007 Spectre, em análise

 

Este ‘007 Spectre’ é quase como o fechar de um ciclo de uma saga que fez o seu ‘reset’, com ‘Casino Royal’, e com Daniel Craig como protagonista. Embora o actor ameace estar de saída, tem contrato para mais um filme, a resistência do vilão-mor, abre as portas para uma continuação. No entanto, 007 conseguiu pelo menos ajustar as contas com o seu passado.

FICHA TÉCNICA

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Título Original: 007 Spectre
Realizador: Sam Mendes
Elenco: Daniel Craig, Léa Sedoux, Christoph Waltz, Monica Belluci
Género: Acção, Drama
NOS | 2015 | 128 min[starreviewmulti id=18 tpl=20 style=’oxygen_gif’ average_stars=’oxygen_gif’] 

 

UMA CATÁRSE BONDIANA

O grande mérito deste ‘007 Spectre’ passa sobretudo pela sua trama conspirativa e credível que assenta numa enorme actualidade ao nível da conjuntura política-económica internacional. Enquanto M (Ralph Fieness), a pretexto dos cortes orçamentais, vai sofrer uma pressão de determinadas forças políticas, para fundir o MI5 e MI6, o super agente 007 tem de enfrentar uma organização secreta chamada Spectre, ligada ao seu passado e que influencia com o seu poder, as decisões de estados e governos. De facto os principais temas deste novo filme dirigido por Sam Mendes, são além de uma ‘catarse bondiana’ de vingança, paixão em relação ao seu passado, alerta ainda para o perigo de os serviços de inteligência, poderem vir a depender de privados, com base na tecnologia, e em detrimento da ação de operacionais. No entanto, seriedade dos temas abordados não faz perder de forma nenhuma o efeito espectáculo-entretenimento que marcam a série. Pelo contrário, Sam Mendes sabe o que o espectador vai à procura e faz-nos seguir por uma trama envolvente e alucinante (apesar de ser o filme mais longo de todos, 2h28), que atravessa o mundo (Londres, Roma, Tânger), e remete para o passado de 007 nos quatros filmes anteriores da saga, que (re)começou com ‘Casino Royal’.

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Daniel Craig está em forma na pele de 007, mas neste filme há a destacar a novidades naquilo de essencial que define a saga: um vilão carismático Franz Oberhauser (Christoph Waltz), e as belas mulheres, a começar pela mexicana Stephanie Sigman, a italiana Monica Bellucci, (estas em pequenas aparições), mas sobretudo a francesa Léa Seydoux, que se afirma como uma verdadeira ‘bond girl’, para o futuro. Bond é um super agente que trabalha habitualmente sozinho. No entanto, também neste ‘007 Spectre’ há mais acção para o seu chefe, M (Ralph Fiennes) e para os seus colegas Moneypenny (Naomie Harris) e Q (Ben Whishaw). O lado dos maus é enriquecido com um ‘brutamontes’, tipicamente bondiano: Mr. Hinx, interpretado por Dave Bautista, um colosso que interpretou Drax, o Destruidor em ‘Guardiões da Galáxia’ (2014).

Spectre

O filme abre com uma longa sequência filmada no cortejo de Dias dos Mortos na Cidade do México, com centenas de figurantes e uma extraordinária direcção artística. E como é habitual começa logo com muita acção, graças ao trabalho dos duplos e técnicos de efeitos especiais. Dá aí para frente seguem-se um conjunto de cenas de acção que transmitem o luxo e a elegância do costume, além de Craig brilhar mais uma vez, no seu tom anacrônico, frio e distante, e com um sentimento de desconfiança e modernidade de um agente que sabe que o mundo não está para brincadeiras e está muito mais perigoso que no tempo de Sean Connery e de ‘Os Diamantes são Eternos’. O tema ‘Writing’s On The Wall’, de Sam Smith, é extremamente romântico, inspirador e assenta que nem uma luva na narrativa do filme e na lógica auto-reflexiva do passado de James Bond.

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JVM 

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