Os Capitão Fausto enchem a plateia do Coliseu dos Recreios

Os 10 anos de Gazela foram celebrados pelos Capitão Fausto com os fãs num concerto icónico onde se reviveu os primeiros sucessos da banda.

Enquanto esperava a minha vez de entrar, fiquei atónito com as duas filas (em sentidos opostos) que se formavam na Rua das Portas de Santo Antão. Dos adolescentes aos adultos, era visível o entusiasmo geral pela atuação a que iam assistir.

Ao entrar tive de me esforçar por aproximar do palco, uma vez que a galeria de pé estava repleta de pessoas. Pouco depois de desencantar um metro quadrado onde pudesse caber, as luzes do teto diminuíram de intensidade e o público começou a bater com os pés no chão repetidamente.

Cinco figuras sombreadas surgiram no palco, preparando os diferentes instrumentos à medida que a energia da plateia redobrava. A guitarra de Tomás Wallenstein foi a primeira a expressar-se, com uns acordes que rapidamente tiveram acompanhamento de bateria, baixo, uma segunda guitarra e teclado. A “Música Fria” estava a ser tocada, com uma cumplicidade impetuosa, pelos cinco músicos, claramente expectantes pelo resto da performance.

Num sentimento de lealdade perante a celebração em causa, os Capitão Fausto tocaram, do princípio ao fim, todas as músicas de Gazela. O público acompanhava as letras e os motivos tão reconhecíveis, como o de “Teresa” (que quando foi anunciado por um dos instrumentos de cordas pôs a plateia em êxtase). Houve também algumas particularidades engraçadas. Uma que me ficou foi a melodia criada pela guitarra no fim da canção “Zecid”. Era a mesma do refrão de “Don’t let me down”, dos Beatles, e assim que isto foi percecionado pelos fãs foi possível testemunhar-se o Coliseu dos Recreios inteiro a cantar um dos mais famosos sons dos anos 60.

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Esgotadas as faixas do primeiro álbum, os outros não puderam deixar de ser lembrados. Desde “Alvalade Chama por Mim” até “Sempre Bem”, esta acompanhada vocalmente pelos espectadores (como já é hábito) nas suas primeiras notas, os sucessos do conjunto foram festejados por estes e pela sala, surgindo um ressoar de aplausos e berros ensurdecedores no fim de cada canção. A faixa “Certeza” também merece menção, visto que dois solos impactantes foram executados no fim da mesma: um deles pelo vocalista, acompanhado de um violino, e o outro por Francisco Ferreira, no seu teclado.

Terminada a atuação, os ouvintes não se sentiam satisfeitos. Depois de alguma insistência por parte destes, os cinco músicos voltaram e ofereceram-nos um encore que terminou com uma das mais conhecidas odes do seu arsenal. “Boa Memória” encerrou assim um concerto que ofereceu muito carisma e lembrou o passado de uma banda que, esperemos, ainda tem muito para nos mostrar.

 

One thought on “Os Capitão Fausto enchem a plateia do Coliseu dos Recreios

  • ““Boa Memória” encerrou assim um concerto que ofereceu muito carisma e lembrou o passado de uma banda que, esperemos, ainda tem muito para nos mostrar.”

    Não, não, podem ainda ter muito para “mostrar”, mas não têm nada, rigorosamente nada para dar a ouvir.
    Pelo amor da santa, isto é pior que o Emanuel, estes desgraçados chumbaram em Educação Musical, nunca aprenderam solfejo, só tocam três notas de ouvido e o “vocalista”- de todos o mais violento e perigoso – não vai além de uma soporífera fala, uma violência gratuita e absolutamente injustificável. Por favor, peçam-lhes que parem.
    Eu só aqui vim parar porque a rádio não pára de passar estes gajos quando no carro me disponho a ouvir algum noticiário e estou a tentar compreender. A compreender, não a perdoar…
    Se me distraio, levo com este barrote nos tímpanos. Não sei se é de propósito, se é à maneira de protesto ruidoso em relação à lei das percentagens de “música” (!!!!) portuguesa, mas parem de passar isto na rádio. Não aguento mais!!!

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