Jeff Bridges em The Big Lebowski (1998) | © Working Title Films

The Big Lebowski, a Crítica | O cinema de culto chega ao IndieLisboa

“The Big Lebowski” foi uma de duas longas-metragens a exibir no Cinema na Piscina, uma rubrica alucinada e divertida que regressou ao IndieLisboa em 2025 com cinema para os mais novos e clássicos de culto. 

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Quiçá um dos “filmes de bros” mais afamados da história do cinema, “The Big Lebowski” celebra um caricato anti-herói. Falamos de Jeff Lebowski, ou simplesmente “The Dude”, como prefere ser chamado, um dos homens mais preguiçosos da Califórnia e quiçá de todo o mundo.

“O Grande Lebowski” é, sem dúvida, um filme clássico da parte dos irmãos Coen, uma comédia criminal insana e uma sátira imperdível filmada por e escrita pela dupla Ethan e Joel Coen. O enredo é mirabolante e basta que nos viremos demasiado na nossa bóia para perder alguma peça deste puzzle risível (no bom sentido!) e sempre divertido. Por isso mesmo, esta foi a escolha certa para a programação do “Cinema na Piscina”.

Cinema na Piscina com The Big Lebowski

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The Big Lebowski

Em cima de bóias para lá de confortáveis, a flutuar na Piscina de Penha de França, assim se passaram quase duas horas de cinema em condições perfeitamente fora do normal e que elevam a programação especial deste IndieLisboa em 2025. No passado, o Indie contou já com festas do seu Indie by Night dentro de uma piscina vazia, mas agora eleva-nos a outro patamar. Flutuar enquanto descobrimos ou redescobrimos um clássico da sétima arte.

Mas qual é o enredo desta stoner comedy? No centro da ação e como peça essencial para que tudo corra às mil maravilhas, contamos com um hilariante Jeff Bridges na pele de “Dude”, um sujeito que só tem duas preocupações na vida: relaxar e jogar bowling. Mas eis que a vida tem um plano muito diferente para ele.

A sua inação corre gloriosamente até ao dia em que é confundido com um milionário da sua terra com exatamente o mesmo nome e apelido. E assim começa uma aventura improvável que o leva a mexer-se (e muito): em busca de um novo tapete depois do seu ser urinado pelos homens que procuram intimidar o “Big Lebowski”, em busca da esposa desaparecida do seu homónimo, que acumulou dívidas pela cidade inteira, em busca de uma mala perdida que pode ou não conter um milhão de dólares para um resgate (que pode ou não ser real) e em busca do seu carro, roubado num parque de estacionamento.

“The Big Lebowski” é impiedoso, na medida em que não nos dá um segundo para descansar, com constante ação e novos eventos imperdíveis. O seu elenco assenta na performance de Jeff Bridges de forma evidente, mas os papéis secundários de Sam Elliott, Julianne Moore, Steve Buscemi, John Turturro, Philip Seymour Hoffman, David Thewlis, Peter Stormare e Ben Gazzara, entre muitos outros, compõem esta grande aventura exagerada com a qual nos deparamos.

Uma obra inaugural dos irmãos Coen

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O Grande Lebowski © Working Title Films

Como filme de culto que é, e como acontece no caso de tantos filmes de culto, “The Big Lebowski” foi inicialmente mal compreendido pela crítica e pelo público. Nos dias de hoje, é um filme elogiado ferozmente e com uma legião de fãs significativa. Aliás, muitas das pessoas na piscina da Penha de França responderam positivamente à pergunta “Já tinham visto este filme antes?”

Claro está, este “O Grande Lebowski” é particular hábil e única na sua capacidade de misturar géneros – existem magníficas sequências de sonho, com particular destaque para uma bastante sensual protagonizada por Bridges e Julianne Moore; além disso, existe também uma inteligente capacidade de casar o humor negro com o filme noir e com um surrealismo quase desconcertante.

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Grande parte do sucesso de “The Big Lebowski” depende naturalmente do seu inteligente argumento. O que não faltam, para além de “The Dude”, são personagens excêntricas e deliciosas, com particular destaque para uma rebelde, sensual e inesquecível Julianne Moore como Maude Lebowski e, no espectro oposto, para um tosco e caricatural David Huddleston como o The Big Lebowski, que dá nome ao filme.

Destaque por fim para John Goodman, inesquecível como Walter Sobchak, mais uma personagem brilhantemente exagerada. Walter, que acompanha o nosso protagonista ao longo de toda a obra, é um veterano da guerra do Vietname que não perde um instante para a referenciar – por mais fora de contexto que essa referência possa estar a cada momento. A sua exuberância e natureza exacerbada casa na perfeição a cada segundo com o relaxamento inerente a “The Dude”, funcionando esta como uma parelha inegável, a qual nos recusamos a libertar e que nos delicia até ao último segundo do filme.

O caos nunca abranda, não até ao final e assim recordamos com entusiasmo “The Big Lebowski”, uma obra perfeita para ver a flutuar em cima de uma bóia.

Alguma vez foste ao Cinema na Piscina com o IndieLisboa? Em 2025, Pedro Almodovar e os irmãos Coen estiveram em destaque em sessões únicas de obras de culto em cima de bóias! 

The Big Lebowski, a Crítica
O Grande Lebowski (1998) Poster

Movie title: The Big Lebowski,

Movie description: Jeff "The Dude" Lebowski, confundido com um milionário com o mesmo nome, procura ser indemnizado pelo tapete estragado e recruta os seus amigos do bowling para o ajudar a recuperá-lo.

Date published: 8 de May de 2025

Country: EUA

Duration: 117'

Author: Joel Coen, Ethan Coen

Director(s): Joel Coen, Ethan Coen

Actor(s): Jeff Bridges, Julianne Moore, John Goodman

Genre: Comédia, Crime

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Conclusão

“The Big Lebowski” é um dos clássicos inegáveis dos irmãos Coen e uma obra que resiste, com distinção, à passagem do tempo.

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