The Flash | T01 E22 em análise

 

Às vezes não dá para acreditar na rapidez com que nos aproximamos do final da primeira temporada de The Flash, mas a verdade é que o episódio 22 “Rogue Air” representa a última paragem antes do fim da linha.

A segunda propriedade da DC Comics adaptada a série televisiva na CW Network parece ter seguido à risca a mentalidade de sucesso “vi, cheguei e conquistei” no que toca à coerência da caracterização, temas abordados e tom geral da série para a sua principal demografia. Utilizando a primeira metade da temporada para, lentamente estabelecer as personagens, as suas motivações e o seu objectivo, a série consegue com que nesta recta final estejamos já de mão no coração e cheios de grandes expectativas para ver tudo chegar a uma conclusão satisfatória antes da (infelizmente) obrigatória paragem de verão.

( a análise contém spoilers  para o episódio «Rogue Air» de The Flash )

Em «Rogue Air» Barry Allen (Grant Gustin) e a equipa de S.T.A.R. Labs têm de arranjar uma forma de transportar os seus prisioneiros meta-humanos para fora das suas prisões de dentro do Acelerador de Partículas para um local seguro, isto após o mesmo ter sido accionado por Harrison Wells (Tom Cavanaugh) de forma a completar o seu plano de “regressar a casa”. Para tal The Flash vê-se obrigado a pedir ajuda a um inimigo, Capitão Frio (Wentworth Miller). Além disso, Iris West (Candice Patton) recebe uma notícia que irá mudar a sua vida por completo. O episódio contou também com as aparições especiais de Stephen Amell e do seu primo Robbie Amell, respectivamente como Arrow e Firestorm.

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The Flash caí aos pés de Capitão Frio.

Sai uma Galeria de Vilões. Gelada, por favor.

Em primeiro lugar acho que merecemos uma palmada de congratulação nas costas por este subtítulo, isto porque ao longo da primeira temporada, foram três os episódios que nos plantaram a ideia da criação do grupo de inimigos de Flash conhecidos na banda desenhada como “Galeria de Vilões”, e é em «Rogues Air» que finalmente vemos o plano de Leonard Snart, também conhecido como Capitão Frio, chegar a uma conclusão ao libertar os criminosos com super poderes que a equipa de S.T.A.R. Labs passou a primeira temporada a coleccionar e a referir que de agora em frente, vilões como Weather Man (convidado especial Liam McIntyre) lhe “devem uma”.

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Esta história teve a missão de plantar as ideias de “confiança”, uma temática que recebeu uma bela conclusão dada a sequência final do episódio. Barry Allen, o herói de coração mais leve do universo televisivo da DC, aprendeu da pior maneira que a sua confiança deve ser depositada apenas naqueles que de facto a merecem, isto graças à presença quase conscienciosa de Joe West (Jesse L. Martin) e, graças a isto o actor Grant Gustin pode mostrar um lado mais sério e de líder e, explorar o ganho de maturidade das suas aventuras enquanto super-herói.

Pela primeira vez também, isto representa a primeira vitória para Capitão Frio e dá um grande tease para o que a segunda temporada poderá representar para a personagem enquanto um dos grandes antagonistas do “Scarlett Speedster” e mais concretamente, a um possível grupo de super-vilões que poderão fazer grandes estragos. Uma coisa é certa, a sua história de origem é uma das que apresenta mais consistência, na medida em que vimos um pequeno criminoso a tornar-se aos poucos mais calculista e experiente, até que em última pôde ser o homem a sorrir na guerra contra o herói. Um dos pontos positivos pelo qual a série parece merecer todo o suporte que tem.

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Que aconteceu a estes sorrisos?

O fim de «EdWest” ou “Iriwne”. Eddie e Iris, pronto!

Outro dos pontos positivos, na maioria das vezes, é a forma como a série nos dá um digestivo das cenas de grande acção e de super poderes quando nos apresenta aquela trama dramática da vida amorosa dos protagonistas, no entanto, geralmente a excepção à regra é tudo onde a actriz Candice Patton, que interpreta Iris West, esteja envolvida. Inicialmente criticada pela caracterização da personagem e pelo seu tom irritativo a actriz parece ter encontrado o seu lugar, especialmente nos últimos três episódios onde foi mais exigido dela, e onde a sua performance foi mais do que capaz de satisfazer minimamente mesmo os maiores críticos.

