Until Dawn – (PS4) | Análise

 

 

O novo exclusivo da Sony tem a árdua tarefa de trazer de volta os jogos de terror. Until Dawn é, essencialmente, um filme de terror interativo, em que somos o realizador e iremos decidir, consciente, ou inconscientemente, o destino dos oito jovens que iremos controlar.

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  • Editora: SCEE
  • Produtora: SuperMassive Games
  • Plataformas: PS4

 

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Resumindo ao máximo este enredo para dar algum contexto aos leitores, teremos o controlo de oito jovens que tentarão sobreviver durante uma noite. As nossas escolhas irão decidir o destino de cada um, e tanto poderemos acabar o jogo com todos vivos, como com todos mortos, ou apenas alguns. Pessoalmente, terminei o jogo três vezes antes de fazer esta análise e em todas elas tentei ter decisões diferentes, levando a finais distintos.

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Um dos pontos mais altos é a influência que as nossas decisões vão ter. O enredo baseia-se no efeito borboleta que as nossas escolhas terão, e seremos informados pelo jogo sempre que um novo efeito borboleta é despoletado, dando de imediato alguma noção ao jogador. A juntar a isso teremos acesso a um gráfico que nos vai dando os vários enredos que se vão criando.

Com um enredo que dura cerca de 10 horas, o total de horas será muito superior se quiserem fazer novas histórias. A diversidade é de assinalar e pequenas decisões, que inicialmente parecem insignificantes, têm um peso enorme no futuro. São estes pequenos detalhes que tornam o jogo mais divertido mas também mais realista. O resultado final é uma experiência em que sentimos realmente o peso da responsabilidade das nossas ações.

A isto junta-se uma realização muito interessante. A forma como a camera se desloca cria uma constante sensação que incomoda, como se estivéssemos a ser seguidos ou vigiados. Neste aspeto a parte sonora também contribui bastante, elevando os momentos de tensão e criando um ambiente que se deve aplaudir. Ainda na parte sonora, destaque para um excelente trabalho de vozes na versão original, com performances poderosas que nos levam a entrar no enredo e a criar ligações com algumas personagens.

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Com todo este ambiente e com a sensação que qualquer decisão (algumas têm de ser tomadas em poucos segundos) nos pode matar, o jogo torna-se num verdadeiro filme de terror, mas no qual também existem alguns clichés que já conhecemos dos filmes do género. No entanto, o enredo é bastante coerente e bem montado, ficando a cargo do jogador torná-lo melhor. Tal sente-se principalmente na segunda metade do jogo, pois na primeira a própria narrativa encarrega-se de nos dar tudo, mas na segunda metade teremos de ser nós, com a ajuda de pistas que iremos encontrar, a ligar as pontas soltas e a tornar o enredo mais coeso. Um jogador que passe rapidamente o jogo e sem grande esforço na procura de pistas, acabará por não perceber a totalidade do enredo, o que seria uma pena.

Em termos gráficos o jogo apresenta o seu lado mais fraco. Não que seja mau, longe disso, mas não consegue estar ao nível do resto de forma constante. Como aspeto positivo temos a variedade de locais, sempre com bom ambiente e bem montados para criar certas sensações. Todavia, também devemos assinalar no lado negativo alguns movimentos limitados das personagens e algumas expressões faciais que não estão ao nível do excelente trabalho de vozes.

Apesar de não ser um portento gráfico, também não compromete um jogo que apresenta uma boa realização, que já indicámos, um bom design e está recheado de alguns momentos bastante fortes. Algumas mortes ficam na nossa memória e não são aconselhadas a menores, fazendo lembrar filmes como Saw.

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Em termos de jogabilidade não há muito a dizer. Until Dawn tem como base os quick time events e com eles iremos avançar na narrativa, percorrendo cenários, escapando de armadilhas, criando momentos de morte, amizade ou sexo, e, por fim, tentaremos sobreviver mais umas horas com as personagens que mais gostamos. De certa forma é limitado na sua jogabilidade, mas também aqui se consegue criar uma boa sensação de responsabilidade e pânico.

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Globalmente, Until Dawn é um jogo melhor do que esperava. É divertido, é tenso, tem um grande ambiente e consegue o seu objetivo: deixar o jogador desconfortável em vários momentos, mesmo quando repetimos o jogo algumas vezes, pois encontraremos sempre novos momentos. Until Dawn é um jogo que apetece ser jogado para depois analisarmos o que fizemos e voltar a jogar. Tudo o que vemos aqui tem como objetivo deixar o jogador a sentir o peso das suas escolhas e a recear a morte a cada minuto. Se tal experiência é o que procuram, então Until Dawn é um jogo a ter, sem dúvida!

Pontos fortes:

  • Ambiente tenso
  • Boa banda sonora
  • Realização/ângulos de camera cria desconforto
  • Cada escolha pode fazer uma enorme diferença
  • Muito para se descobrir e investigar
  • Uma enormidade de finais possíveis
  • Fantástico trabalho de vozes

Pontos fracos:

  • Algumas expressões faciais mais fracas
  • Enredo poderá não ser coerente se o jogador não explorar o necessário

 

Hardware usado pela MHD para teste de jogos:

PS4:

  • PlayStation 4 Glacier White
  • DualShock 4 White
  • Razer Leviathan Sound System

PC:

  • Headphones Razer Carcharias
  • Keyboard Razer Epic Chroma

Luís Pinto

 

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