via 79º Festival de Veneza

Veneza 79: Na Seleção Oficial está Sérgio Tréfaut

Acenderam-se já os projectores do 79 º Festival Festival Internacional de Cinema, que vai realizar-se de 31 de agosto a 10 de setembro de 2022. A Selecção Oficial foi apresentada há pouco e na secção Orizzonti está ‘A Noiva’, o novo filme do português Sérgio Tréfaut.

Além de nomes de realizadores como Aronofsky, Inãrritu, Wiseman, Zeller, entre outros na Competição Oficial, o filme ’A Noiva’, a nova longa-metragem de Sérgio Tréfaut, vai ter estreia mundial na Seleção Oficial do 79º Festival de VenezaCompetição Orizzonti. O filme é uma ficção mas obviamente marcadamente documental, protagonizado por Joana Bernardo, Hugo Bentes, e a espanhola Lola Dueñas, que conta a história de uma adolescente europeia que foge de casa para casar com um guerrilheiro do Daesh, tornando-se assim uma noiva da Jihad. Três anos mais tarde a sua vida mudou radicalmente e passa a viver num campo de prisioneiros no Iraque. Mãe de dois filhos e novamente grávida torna-se numa viúva de 20 anos, e está prestes a ser julgada pelos tribunais iraquianos. O filme questiona como esta rapariga europeia se converteu ao Islão, a sua traumática experiência da guerra e o seu futuro.

A Noiva
‘A Noiva’, de Sérgio Tréfaut vai estar na Competição Orizzonti.

Segundo o realizador Sérgio Tréfaut este filme nasceu em 2012 quando esteve no Iraque pela primeira vez, logo após a retirada do exército americano, mas onde a guerra se mantinha activa: ‘Naquela época, estava tentando preparar um documentário sobre como a teoria de Estado norte-americana, segundo a qual uma imprensa independente e eleições livres transformariam o Iraque, num país democrático e pacífico, era pura hipocrisia. Tive a oportunidade de viajar entre Mossul e Bagdad, mas também no Sul e no Curdistão. O meu projeto de documentário naufragou com o surgimento do ISIS e com a ocupação de Mossul. Pouco depois, o surpreendente número de jovens europeus que se juntaram ao Daesh esteve na origem deste filme’.  Depois da sua obra marcadamente documental e depois de ‘Raiva’ baseado na obra de Manuel da Fonseca, o realizador português regressa novamente à ficção e está pela primeira vez nesta secção Orizzonti, dedicada aos trabalhos mais de vanguarda. 

Alberto Barbera
Alberto Barbera anunciou hoje a Selecção Oficial de Veneza 79©JVM

A SELEÇÃO OFICIAL 2022

Quanto à Seleção Oficial de Veneza apresentada pelo diretor artístico Alberto Barbera e Roberto Ciccutto, presidente da Bienalle, não trás grandes novidades relativamente aos rumores já anunciados, e seguiu a nova tradição pós-Covid, do programa da seleção oficial ser anunciado diretamente da sede veneziana da fundação que organiza o festival que completa 90 anos este ano. A primeira edição da Biennale realizou-se de facto em 1932. Foram anunciadas a Competição Internacional, Orizzonti, Orizzonti Extra e os filmes Fora de Competição. ‘White Noise’, de Noah Baumbach, baseado no romance homónimo de Dom De Lillo, com Adam Driver e Greta Gerwig, já tinha sido anunciado como filme de abertura, da Competição que terá como presidente do júri a actriz norte-americana Julianne Moore. Também já tinham sido anunciadas duas secções do festival deste ano: Venezia Classici, que regressa com homenagens a Pasolini, Gassman, Tognazzi e Vitti — e ainda com um anexo dedicado aos documentários sobre a história do cinema apresentados agora durante esta conferência de imprensa — e a programação da Semana Internacional da Crítica. Eis abaixo a Selecção Oficial de Veneza 79, que iremos ‘descascando’ aos poucos:

Competição Oficial

Il signore delle formiche de Gianni Amelio

The Whale de Darren Aronofsky

L’immensità de Emanuele Crialese

Saint Omer de Alice Diop

Blonde de Andrew Dominik

Tàr de Todd Field

Love Life de Koji Fukada

Bardo de Alejandro Gonzalez Inarritu

Athena de Romain Gavras

Bones and All di Luca Guadagnino

The Eternal Daughter de Joanna Hogg

Beyond The Wall de Vahid Jalilvand

The Banshees of Inisherin de Martin McDonagh

Argentina 1985 de Santiago Mitra

Chiara de Susanna Nicchiarelli

Monica de Andrea Pallaoro

No Bears de Jafar Panahi

All the Beauty and the Bloodshed de Laura Potras

Un couple de Frederick Wiseman

The Son de Florian Zeller

Les Miens de Roschdy Zem

Les Enfants des Autres de Rebecca Zlotowski

Fora de Competição

Longas-metragens:

The Hanging Sun de Francesco Carrozzini (Filme de encerramento)

When the Waves are Gone de Lav Diaz

Living de Oliver Hermanus

Dead for a Dollar de Walter Hill

Call of God de Kim Ki-duk

Dreamin’ Wild de Bill Pohlad

Master Gardener de Paul Schrader

Siccità de Paolo Virzì

Pearl de Ti West

Don’t Look Now de Olivia Wilde

Documentários

Freedom on Fire – Ukrains Fight For Freedom

The Matchmaker de Benedetta Argentieri

Gli ultimi giorni dell’umanità de Enrico Ghezzi e Alessandro Gagliardo

A Compassionate Spy de Steve James

Music for Black Pidgeon de Jorgen Leth e Andreas Koefoed

The Kiev Trial de Sergei Loznitsa

In viaggio de Gianfranco Rosi

Bobi Wine Ghetto President de Christopher Sharp e Moses Bwayo

Nuclear de Oliver Stone

Séries de televisão

The Kingdom Exodus de Lars Von Trier

Copenaghen Cowboy de Nicolas Winding Refn

Curtas-metragens

La guerra è finita de Simone Massi

In quanto a noi de Simone Massi

Look at me de Sally Potter

La cameriera de Lucrecia Martel

Biennale Cinema College

Ragtag de Giuseppe Boccasini
Come le tartarughe de Monica Dugo
Banu de Tahmina Rafaella
Gornyi Luk (Cipolla di Montagna) de Eldar Shibanov
Palimpsest de Hanna Västinsalo

Venezia Classici – Documentários

Ragtag de Giuseppe Boccasini

Desperate Souls, Dark City and the Legend of The Midnight Cowboy de Nancy Buirski

Fragments of Paradise de K.D Davison

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *