguiu trocar uma ou duas palavras com ele. Ao longo do concerto Stormzy dizia: “há pessoas aqui que nunca ouviram a minha música, nunca ouviram o meu nome, mas estão aqui e eu agradeço imenso. Vou dar tudo com vocês”.
O Super Bock Super Rock 2024 pode já ter tido cartazes melhores na edições passadas mas esta edição provou ser uma verdadeira surpresa cheio de estreias em absoluto em Portugal.
Foste a todos os dias?