O papel mais transformador de Timothée Chalamet está prestes a chegar a Portugal e cheira a Óscar
Há momentos na história do cinema em que um papel e um ator se encontram numa dança tão perfeita que é impossível imaginar outro desfecho. Timothée Chalamet encontrou um desses raros momentos.
Sumário:
- Timothée Chalamet transforma-se em Bob Dylan em “A Complete Unknown”, numa performance que promete redefinir o género biográfico;
- O filme, realizado por James Mangold, explora os anos cruciais que culminaram no Festival Folk de Newport de 1965;
- Com estreia em janeiro em Portugal, é já um forte candidato aos Óscares, destacando-se pela recriação histórica e pela dedicação obsessiva de Chalamet ao papel.
Na penumbra de um quarto de hotel em Greenwich Village, um jovem Bob Dylan dedilha uma guitarra enquanto o mundo lá fora se prepara para uma revolução cultural sem precedentes. Esta é apenas uma das muitas cenas magnetizantes de “A Complete Unknown“, onde Timothée Chalamet não apenas interpreta Dylan – ele transforma-se nele, numa performance que promete redefinir o género dos filmes biográficos.
A metamorfose de Timothée
De acordo com a Indiewire que teve acesso a um screening do filme, o compromisso de Chalamet com o papel ultrapassa os limites do método tradicional de atuação. Durante cinco anos, entre as filmagens de “Dune” e outros projetos de peso, carregou uma guitarra como uma extensão do próprio corpo, aperfeiçoando meticulosamente o característico fingerpicking de Dylan. Esta dedicação obsessiva reflete-se em cada momento do filme, onde a música não é apenas um adereço, mas uma personagem vital que respira através dos dedos do ator.
O que torna esta interpretação verdadeiramente notável é a forma como Chalamet captura a enigmática inexpressividade de Dylan, sem nunca cair na imitação barata. É um equilíbrio delicado entre revelar e esconder, entre ser e representar, que poucos atores conseguiriam alcançar com tanta mestria.
O retrato de uma era
James Mangold, realizador que já nos tinha apresentado a vida de Johnny Cash em “Walk the Line”, consegue aqui algo ainda mais ambicioso. Não se limita a recontar a história do ícone folk – ele ressuscita todo um período da história americana, focando-se nos cruciais quatro anos que culminaram no controverso Festival Folk de Newport de 1965.
A presença de Elle Fanning como Suze Rotolo e Monica Barbaro como Joan Baez adiciona camadas de complexidade ao retrato de Dylan. Edward Norton, como Pete Seeger, emerge como um mentor que representa o que o folk americano significava antes de Dylan virar o género do avesso.
O filme, que estreia estrategicamente a 25 de Dezembro na América (30 de Janeiro de 2025 em Portugal), posiciona-se como um forte candidato aos Óscares. A performance de Chalamet (que também brilha em “Dune: Parte II“) cria uma oportunidade perfeita para a temporada de prémios.
Enquanto nos preparamos para testemunhar esta obra-prima do cinema biográfico, pergunto-te: o que esperas deste filme? Achas que vai ser uma oportunidade para Chalamet ganhar o Óscar? Partilha connosco a tua perspetiva nos comentários!