A linha ténue que separa Hollywood da Política: Óscares 2017

Numa sociedade que está cada vez mais dividida é importante falar-se de questões que têm colocado Hollywood sob uma neblina de controvérsia.


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Nunca as palavras “aceitação”, “diversidade” e “inclusão” tiveram tanto peso como agora. A humanidade está a passar por uma fase complicada. Muito disto se deve às mudanças repentinas do sistema político nalgumas das maiores potências mundiais como, por exemplo, Estados Unidos e Reino Unido. A instabilidade política gera instabilidade social. Com o Brexit, a Inglaterra virou as costas à imigração. Com a eleição de Donald Trump, os americanos começam igualmente a fechar as portas (e as mentes) aos que procuram criar uma vida estável num outro país que não o seu. As constantes promessas de “Make America Great Again” disfarçam e camuflam uma nova ascensão política que despreza e exclui as minorias que vivem no país. O medo que resulta destes alarmantes resultados políticos dá lugar à violência, à discriminação, ao racismo.

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Os grandes porta-vozes que continuam, acima de tudo, a lutar pela segurança, direitos e respeito destas minorias são os representantes das artes visuais de Hollywood. O filme Moonlight recebeu há poucas semanas o Óscar mais importante da noite (ainda que com um twist gigantesco). A sua consagração como melhor filme do ano tem um peso importantíssimo para a sociedade americana. Moonlight é um filme puro e genuíno (descubram qual é a nossa opinião do filme). Um que explora uma temática doce e ainda pouco abordada no cinema. Muitos acabam por pensar “pois, mas o La La Land (leiam a nossa crítica aqui) era o legítimo vencedor e só ganhou por questões políticas”.

Hollywood

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Como grande fã do La La Land como produto de cinema, esta frase pesou na minha mente. Já há alguns anos que penso que a Academia se rege por “politiquices” e que não premeia o justo vencedor. Tal como eu, imensa gente pensa o mesmo. A verdade é que dói quanto temos um apreço especial por um determinado filme e torcemos para que ele chegue à vitória e, de repente, trocam-nos as voltas (nesta cerimónia a ironia tornou-se literal). Mas uma parte de mim não ficou triste por Moonlight ter ganho. Por muito que vanglorie os valores de produção de La La Land e a ode que faz ao cinema em geral, também nutro um carinho pelo filme de Barry Jenkins. A arte e a política não precisam de ser inimigas uma da outra.

ConfereMoonlight | As razões porque a sua vitória é histórica

A celebração das artes visuais ganha ainda mais impacto por conseguir abranger e explorar histórias que permitam que as minorias consigam florescer no grande ecrã. Se a vitória de Moonlight foi política? Talvez. Injusta? Não, de todo! Nessa noite, a aceitação, a diversidade e a inclusão também trouxeram consigo uma vitória. Vitória esta que é a prova de que a humanidade precisa de continuar a crescer como um todo.

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Qual é a vossa opinião desta situação dos Óscares?


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