Tallies, Tallies

Tallies, Tallies | em análise

Tallies é o primeiro grande disco Dream Pop de 2019 e já um sério candidato a um dos melhores álbuns do ano.

E já lá vão 32 anos desde que um dos ícones maiores do Dream Pop surpreendeu pelas melodias, atmosfera sombria atravessada pela energia característico da guitarra de David Gavurin, mas sobretudo pela voz e as composições da inesquecível vocalista Harriet Wheeler, ou seja, quando o belo casal britânico que dava pelo nome de The Sundays lançou Reading, Writing, and Arithmetic (1990) o seu primeiro álbum. Tal recordação tem aqui lugar pelo simples facto de, a primeira vez que ouvi “Rocks” de Tallies, ter tido a imediata sensação – Elá! Temos Sundays de novo? Mais ainda, The Sundays no seu melhor!

Canadianos, Sarah Cogan (vocalista e compositora) e Dylan Frankland (guitarras e compositor) conheceram-se quando ambos estudavam Engenharia de Som no Algonquin College. Estudiosos de música e especialistas na Dream Pop do início dos anos 90, assumem ter composto o seu primeiro e homónimo álbum Tallies ao longo de 2018 e com Reading, Writing, and Arithmetic bem presente. O álbum sobre os amores e dissabores da entrada na idade adulta, foi gravado na Candle Recordings em Toronto, onde Frankland trabalhava como engenheiro de som, tendo aliás sido o seu produtor juntamente com Josh Korody, para a Kanine Records.

Trains and snow, swiftly go, I erase the face / Carried far in cable cars, I dissipate / Even though I know I’m growing old / Lights on cars take me home, I glow

“Trains And Snow”

Tallies é na verdade o primeiro grande disco Dream Pop de 2019, e já um sério candidato a um dos melhores álbuns do ano. Sarah Cogan tem uma voz daquelas que se impõe, marca presença por si além das memórias que transporta de Harriet Wheeler, apenas com um tom ligeiramente mais colegial. As guitarras de Dylan Frankland’s ouviram muito Slowdive (“Not So Proud”), tanto como Johnny Marr, Smiths (“Eden”) e não fora o ritmo mais vincado e propulsor da bateria do fantástico Cian O’Neill a verdadeira e quase singular marca de água é sinal dos tempos modernos e teríamos regressado ao melhor passado dos Cocteau Twins na sua versão mais abertamente pop (“Midnight”).

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Naquela fronteira perigosa entre, dum lado o banditismo da cópia revivalista e do outro outro a genialidade da deriva e reverência pela recuperação, Tallies superam o desafio de forma corajosa, elegante e muito bem executada, almejando o melhor lado do risco, extraindo o que de melhor aquelas bandas trouxeram, servido num cocktail requintado, mais… shaken not stirred.

TALLIES | “MOTHER”

Num álbum que bem podia ser uma playlist do melhor dos anos 90, destacamos em Tallies algumas grandes canções, a marcar pontos – Trouble logo no arranque, e ainda “Rocks”, “Midnight” e “Not So Loud”.

Tallies, Tallies | em análise

Name: Tallies

Author: Tallies

Genre: Indie Rock, Dream Pop

Date published: 11 de January de 2019

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  • Rui Ribeiro - 80
80

Um resumo

Um álbum que bem podia ser uma playlist do melhor dos anos 90, concebido com o carinho e o conhecimento de verdadeiros especialistas em Dream Pop.

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