Esta semana a personagem teve um papel mais pequeno, mas nem por isso deixou de ser importante no decorrer da série, especialmente porque a sua relação com o detective Eddie Thawne (Rick Cosnett) parece ter chegado ao fim, dado os acontecimentos do episódio da semana passada, onde Harrison Wells mostrou ao seu familiar “o futuro”, em que Iris West, é na realidade, Iris West-Allen, a esposa de The Flash.

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Apesar de tudo isto ser um paradoxo e uma brincadeira com o “destino”, a verdade é que este rancor que Eddie ganha não parece ser características de alguém que se vá manter para sempre na equipa dos bonzinhos, apesar de agora todos nós termos aquele lugar no coração para simpatizar com o mesmo que se encontra de coração partido. Curiosamente é nesse mesmo lugar no coração que Iris West se encontra agora também após ter sido dispensada, sinceramente, é uma confusão de sentimentos e onde um possível final satisfatório seria a morte de mártir do detective, que nos seus momentos finais, consiga descobrir que afinal de contas, o tempo é relativo e que todas as nossas decisões impactam o nosso destino. Resumindo, morrer feliz sabendo que a sua vida ao lado do seu maior amor poderia ter sido possível.

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A grande batalha com Arrow, The Flash e Firestorm.

Mantêm os amigos perto, especialmente à volta de inimigos.

O “grande destaque” de todo o episódio no entanto está dedicado aos últimos dez minutos do episódio, quando Reverse-Flash/Harrison Wells, se dirige para S.T.A.R. Labs e onde enfrenta pela primeira vez, numa não-tão-épica-quanto-se-esperava cena de acção, The Flash e… surpresa… Oliver Queen (Stephen Amell) como Arrow e Ronnie Raymond (Robbie Amell) como Firestorm.

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Desde cedo que sabíamos que este crossover ia acontecer quando fotografias do set de gravações o revelaram, mas nada nos preparava para ver o antagonista principal de toda a série perder o seu primeiro grande combate. Apesar de sozinho ser ainda uma ameaça terrível, a verdade é que com as probabilidades de 3 para 1, nem mesmo o conhecimento do futuro te dá vantagem. A luta entre Arrow e Reverse-Flash acaba por ser o melhor, pois não só vemos o porque de adorarmos o nosso Arqueiro Verde com o seu combate corpo-a-corpo, mas também porque ironicamente vemos o herói mais experiente e uma tecnologia a ser o que mais trabalho dá. Pena para ti The Flash, talvez um dia…

O aspecto a criticar é aquele padrão sem sentido que ás vezes irrita na série, os pequenos detalhes, os porquês. Exemplo: “Como é que o Oliver soube que Flash precisava da sua ajuda se ele estava em Nanda Parbat?”; “O Firestorm foi embora tão rapidamente como foi apresentado na série, e devemos acreditar que o mesmo simplesmente faz passeios e acaba por regressar no momento mais crítico?”. Aquelas pequenas cenas de “Como contacto o Oliver?” ou “Caitlyn, dá para dares uma apitadela ao teu ex-noivo? Sou capaz de precisar de ajuda.” são necessárias se queremos manter uma boa base de consistência, mas com um episódio onde a acção é tão veloz, somos capazes de encontrar um local de misericórdia e perdoar.

O épico encontro conclui então o tema de “confiança” que referi anteriormente, pois desta feita, Barry sabe quem são de facto as pessoas com quem ele pode contar e prepara o palco para o episódio final da primeira temporada, onde estranhamente parece que vamos lidar com as consequências da primeira vitória por knockout de The Flash e, onde possivelmente, iremos focar-nos na “procura de justiça” para o pai do super-herói.

No geral: É um episódio com um fim satisfatório e duas boas arcas a terem um sentido de que há mais por vir, e que, em último deixam a season finale com tudo em aberto para que uma bela viagem no tempo possa mudar todo o núcleo dos programas de televisão da CW. O destaque está mesmo na batalha final, que apesar da cavalaria soube a pouco e que se espera que se possa remediar no próximo episódio: “Fast Enough”.

NOTA FINAL
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THE FLASH | FINAL DA TEMPORADA NA PRÓXIMA TERÇA-FEIRA

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