TOP Filmes 2015 by MHD | 4. Star Wars: O Despertar da Força
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Com Star Wars: O Despertar da Força, J.J. Abrams sabia que tinha uma tarefa hercúlea pela frente: por um lado, edificar um renovado Episódio IV para conquistar as gerações jovens; por outro, criar um poderoso portal nostálgico para os fãs da velha-guarda que, depois da desilusão relativa dos Episódios I-III esperavam, com já pouca esperança, reacender a chama.
Nesse sentido, O Despertar da Força funciona particularmente bem porque faz-nos sentir que o verdadeiro Star Wars está de volta, ao fazer algo simples – deixar-se dirigir por alguém que, como nós, cresceu com a saga. Assim, o Episódio VII entende a forma como a audiência se ligou à trilogia original e trabalha a partir dessa premissa, trazendo de volta a leveza pop, com uma abordagem que, apesar de se desenrolar numa escala inimaginável ao comum dos mortais (afinal é um gigante blockbuster), continua a parecer humilde e simples.
O sentido de descoberta está bem patente no DNA da produção – foi um filme especificamente criado para ser visto “virgem”, e assim o manteremos, o máximo possível. No entanto, a história segue um paralelismo estrutural e narrativo com Episódio IV: Uma Nova Esperança (1977) – alguns dirão até, possivelmente, demasiado reminiscente – tomando forma cerca de 30 anos depois de Luke, Leia e Han Solo salvarem a galáxia.
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Tecnicamente falando, a utilização dos efeitos é calorosamente old-school e diminuída ao absoluto mínimo necessário e sem nunca se sobrepor à emoção da história e ao arco dos seus protagonistas, pelo que poderão saltitar de alegria por o fenómeno Hobbit não afetar a galáxia longínqua – nada de maquilhagem substituída por CGI ou cenários plastificados e totalmente edificados por tecnologia digital.
Deixando a massa de seguidores superiormente satisfeita mas pejada de questões por responder – sobre o filme e os que se seguirão – Episódio VII é, mesmo imperfeito, um sucesso retumbante mas, sobretudo, um prazeroso suspiro de alívio. Porque alguém finalmente voltou a compreender aquilo que procuramos e que só conhecemos quando um filme chamado Star Wars estreou, há quase 40 anos.
É bom regressar a casa.
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