5 curiosidades sobre Ari Aster, o icónico realizador de Eddington
Ari Aster é um dos melhores realizadores da atualidade. Com a estreia do seu novo filme “Eddington”, é altura de conhecermos a sua carreira.
Com a estreia recente de “Eddington” nas salas de cinema portuguesas, volta a estar em destaque o nome de Ari Aster, um dos realizadores mais ousados e influentes do cinema contemporâneo. Conhecido por desafiar convenções e por explorar temas incómodos com uma estética marcante, Aster construiu, em poucos anos, uma filmografia coesa e perturbadora.
Assim, neste artigo, revisito o percurso do realizador, desde a sua formação até ao reconhecimento internacional, passando pelos quatro filmes que definem a sua carreira até agora.
Formação e início e carreira
Ari Aster nasceu em 1986, em Nova Iorque. Cresceu numa família judaica e desde cedo demonstrou interesse por cinema, sobretudo por filmes de terror. Após concluir os estudos secundários, ingressou na prestigiada AFI Conservatory (American Film Institute), em Los Angeles. Aí realizou várias curtas-metragens que já denunciavam o seu estilo único, como por exemplo “The Strange Thing About the Johnsons”.
Estas primeiras experiências deram-lhe visibilidade e abriram portas para o seu primeiro filme. Apesar da sua juventude, Ari Aster mostrou-se maduro na abordagem de temas difíceis, sempre com uma estética muito cuidada.
Hereditary (2018): O terror começa em casa
O filme “Hereditary” marcou a estreia de Ari Aster nas longas-metragens e rapidamente se tornou um fenómeno. O filme, protagonizado por Toni Collette, mergulha o espectador numa espiral de luto, trauma familiar e espiritualismo. Embora o enredo se desenvolva de forma lenta e meticulosa, o final é intenso e inesquecível.
Mais do que sustos fáceis, Ari Aster apostou na construção de um ambiente denso, onde cada plano contribui para o desconforto geral. O som, a iluminação e a direção de atores elevam o filme a um nível raro dentro do género. Além disso, o seu impacto foi tal que muitos consideram “Hereditary” um dos melhores filmes de terror de sempre, e eu concordo.
Midsommar (2019): Terror à luz do dia
No ano seguinte, Ari Aster surpreendeu novamente com “Midsommar“. Desta vez, o terror acontece à luz do dia, num festival sueco que rapidamente se transforma num pesadelo. A história segue Dani, Florence Pugh, uma jovem em luto, que viaja com o namorado e amigos para uma remota aldeia na Suécia. No início, tudo parece belo e pacífico, mas a tensão cresce subtilmente.
Contudo, O contraste entre a beleza visual e os rituais macabros cria uma atmosfera única. Ari Aster explora o desconforto emocional e psicológico com mestria, abordando temas como o luto, a dependência emocional e o fim das relações. Em vez de monstros ou fantasmas, o verdadeiro terror está nos comportamentos humanos. Como resultado, “Midsommar” tornou-se um clássico moderno, além de ser o meu filme favorito de terror.
Beau is Afraid (2023): Um mergulho na ansiedade
“Beau is Afraid” representa uma mudança de tom e género. Neste filme, Ari Aster afasta-se do terror puro e mergulha na comédia negra, na fantasia e na tragédia. Joaquin Phoenix interpreta Beau, um homem ansioso que parte numa jornada surreal para visitar a mãe. Ao longo do percurso, o espectador é confrontado com imagens bizarras, situações absurdas e emoções extremas.
Apesar de dividir opiniões, o filme confirma a versatilidade do realizador. Ari Aster continua a explorar o trauma, mas fá-lo de forma mais simbólica e introspectiva. Alguns elogiaram a ambição do projeto; outros criticaram a sua duração e falta de foco. Ainda assim, “Beau is Afraid” é uma obra ousada e bonita que desafia convenções narrativas.
Eddington (2025): Sátira negra em tempos de pandemia
Com “Eddington“, o mais recente filme de Ari Aster, o realizador voltou a surpreender ao abandonar por completo o terror sobrenatural. O filme é um neo-western satírico, passado durante a pandemia de 2020, numa pequena cidade do Novo México. Joaquin Phoenix interpreta um xerife em conflito com o presidente da câmara, protagonizado por Pedro Pascal, num enredo que mistura política local, teorias da conspiração e tensões raciais.
Assim, este filme destaca-se pela ousadia temática e pelo retrato provocador de uma América em colapso. Ari Aster usa o absurdo e o humor negro para explorar o medo, a desinformação e a instabilidade social, num dos seus trabalhos mais arriscados até agora. “Eddington” está em exibição nas salas de cinema portuguesas.
Qual é o teu filme favorito de Ari Aster?